BETE-SEÃ

estava localizada na extremidade oriental do vale de Jezreel, à
margem sul do rio Jalud. Defendia a estrada entre os vales Jezreel e do Jordão. Portanto,
era muito importante estrategicamente. As escavações realizadas pela Universidade da
Pensilvânia entre 1921 e 1933 foram dirigidas sucessivamente por Clarence Fisher,
Alan Rowe e G. H. FitzGerald. Resultaram em muitas descobertas e esclareceram
grandemente a história da cidade e o papel que desempenhou no drama em que o Egito,
Israel e os filisteus participaram como os atores principais. Foram escavados uns nove
níveis de ocupação, e nas diferentes camadas encontraram evidências culturais, tais
como alvenaria, escultura, joalheria, escaravelhos sagrados, selos e uma panela de ouro
dedicada a Baal. Treze estelas (monumentos inscritos) foram desenterradas. Duas
continham inscrições do faraó Seti I (1318-1301 a.C.), e outra, de Ramessés II (1301-
1234 a.C.). Outra ainda era uma estátua de Ramessés III (1198-1167 a.C.). A primeira
estela de Seti I narra com muitos detalhes como ele enviou “o primeiro exército de Rá”
a Bete-Seã para destruir um motim dos habitantes locais, que ameaçava o governo
egípcio. A outra estela faz referência a um combate aos “apiru das montanhas do
Jordão”, os quais buscavam expandir-se. Há quem sugira tratar-se da tribo de Manassés,
que “não expulsou o povo de Bete-Seã […] tampouco o dos povoados ao redor dessas
cidades” (Jz 1:27). A estela de Ramessés II, de 2,74 m de altura, é datada do nono ano
do reinado desse faraó. Suas 24 linhas estão um pouco apagadas, todavia descrevem o
rei como “uma águia entre os pássaros” que, na direção de seus inimigos, “voa como
plumas no vento”. Entre seus motivos de orgulho mencionava-se a cidade de Ramessés
(ou Ramsés), no Egito. Desafortunadamente, difundiu-se a informação de que a estela
mencionava que a cidade de Ramessés fora construída por escravos asiáticos. A
imprensa fez ampla divulgação dos achados, e muitos passaram a acreditar que
Ramessés II havia sido o faraó da opressão, e Merneptá, seu filho e sucessor, o faraó do
Êxodo. Todavia, quando saiu a divulgação oficial, o público foi informado de que a
cidade de Ramessés era mencionada, mas não havia qualquer alusão à construção da
cidade nem referência alguma ao emprego de hebreus ou asiáticos. Alan Rowe, o
escavador, declarou: “O texto não faz menção alguma às tais obras de construção nem
aos israelitas”.Ruínas de muitas edificações religiosas foram desenterradas durante a
escavação do grande monte de Bete-Seã. Consistiam de uma mesquita muçulmana, uma
igreja cristã, um templo grego e uns cinco ou seis templos nos quais a religião praticada
é descrita como “cananéia com sabor egípcio”. Muitos desses templos foram dedicados
ao deus “Mekal, o senhor (Baal) de Bete-Seã”. No quinto nível, foram desenterrados
dois templos, os quais haviam sido destruídos por volta de 1000 a.C. O que estava
localizado no lado norte do monte, segundo indícios, era o templo de Astarote (Astarte),
em cujas paredes interiores foram penduradas as armaduras de Saul, como troféu, após
sua trágica morte no monte Gilboa. O templo localizado ao sul media 24 x 19 m e tinha
a viga principal disposta na direção leste—oeste. Possuía um largo salão no centro, com
três bases circulares de pedra em ambos os lados. Os escavadores concluíram que era o
templo de Dagom, onde a cabeça de Saul foi exibida (1Cr 10:10; 1Sm 31:10). Na parte
de fora da cidade, foram pendurados os corpos de Saul e seus filhos. A cidade do quinto nível parece haver sido capturada e destruída por Davi, por volta de 1000 a.C. Depois disso, permaneceu em ruínas até o ano 300 a.C., quando apareceram os edifícios
helenísticos.
Ver tb: Js 17:16, 1Sm 31:10, 1Rs 4:12

 

fonte: BIBLIA THOMPSON

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