Fala-se muito em paz mundial, porém ela só ocorrerá mesmo
no glorioso reinado do Senhor Jesus, o Reino Milenar. Este será
um período de mil anos em que a Igreja reinará com Cristo na Terra:
“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi
dada autoridade de julgar. […] e reinaram com Cristo durante mil
anos” (Ap 20.4, ARA). Trata-se de uma época áurea, aguardada
com muita ansiedade pelos israelitas e pela Igreja. O Milénio tem
como propósito preparar a Terra para o estabelecimento do Reino
Eterno de Cristo (2 Sm 7.12,13; SI 89; Lc 1.32,33).
Haverá dois grupos distintos de pessoas na Terra, durante o
Milénio: os povos naturais e os salvos transformados. Estes, que
já estarão com os corpos glorificados (Fp 3.20,21), terão incumbências
nesse governo e poderão interagir com os povos naturais,
similarmente ao que aconteceu com Jesus, depois de sua ressurreição
(Lc 24.39; Jo 20.19,27).
Os povos naturais são os judeus salvos e os gentios absolvidos no
julgamento das nações, todos sobreviventes da Grande Tribulação,
além do povo nascido durante os mil anos. As pessoas cujos corpos
não forem transformados terão o seu desenvolvimento normal.
Haverá nascimentos e mortes. E, apesar de o Tentador estar aprisionado,
o pecado ainda prevalecerá no coração das pessoas não
pertencentes à Igreja glorificada (Is 65.20).
Na descrição da Transfiguração, em Lucas 9.28-37, vemos uma
amostra do Milénio. Cristo aparece em glória (vv. 28-31). Moisés
é o representante dos santos que dormiram no Senhor e hão de
ressuscitar para ingressar no Reino, enquanto Elias representa os
santos vivos arrebatados (v. 30). Os três apóstolos prefiguram os
salvos pertencentes aos povos naturais (vv. 32,33). E a multidão
ao pé do monte representa as nações, que também terão um lugar
no Milénio (v. 37).
Com o Anticristo, o Falso Profeta e os representantes das nações
opressoras de Israel para sempre no Inferno, além de Satanás
aprisionado por mil anos, o mundo terá um novo começo. Haverá
mil anos de paz, justiça e prosperidade, sob o comando do Rei dos
reis e Senhor dos senhores. Cumprir-se-á na Terra a tríplice profecia
de Isaías 33.22: “o SENHOR é o nosso Juiz; o SENHOR é o
nosso Legislador; o SENHOR é nosso Rei; ele nos salvará”.
Nabucodonosor reinou na Babilónia entre os séculos VII e VI
a.C. Por volta do ano 605 a.C, ele teve um sonho — da parte de
Deus — que até hoje é a melhor descrição da ascensão e queda
dos grandes impérios mundiais, a partir do babilónico, passando
pelo império do Anticristo, até chegar à Nova Ordem Mundial,
o Milénio. Este, entretanto, não será propriamente um império,
e sim o Reino Milenar de Cristo. Impérios são impostos pela
força (Ap 13.15,16). E o Senhor Jesus jamais obrigará alguém a
lhe obedecer.
O sonho do rei da Babilónia teria sido um devaneio, sem
nenhuma importância no plano escatológico, caso o Deus do
céu não tivesse revelado a sua significação a seu servo Daniel
(2.27-30). Nabucodonosor viu uma grande estátua — cuja cabeça
era de ouro fino; o peito e os braços, de prata; o ventre e
as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés, de ferro e barro
— , a qual foi atingida nos pés por uma pedra cortada sem auxílio
de mãos (vv. 31-34).
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Daniel, ao interpretar o sonho, disse ao rei da Babilónia que
ele era a cabeça de ouro e que, depois dele, se levantaria outros
dois reinos inferiores, representados pela prata e pelo cobre (Dn
2.36-39). Segundo a História, os dois impérios que vieram após o
babilónico foram o medo-persa, fundado por Ciro, em 539 a.C, e
o grego, estabelecido por Alexandre o Grande, em 330 a.C. Este,
aliás, teria domínio sobre toda a Terra (v. 39).
O profeta explicou que as pernas de ferro da estátua também
representavam um reino, que “será forte como o ferro; pois, como
o ferro esmiuça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas,
ele esmiuçará e quebrantará” (Dn 2.40). Sabemos, pela História,
que esse quarto império mundial foi o romano, que, com
a sua truculência, dominou o mundo a partir de 67 a.C, numa
amplitude sem precedentes.
Quanto aos pés da estátua e seus artelhos em ferro e barro,
Daniel explicou que se tratava de um futuro reino dividido: firme
como o ferro e, ao mesmo tempo, frágil como o barro. O fato de
esses dois elementos não se misturarem denota que o tal império
(uma confederação de reinos), não se entenderá. Será um grande
governo, porém dividido (Dn 2.41-43).
O ferro, composto de blocos compactos, indica poder centralizado,
um tipo de governo ditatorial, totalitário, que hoje cada
vez mais aumenta em todos os continentes. Já o barro é o governo
do povo, democrático, republicano, formado de partículas soltas.
Sabemos, também pela História, que, depois do Império Romano,
surgiram alguns estados nacionalistas fortes, e outros, fracos, os
quais, ao longo dos séculos, vêm tentando uma grande e forte coalizão,
mas sem sucesso. Haja vista a União Europeia, formada por
países fortes, como Alemanha e França, e fracos, como Letónia e
Lituânia.
Após ter sido atingida nos pés pela pedra cortada sem mãos, a
estátua foi esmiuçada por completo. Ferro, barro, cobre, prata e
ouro tornaram-se pó, e este foi levado pelo vento (Dn 2.34,35). A
pedra, então, cresceu e se transformou em um grande monte, que
encheu toda a Terra (v. 35). Daniel disse ao rei Nabucodonosor
que, “nos dias desses reis”, Deus levantará um Reino que jamais
será destruído, o qual esmiuçará e consumirá todos os outros reinos
(vv. 44,45).
À luz da Palavra profética, os pés da estátua, com os seus dez
dedos, representam os reinos que formarão a base para a ascensão
do Anticristo (Ap 13.1; Dn 7.24,25). E exatamente os pés foram
atingidos pela Pedra! Vemos, pois, nessa revelação dada a Daniel,
que o Milénio será o último Reino mundial, que sobrepujará a
todos os impérios que antes dele existiram, principalmente o do
Anticristo.
Segue-se que o domínio dos gentios começou com a cabeça de
ouro: Babilónia. Esse controle continuou com a coligação do Império
Medo-Persa (representada pelo peito e pelos braços de prata)
e a Grécia (ventre e coxas de cobre). Os tempos dos gentios avançaram
com as pernas de ferro do Império Romano. Isso alude à extensão
desse império (as pernas são a parte mais longa do corpo); à
sua divisão em Ocidental e Oriental (duas pernas); e à sua rudeza
ditatorial e totalitária (ferro). Esse período de domínio gentílico
permanecerá até que os pés da estátua (o império do Anticristo)
sejam atingidos pela Pedra cortada sem auxílio de mãos: Cristo.
Nos tempos dos gentios, o mundo não melhorará. Não haverá
a tão esperada Nova Ordem Mundial. Os elementos da estátua
foram ficando inferiores, além de terem sido descritos por Daniel
de cima para baixo, da cabeça aos pés: ouro, prata, cobre, ferro,
ferro com barro, até que tudo se transformou em pó. A Pedra virá
do céu, o que .é uma alusão clara à manifestação do Senhor em
poder e glória para destruir os inimigos de seu povo, na batalha do
Armagedom, e estabelecer o seu Reino na Terra.
fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar