A Ressurreição de Cristo

Neste capítulo, é indispensável o assunto da ressurreição
de nosso Senhor Jesus Cristo. Visto ser Ele, a “base”
fundamental de toda a ressurreição (1 Co 15.20). Paulo diz
que Jesus “ …ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras…”
(1 Co 15.3). O testemunho vivo da ressurreição de
Cristo era necessário para que o Senhor confirmasse sua
promessa feita sobre ela. Também era necessária para que
se pudesse confiar nele como Salvador. Quando Jesus morreu
sobre a Cruz. a fé dos seus discípulos aparentemente
também expirou. José de Arimatéia, senador honrado e
Nicodemos um dos príncipes dos judeus o sepultaram no
sepulcro novo. não apenas 0 corpo de Jesus de Nazaré, mas
aparentemente também a fé de seus seguidores.
Foi necessária assim sua ressurreição ao “terceiro
dia”, como demonstração do supremo poder pessoal de
Deus. chamando do “seio da terra” aquele que trouxe a vida.
a luz e a incorrupção pelo Evangelho (compare-se 2 Tm
1.10).
Vários elementos comprobatórios foram usados nesta
ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo:
a. O testemunho da natureza. “E eis que houvera um
grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do
céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela”
(Mt 28.2).
Fazendo tremer a terra, partindo as pedras e abrindo
os túmulos (Mt 27.51 e ss), Deus, saudou 0 Salvador triunfante.
Assim a morte de Cristo foi saudada pela natureza.
Outro terremoto, porém, saudou sua ressurreição. Agora
estava declarado 0 grande acontecimento da sua realidade
imortal.
A “Sismologia” é a cência que estuda as ondas de choques
geradas por terremotos. Ela diz que o “terremoto” é
um dos fenômenos da natureza; quando os elementos em
combustão entram em contato com a massa fria debaixo
da terra, então, há violenta perturbação da natureza e se
processa gigantesca detonação no hemisfério. Na ressurreição
de Cristo, porém, 0 fenômeno foi produzido por algo
sobrenatural, foi a intervenção direta e poderosa do Deus
vivo e poderoso chamando do “seio da terra” 0 seu Filho
como 0 primeiro exemplar da imortalidade.
b. O “dia e a hora”. O trecho de Marcos 16.9 e ss diznos
que “o primeiro dia da semana” foi 0 dia da ressurreição
de Cristo, embora ali não seja indicado se Ele ressuscitou
(ou tenha voltado à vida) pouco antes do romper do dia
ou justamente nesta ocasião. As evidências nos dizem que
é possível que Jesus tenha ressuscitado bem pouco antes
disso, pouco depois das 6,00 horas da manhã, ou exatamente
às 6,00 horas em ponto!
O Evangelista Mateus, contudo, parece ligar a ressurreição
com o aparecimento do anjo e o terror dos guardas,
os quais, até então, evidentemente estavam irresistíveis.
Quanto ao dia de sua ressurreição, Ele mesmo declarou em
vários de seus elementos doutrinários que seria “ao terceiro
dia” :
Muitas pessoas questionam a veracidade da afirmação
de Jesus:
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre
da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e
três noites no seio da terra” . Então surge a pergunta: “Como
pôde Jesus permanecer no túmulo três dias e três noites
se Ele foi crucificado na Sexta e levantado no Domingc
pela manhã?”.
A expressão usa-se em várias conexões como sendo
idêntica a “depois de três dias” (Mt 27.63). Conforme o
costume dos judeus e outros povos da antiguidade, parte
de um dia, no começo e no fim de um período, era contado
em casos especiais, como um dia (Et 4.16; 5.1). “Três dias
e três noites”(Mt 12.40), na simbologia profética (no modo
extenso de dizer “três dias” – significava: três dias e três
noites – 1 Sm 30.12,13); “Depois de três dias’’׳) Mc 8.31;
10.34; ·Jo 2.19), e “no terceiro dia” (Mt 16.21; 17.23; 20.19;
Lc 9.22; 24.7,21,46), são frases que se usam umá pela outra
para significar o período de tempo que Jesus passou no
“seio da terra”, desde a tarde da Sexta-Feira à manhã de
Domingo.
c. “…Três dias e três noites” . O registro da morte de
Cristo e sua ressurreição, como está nos Evangelhos de
Mateus, Marcos, Lucas e João, indica que Jesus foi crucificado
e sepultado na Sexta-Feira, antes do pôr-do-sol, que é
o começo do dia seguinte para os judeus, e ressuscitou no
primeiro dia da semana, que é o nosso domingo, antes do
nascer do sol, ou por ocasião deste.
Isto coloca Jesus na sepultura por parte da Sexta, o
Sábado inteiro, e parte do Domingo. Jesus, também, falou
de sua ressurreição em João, afirmando que seria levantado
em três dias e não no quarto dia.
O Evangelista Mateus esclarece esse uso idiomático.
Depois que os fariseus contaram a Pilatos a predição de Jesus;
no sentido que “Depois de três dias ressuscitarei” (Mt
27.63), eles lhe pediram uma guarda para o túmulo A TÉ o
terceiro dia. O doutor Josh McDowell nos lembra aqui o
seguinte: “ Se a frase – …após três dias – não tivesse substituído
a expressão terceiro dia, os fariseus teriam pedido
uma guarda para o quarto dia. Muitas vezes a expressão
“um dia e uma noite” era a expressão idiomática usada
pelos judeus para indicar um dia, mesmo quando somente
parte de um dia era indicada, para expressar tal significado
do pensamento”.
Por exemplo, em 1 Samuel 30.12, registra: “ …havia
três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebido
água”. E no versículo seguinte nós lemos: “ …meu senhor
me deixou, porque adoeci há três dias”. Em Gênesis
42.17.18, lemos: “E pô-los juntos em guarda três dias” . E
no contexto: “E ao terceiro dia…” Em outra forma de ver
“três dias e três noites” é ter em consideração 0 método judaico
de calcular o tempo. Os escritores judaicos registraram
em seus comentários sobre as Escrituras 0 princípio
que governava 0 registro do tempo. Qualquer parte do
período de um dia era registrado como um dia completo. O
Talmude Babilônico relata que “uma parte de um dia é 0
total dele” (Mishnah, Tractate J. Shabbath’, Chapter IX,
Par. 3.). O Talmude de Jerusalém, assim chamado porque
foi escrito em Jerusalém, diz, conforme descreve 0 doutor
Arthur C. Custance, em seu livro: “A Ressurreição de Jesus
Cristo”, 1971: “Temos um ensino – Um dia e uma noite
são um O n a h ’ e a parte de um O n a h ’ é como o total dele” .
E fecha: “Um Onah é, simplesmente, um período de tempo”.
d. O modo de calcular. Os “três dias e as três noites”
referentes ao período em que Cristo ficou no túmulo podem
ser calculados como se segue: Cristo foi crucificado na Sexta.
Qualquer tempo antes das 18 horas de Sexta seria considerado
numa ação retroativa “um dia e uma noite”.
Qualquer tempo depois das 18 horas de Sexta seria considerado
prospectivamente “um dia e uma noite” . Semelhantemente,
qualquer tempo após às 18 horas de Sábado
até o momento em que Cristo ressuscitou, na manhã de
Domingo, também seria “um dia e uma noite”.
O efeito da morte de Cristo foi universal e não apenas
para a Palestina (verdade é, que literalmente falarfdo, foi
na Palestina), mas no sentido geral foi universal. Assim
sendo, quando Jesus morreu, às três horas da tarde da Sexta,
era já noite no “Extremo Oriente”. Já havia uma noite
no hemisfério. Ele foi sepultado antes do Pôr-do-sol e,
quando ressuscitou era dia no “Extremo Oriente e três noites
no “Extremo Ocidente”
Se nosso pensamento é acertado nesta possível interpretação,
os “três dias e as três noites”, podem ser computadas
literalmente (cf. Ec 7.27).
Fora disso, conforme nosso costume ocidental, muitas
vezes usamos o mesmo sentido, com referência ao tempo.
Por exemplo, muitos casais esperam que seus filhos nasçam
antes de meia noite de 31 de dezembro. Se nascido às
23,59 horas a criança será tratada, para os efeitos do im158
posto de renda, como tendo nascido a 365 dias e 365 noites
daquela data. Isto é verdade mesmo que 99,9rf do ano já
tenha passado! E no período da criação 0 primeiro dia começou
com a escuridão. E daí em diante sucessivamente,
cada período de 24 horas foi indicado como “a tarde e a
manhã” (Gn 1.5, etc). Na ressurreição de Cristo, portanto,
devem estar presentes todos estes argumentos!

 

fonte: Escatologia Severino Pedro da Silva

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