Apesar da pressão que os acusadores exerciam sobre Estêvão, ele
começa a sua exposição com respeito e ética: “Varões irmãos e pais, ouvi”
(At 7.2). Confesso que fiquei impressionado com tal atitude. Isso porque já
fiquei irritado ao ser mal recebido em certos lugares e indignado por não
priorizarem a Palavra de Deus. Em alguns casos, não tive a mesma
serenidade de Estêvão…
Às vezes, pelo fato de termos o microfone à mão, sentimo-nos
poderosos e verberamos contra pessoas. Ainda que tenhamos razão, se não
fizermos isso segundo o Espírito, e sim transbordando de ira, não
agradaremos ao Senhor. Soube que certo pregador — indignado pelo fato de
inúmeras pessoas terem tido oportunidade antes dele, “empurrando” a
pregação para o fim do culto — esbravejou, em um grande congresso: “Já
falaram o prefeito da cidade, o deputado fulano, a vereadora sicrana… Eu
pensei que Jesus não falaria neste culto”.
Bem, algumas coisas tenho a dizer. Primeiro, eu considero um
absurdo “empurrar” o momento da pregação para o fim da reunião. Isso
demonstra, no mínimo, imaturidade de quem dirige o culto. Em muitos
casos, é ausência de temor a Deus e falta de desejo de ouvir a sua Palavra.
Que negócio é esse de ouvir um sem-número de saudações? O que é um
culto, uma apresentação de pessoas? E, nesse caso, um local onde políticos e
candidatos fazem seus discursos? Isso está errado e tem de acabar para o
bem da obra de Deus.
Por outro lado, por mais desorganizado que seja um culto, o pregador
deve se conter, evitando verberar contra a direção da igreja. Veja o caso de
Estêvão. Diante de tamanha pressão, teve a calma necessária para saudar a
todos com ética e respeito.
Espera-se isso de um homem de Deus. Contudo, se, durante a
exposição, o Senhor lhe der alguma mensagem, caro pregador, fale, ainda
que tapem os ouvidos e queiram apedrejá-lo.
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi