O portal do Templo construído pelo rei Salomão, em
959 a.C., e destruído por tropas assírias, em 599 (ou, se80
gundo outros, 587) a.C. foi apresentado ontem (dia 8 de
outubro – 5? feira de 1987, conforme informações de “ O
Jornal – A Folha de São Paulo” ) pela arqueóloga israelense
Eilat Mazar, em Jerusalém.
A descoberta permite confirmar as passagens bíblicas
em que o Templo foi descrito. Também foram apresentados
uma lamparina a óleo e vários jarros de cerâmica, que
teriam escapado às várias destruições porque passou Jerusalém
nos 3.000 anos de sua história que nos separam de
Salomão.
As descobertas foram feitas em escavações no setor sudeste
do Monte Moriá – atualmente chamado de Monte do
Templo – antigo centro administrativo do reino de Israel
nos tempos do rei Salomão.
O portal dava acesso a uma série de habitações contí-
güas, e a uma torre e ao Templo de Salomão, no qual foi
guardada á Arca contendo as tábuas da lei, dadas por DçuS
a Moisés, segundo conta a Bíblia.
De tipo clássico, adornado com cerâmica, o portal se
assemelha a outras construções do período do reino judaico,
descobertas em toda a região do Oriente Médio, e particularmente
em Israel, no deserto de Neguev, em Lakhis
(centro do país), e em Megido (Galiléia).
Vestígios da época do Templo (segundo este informe)
já foram descobertos, mas não se tinha conseguido escavar
todo o conjunto arquitetônico, em perfeito estado de conservação,
tão próximo da área do santuário, explicou a arqueóloga
israelense.
a. As organizações protestam. Já tivemos ocasião de
ver no início deste capítulo que, os esforços para a conquista
do Monte do Templo e suà construção, têm sido bastante
combatidos. Atualmente, com maior ou menor intensidade,
e por diversos motivos, vários problemas se colocam
para a continuação das escavações arqueológicas.
Organizações tão diversas como o Wagf – Guardiões
dos Bens Muçulmanos -, 0 ministro israelense das Questões
Religiosas, preocupado com a dessacralização de tumbas
no Templo dos Profetas a Unesco e outras, são contra
os trabalhos no Monte Moriá. Para encontrar os restos
do primeiro Templo seria necessário escavar milhões de
metros cúbicos de terra e rochas, com o risco de provocar
perigosos desabamentos, e cataclismo político, afirmou Filat
Mazar.
b. Um porta-voz discute. Uri Minzer, porta-voz do
Ministério das relações Religiosas de Israel, disse que o
trabalho em um dos túneis próximo ao lado ocidental da
muralha teve que ser interrompido, há quatro anos, quando
o Wagf fez um protesto afirmando qi/ç as escavações estavam
provocando tremores no Templo acima.
Os líderes muçulmanos dizem que os judeus estão tentando
cavar seu caminho em direção à área sagrada, num
esforço para destruir sua estrutura. Algumas correntes judaicas
defendem que as mesquitas muçulmanas deveriam
ser destruídas e um Templo construído no lugar.
No entanto, os vestígios encontrados pelo grupo de
dez arqueólogos que desenvolvem o trabalho permitem esperar
por novas descobertas, datando do período dos reis
de Judá, quando floresceu a civilização dos hebreus, em
Jerusalém.
Foram descobertas, nas escavações, uma lamparina a
óleo e doze jarros de cerâmica. Com 1,3 metros de altura e
80 centímetros de diâmetro, estes jarros estão quase intactos,
e estavam imersos nas cinzas do grande incêndio, concluiu
a arqueóloga.
fonte: Ecatologia Severino Pedro da Silva