Se por um lado a Homilética pode ser prejudicial ao pregador, caso ele
se torne escravo dela, por outro ela é imprescindível. E o que mais se vê,
hoje em dia, são pregadores que sequer sabem a diferença entre as partes de
uma pregação.
Alguns já iniciam como se estivessem concluindo. Outros falam,
falam, falam… E, quando pensamos que vão concluir, dizem: “Bem, feitas
essas considerações iniciais, vamos agora à mensagem”.
Qualquer pregação expositiva, por mais simples que seja, deve possuir
começo, meio e fim. Ou, em outras palavras: introdução, desenvolvimento e
conclusão. A leitura bíblica, o anúncio do tema e uma rápida explicação dos
objetivos da pregação fazem parte da introdução. O desenvolvimento é a
exposição da Palavra de maneira lógica e seqüencial. E a conclusão é a
aplicação de tudo o que foi falado, a qual pode incluir o chamado apelo e
uma oração.
Na introdução, o pregador deve anunciar o tema, que é o pensamento
central da mensagem, baseado no texto lido. O tema está para uma pregação
assim como um título está para um livro. Uma obra literária pode ser muito
boa, mas, e se o seu o título não chamar a atenção? Da mesma forma, se o
tema for criativo, o auditório se sentirá motivado a ouvir a exposição.
Após a introdução, que é uma exposição rápida e objetiva da
mensagem, com o anúncio do seu tema, o mensageiro começa a desenvolver
o assunto. Ele deve fazer uma explanação detalhada do assunto proposto, em
tópicos e subtópicos, como veremos abaixo, até chegar à conclusão, isto é, à
aplicação prática aos corações dos ouvintes. O pregador deve estar em
sintonia com o Espírito Santo do começo ao fim da exposição, pois Ele pode
revelar-lhe necessidades específicas da platéia.
Lembro-me de que, há alguns anos, no fim de uma pregação, veio ao
meu coração o texto de Provérbios 29.1. E, antes que eu terminasse de falar,
disse: “Ainda tenho uma última palavra” e citei o versículo. Eu não havia
pensado em mencioná-lo; não estava no meu roteiro. Mas, alguns dias
depois, recebi uma ligação em que, certa pessoa, com a voz embargada, me
disse: “Eu estou desviado e, até àquele culto, encontrava-me insensível, mas
o último versículo citado não sai da minha mente. Ore por mim. Estou
incomodado. Sinto-me como se estivesse próximo do Inferno”.
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi