Sempre recebo e-mails e mensagens anônimas dos amantes, fãs,
fanáticos e ardorosos defensores de um famoso escritor, cujas iniciais do
nome são K.H. Alguns comentários são desafiadores, e outros, um tanto
ameaçadores. Os remetentes me acusam de falar mal do papai H., que, aliás,
já partiu para eternidade.
Em primeiro lugar, peço perdão aos seguidores de K.H. por eu amar a
Jesus Cristo e sua Palavra, considerando-a a fonte máxima de autoridade.
Sinceramente, lamento que esses irmãos valorizem tanto o que um homem
mortal falou, em detrimento do que dizem as Escrituras. Não são estas a
Palavra de Deus? Ou têm os escritos do papai H. mais valor que a Bíblia
Sagrada?
Os seguidores de K.H. não suportam ouvir críticas contra os seus
escritos. Mas a Bíblia, que está acima de qualquer ser da Terra ou do mundo
espiritual (Gl 1.6-12), diz que não podemos ultrapassar o que está escrito (1
Co 4.6, ARA). Nesse caso, proponho aos que seguem aos ensinos de tal
“mestre” que façam agora uma comparação entre o que ele afirmou e o que
as infalíveis Escrituras dizem.
Muitas razões me levam a não concordar com as afirmações do senhor
K.H. Porém, analisarei apenas nove motivos pelos quais pontifico que a
Palavra de Deus não apóia as idéias triunfalistas do autor cujas iniciais do
nome aqui são citadas.
Primeiro motivo. K.H. afirmou: “Na realidade, eis o que é a vida
eterna: Deus comunicando toda a sua natureza, substância e ser aos nossos
espíritos… Louvado seja Deus! Tenho a vida e a natureza de Deus. Tenho
dez vezes mais sabedoria e entendimento do que o restante da classe” (Zoe:
A Própria Vida de Deus, Graça Editorial, pp. 10,29).
Jesus definiu assim a vida eterna: “E a vida eterna é esta: que
conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17.3). Esse conhecimento de Deus não implica receber toda a
sua natureza. Caso contrário, seríamos oniscientes, onipresentes, onipotentes
e imutáveis! Segundo a Bíblia, participamos, sim, da natureza divina quanto
a seus atributos comunicáveis: amor, bondade, fidelidade, etc. (2 Pe 1.4-9).
Mas isso não eqüivale a ter “toda a sua natureza”.
Segundo motivo. O papai H. também disse: “Deus nos fez tão
semelhantes a si mesmo quanto lhe foi possível. Fez-nos para pertencer à sua
própria categoria… O Senhor fez o homem como o seu substituto aqui na
terra. Ele constituiu-o como rei para governar tudo o que tinha vida. Vivia
em termos de igualdade com o Criador” (Zoe: A Própria Vida de Deus,
Graça Editorial, pp.50,51).
Nunca vivemos em termos de igualdade com o Criador!
Fomos feitos à imagem de Deus, conforme a sua semelhança (Gn
1.26), porém isso não implica possuir os atributos exclusivos da deidade. H.,
pois, corrobora a sua tese de que o crente tem “toda a natureza divina”, numa
tentativa de convencer os seus leitores a se comportarem como deuses na
Terra. Pode, porventura, o vaso assemelhar-se ao Oleiro? Haja presunção!

 

fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi

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