3º Trimestre de 2006
Data: 16 de Julho de 2006
TEXTO ÁUREO
“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).
VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo, pelos seus divinos atributos, títulos, símbolos e obras é Deus perfeitamente como o Pai e o Filho.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – At 5.3,4
O Espírito Santo é Deus
Terça – Hb 9.14
O Espírito Santo é eterno
Quarta – Jó 33.4
O Espírito Santo é Criador
Quinta – Sl 139.7-10
O Espírito Santo é onipresente
Sexta – Lc 1.35
O Espírito Santo é onipotente
Sábado – 1 Co 2.10,11
O Espírito Santo é onisciente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 2.4,5,9-15.
4 – A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder,
5 – para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
9 – Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.
10 – Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.
11 – Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
12 – Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.
13 – As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.
14 – Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 – Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
PONTO DE CONTATO
Professor, antes de William Seymour chegar a Los Angeles em 1906, fora evangelista no Mississipi e pastor da igreja da Santidade, na cidade de Houston, Texas. Enquanto esteve no Mississipi conheceu diversas pessoas que foram influenciadas pelo ministério de Charles Fox Parham (1873-1929), ministro em Topeka, Kansas. Parham dirigia a Escola Bíblica Betel, quando às 19h do dia 1 de Janeiro de 1901, a senhora Agnes Ozman, recebeu o Batismo com o Espírito Santo com a evidência física de falar em outras línguas conforme Atos 2.4. Durante aquela reunião, Jesus batizou todos os presentes com o Espírito Santo, inclusive o professor Parham. O avivamento em Topeka espalhou-se por todo o país, de modo que, no Mississipi, Seymour foi profundamente influenciado pelos testemunhos daqueles que experimentaram a renovação espiritual mediante o poder pentecostal.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Apresentar as evidências bíblicas da deidade do Espírito.
Justificar a pessoalidade do Espírito Santo na Bíblia.
Distinguir as Santíssimas Pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo.
SÍNTESE TEXTUAL
A doutrina do Espírito Santo é chamada nos estudos teológicos de “pneumagiologia”; procedente de três termos gregos: pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo, ciência). Esta definição é mais precisa do que “pneumatologia” (lit. estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos, ou a parte imaterial do homem.
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Professor, como recurso didático para esta lição, utilize mais uma vez o gráfico “Síntese Histórica dos Avivamentos II”, que inclui os morávios, wesleianos, os movimentos de tradição de fronteira, e o pentecostalismo da Rua Azusa. Trata-se de um resumo que se propõe a contextualizar o movimento pentecostal de Los Angeles, dentro dos periódicos avivamentos na História da Igreja. É claro que não foram mencionados os nomes de extraordinários servos de Deus como Jonatas Edwards (1703-1758), George Whitefield (1714-1770), Charles Finney (1792-1875) entre outros, pois o objetivo é concentrar-se nos movimentos avivalistas e não, exclusivamente, nas pessoas. No entanto, basta relacionar a data do ministério destes intrépidos avivalistas aos movimentos citados. Reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Trindade: Mistério da fé cristã segundo o qual, existe um só Deus que subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Nesta lição estudaremos sobre o Espírito Santo no tocante a sua natureza divina. O eterno Deus revela muito de Si mesmo na Bíblia e, de igual modo, o Filho, mas o Espírito Santo não, pois não fala de Si mesmo, como disse Jesus em João 16.13. Outrossim, Ele não aparece com nomes revelados como o Pai e o Filho e, sim, com títulos descritivos da sua natureza e missão entre os homens. “Espírito Santo”, por exemplo, não é rigorosamente um nome apelativo, mas um título descritivo. Ele habita em nós; portanto, suas operações são invisíveis, nas profundezas do nosso ser interior.
I. O PODER EFICAZ DO ESPÍRITO SANTO (vv.4,5)
1. Demonstração de poder (v.4). É do Espírito Santo que flui a vida, bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16; At 1.8). Esta é uma evidência da deidade do Espírito Santo: Ele tem autoridade e poder inerentes. Em todo o Novo Testamento, o versículo 4 é a única referência em que aparece no original o termo traduzido por “demonstração” do Espírito Santo. Literalmente, o termo designa uma demonstração operacional, prática e imediata do Espírito Santo na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo (vv.4,5).
Isso contrasta nitidamente com os métodos repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que tentavam conseguir discípulos mediante recursos retóricos e argumentação filosófica (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor Jesus Cristo! A oratória desses mestres era somente um espetáculo teatral vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. Em Paulo, ao contrário, operava o poder de Deus (vv.4,5; Cl 1.29; 1 Ts 1.5; 2 Co 13.10).
2. O poder de Deus mediante o Espírito (v.5). Esse divino poder é manifestado através da pregação do evangelho de Cristo em cinco ocasiões específicas: a) na conversão dos ouvintes (At 2.37,38); b) no batismo com o Espírito Santo (At 10.44); c) na expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20); d) na cura divina dos enfermos (At 3.6-8); e) na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
II. A ONISCIÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (vv.10,11)
O Espírito Santo conhece todas as coisas. Este é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira declaração denota a permanência do Espírito em nós; a segunda, sua presença dentro de nós.
1. O Espírito Santo revela (vv.9,10). Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela, já nesta vida, as infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos e muito mais na outra. O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas maravilhas (Is 64.4; 52.15). Os demais profetas também tiveram a revelação divina dessas coisas admiráveis que os santos desfrutarão na glória (1 Pe 1.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (v.10).
2. O Espírito Santo como Mestre (v.13). Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja, como já estava predito em Provérbios 1.23. Concernente a esta missão, Jesus declarou: “o Espírito Santo… vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26; Lc 12.12).
3. Diferentes espíritos mencionados (vv.4-12). O “Espírito de Deus” é mencionado nos vv.4,10-14. O Espírito de Deus deve ter toda primazia em nossas vidas. O “espírito do homem” é mencionado no v.11. Ele só entende as coisas humanas e naturais (Pv 20.27; 27.29; Jr 17.9). A passagem em apreço também alude ao “espírito do mundo” (v.12), que é pecaminoso e nocivo ao cristão (1 Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
4. Diferentes coisas mencionadas (vv.9-13). Seis diferentes “coisas” são aqui mencionadas. Uma dessas, refere-se à esfera humana; as demais são da parte de Deus: a) “Coisas que Deus preparou para os que O amam” (v.9); b) “Coisas das profundezas de Deus” (v.10); c) “Coisas do homem” (v.11); d) “Coisas de Deus” (v.11); e) “Coisas espirituais” (v.13); f) “Coisas do Espírito de Deus” (v.14).
5. Diferentes homens mencionados (vv.14,15). A Palavra de Deus divide a humanidade em três grupos de pessoas, isto no sentido espiritual:
a) O homem natural — literalmente “homem controlado pela alma” (v.14). Este não é salvo e vive de acordo com a natureza adâmica, por isso, é chamado natural.
b) O homem espiritual — isto é, “homem controlado pelo Espírito” (v.15). Este é aquele que o Espírito Santo governa e rege seu espírito, alma e corpo. Nele, o “eu”, pela fé em Cristo, está crucificado (Rm 6.11; Gl 2.19,20).
c) O homem carnal — ou seja, “homem controlado pela natureza carnal” (3.3). Trata-se do crente espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — menino em Cristo (3.1). A vida do crente carnal é mista, dividida. Esse crente vive um conflito interior entre a natureza humana e a divina, sendo a sua alma o campo de batalha (Gl 5.13-26).
Ninguém pode escapar dessa classificação. Todos nós somos um desses “homens” diante de Deus. Identifique-se, você, homem ou mulher!
III. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. O Espírito Santo e seus atributos divinos. Na Leitura Bíblica em Classe, o Espírito Santo (vv.4,10-14) é mencionado juntamente com o Senhor Deus (vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (vv.2,8,16). Isto denota a divindade do Espírito Santo. A Bíblia afirma que Ele é:
a) Eterno. Eterno significa infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo.
b) Onipotente. Ele tem pleno poder sobre todas as coisas (Sl 104.30). É denominado Senhor (2 Co 3.16-18); Criador (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10).
c) Onisciente. Tudo é do seu pleno conhecimento.
2. O Espírito Santo é mencionado com o Pai e o Filho. É uma das evidências da sua divindade, senão vejamos:
a) Na fórmula doutrinária do batismo (Mt 28.19). A Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da Santíssima Trindade fossem uma só; mas “em nome”, singular, distinguindo cada Pessoa: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
b) Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja (2 Co 13.13).
c) Na doutrina da habitação do Espírito no crente (Rm 8.9).
d) Na descrição bíblica do estado do crente diante de Deus (1 Pe 1.2).
e) Na diretriz ao povo de Deus (Jd vv.20,21). Neste texto, o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida o Pai e, por fim, o Filho. Semelhante ocorre na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6), em que o Espírito é mencionado primeiro, seguido do Senhor Jesus e do Pai.
f) Na saudação bíblica às sete igrejas da Ásia (Ap 1.4,5).
IV. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO (v.11)
Personalidade é o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são chamados também de inteligência, afetividade e autodeterminação.
1. Atributos de personalidade. No Espírito Santo, vemos esta triplicidade de atributos, a saber: intelecto (v.11); sensibilidade (Ef 4.30); vontade (1 Co 12.11; Rm 8.27). Como membro da unidade trina de Deus, o Espírito Santo é uma Pessoa.
2. Unidade e distinção. O fato de o Espírito Santo ser um com Deus e com Cristo e, ao mesmo tempo, distinto dEles, é parte do grande mistério da Trindade Santa. Portanto, o Espírito Santo não é uma influência, poder, energia ou unção, como os heréticos concluem e ensinam, mas uma Pessoa divina e real. Em João 14.26; 15.26; 16.8,13,14, Jesus refere-se ao Espírito Santo empregando o pronome pessoal “Ele” (“ekeinos”), pronome pessoal e determinativo no original. Por sua vez, o divino Espírito chama a Si mesmo “Eu”, em Atos 10.19,20. Esta é uma inegável evidência da sua personalidade.
CONCLUSÃO
Deus é uno e ao mesmo tempo triúno (Gn 1.1, 26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três divinas e distintas Pessoas. São verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina (1 Tm 4.6).
VOCABULÁRIO
Aludir: Fazer alusão; referir-se; referência.
Apelativo: Nome comum aos indivíduos de uma classe.
Atributo: Aquilo que é próprio de um ser.
Indizível: Que não se pode descrever ou dizer; inefável.
Inerente: Que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.
SOUZA, E. A. Nos domínios do Espírito. RJ: CPAD, 1998.
EXERCÍCIOS
1. Cite duas evidências do poder de Deus mediante o Espírito.
R. Na conversão dos ouvintes (At 2.37, 38); e no batismo com o Espírito Santo (At 10.44).
2. O que denota o texto de João 14.17?
R. Denota a permanência e a presença do Espírito Santo no crente.
3. Qual a declaração de Jesus a respeito do Espírito Santo como Mestre?
R. “O Espírito Santo… vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26).
4. Quais são os três tipos de espíritos mencionados nos vv.4-12?
R. Espírito de Deus, espírito do homem e espírito do mundo.
5. Cite três atributos divinos atribuídos ao Espírito Santo.
R. Eternidade, Onipresença e Onipotência.