Armagedom A Guerra e as Armas

Entre o povo de Deus tanto era conhecida a guerra
como suas armas. Mas havia, mesmo com armas humanas
uma participação de Deus na batalha: “ …as guerras do
Senhor” (Nm 21.14; 1 Sm 25.28). As armas também eram
indispensáveis fosse qual fosse a batalha (Jz 18.1 e ss; ·Jr
21.4). Elas variavam tanto na forma como na material em
que eram feitas: sílex bronze e ferro. Pode-se classificá-las
em armas defensivas e ofensivas. Entre as mais conhecidas.
a. Defensivas: – O pequeno escudo, mãghãn, para o
designar do escudo maior, çinnâ, também traduzido “ pavês”
. Provavelmente, esta espécie de escudo menor era redondo,
enquanto que o maior era ablongo, certamente de
madeira coberto de couro (Jr 46.3) igual aos escudos de ouro,
de que fala 0 livro dos Reis (10.16); eram de ostentação.
O elmo, kôbha = capacete, pouco definido no reinado
de Saul (1 Sm 17.38), mas que foi muito usado a partir da
época de Uzias (2 Cr 26.14).
A armadura (Maddím = armadura defensiva (1 Sm
17.38); nêshep = armadura ofensiva, armas (2 Rs 10.2). Finalmente,
essa espécie de armadura era sempre rara e apanágio
dos chefes (1 Sm 17.5,38; 1 Rs 22.34).
As caneleiras, miehâ = grevas. Parte da armadura que
protegia as pernas entre cs joelhos e os tornozelos, sendo
mencionada apenas uma vez nas Escrituras: grevas (1 Sm
17.6).
Couraça, shiryôn = cota de malhas. Havia duas espé-
cies: couro para os soldados e bronze para os líderes. A de
Golias era de bronze, visto ser o “ campeão” (1 Sm 17.5).
b. Ofensivas: – A funda, “gela” = 0 estilingue (1 Sm
17.40). Era usada principalmente pelos pastores palestinos.
Mas segundo se depreende de outras passagens: era
arma de guerra. Exemplo (Jz 20.16; 1 Cr 12.2; 2 Cr 26.14);
em Jeremias 10.18, usa-se o gráfico metafórico da funda
como arma fatal.(97)
A lança, h^níth = a longa (1 Sm 17.7). Havia dois tipos
mais manejáveis (1 Sm 10.10 = a menor), e a grande mais
pesada, capaz de transpassar dois homens com um só golpe
(Nm 25.7 e ss).
O dardo (Kidhôn = o punhal do ocidente, 2 Sm 18.14).
Havia também uma outra palavra, a rõmah, mas aparentemente
usada apenas como lança (Jz 3.21).
A espada, herebh, é a arma ofensiva mais freqüentemente
mencionada a Bíblia. A lâmina reta era de ferro (1
Sm 13.19) e algumas vezes tinha dois fios (SI 149.6; Hb
4.12). Era pendurada no cinto (h^ghôrâ).
O arco e a flecha, gesheth = arco – hês = flecha, mortalmente
feria 0 coração (2 Rs 2.24). Algumas vezes as fiechas
eram adaptadas para levar materiais incandescentes
= “ setas inflamadas” (SI 7.13 e 91.5).
A tocha, reluzente, que podia prestar na proximidade
os serviços que a flecha incandescente prestava à distância.
Finalmente, embora bem menos freqüente que as anteriores,
a massa, martelo (Pv 25.18; Jr 51.20).
Os carros de guerra, heb. “ aghãlâ” , devido o rolar das
rodas. Estes eram puxados por cavalos e ocupados por três
homens. Originalmente, usados no Egito e na Babilônia,
só apareceram em Israel na época de Salomão (2 Cr 9.25).
As máquinas de assaltos, do gênero “ catapulta” , de
que fala o livro de 2 Crônicas (26.15), também são mais
ofensivas que defensivas.(98)
O erite, mêphiç = cacetete. Essa arma freqüentemente
usada entre os heteus, assírios, babilônios e elamitas. A
única menção bíblica fica em Jeremias 51.20, mas 0
hebraico “ mêphiç” , diz literalmente: “ …espalhador” . Heródoto
(VII. 63) descreve tal arma, que era levada pelas
tropas assírias do exército de Xerxes.(99)
c. Além, do uso que se fará destas possíveis armas
(nem todas) ali naquele grande dia; outras armas e exércitos
de caráter espiritual estarão também em foco!
O apóstolo João em seu Apocalipse (9.16-20) fala de
uma cavalariça infernal. Veja o que descreve o apóstolo:
“ E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam
tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre…”
(v 17). A visão vista por João sobre estes cavalos
compreende também os cavaleiros.
Os cavaleiros parecem ser de pouca monta em relação
aos cavalos, que causam maior terror; eles apavoram e destroem.
A atribuição de caudas, como serpentes, àqueles
cavalos que sopravam fogo, os torna tremendamente grotescos.
Podemos observar que nos versículos anteriores, “ …os
cavaleiros têm couraça de vermelho fogoso, azul fumegante
e amarelo sulfúrico…” .(100) São verdadeiras couraças
que inspiram cisma e extremo terror. João vê aqui todos os
horrores daquela guerra, quando os adversários virão velozes
como cavaleiros, fortes como leões, venenosos como
serpentes, a soprarem elementos que cegam e queimam
com poder mortal. Temos aqui, portanto, forças mortais,
letais, poderosas, maliciosas e incansáveis, enviadas contra
a humanidade, por causa de seu pecado e de seu mundanismo.

 

fonte: Ecatologia Severino Pedro da Silva

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