Muitos não conseguem — ou não querem — enxergar que as verdades
centrais da fé cristã estão perdendo espaço para a supervalorização do ser
humano. Somos tão importantes assim, a ponto de um culto ser voltado todo
para o nosso “eu”?
Ora, os cânticos que entoamos devem ser em louvor a Deus (Sl 136.1-
3; 138.1,2), e a nossa maior pregação deve ser Jesus Cristo crucificado (1 Co
1.22,23; Fp 3.18). O que passar disso com certeza faz parte do plano
diabólico de, nos últimos dias, desviar os crentes da sã doutrina (1 Tm 4.1; 2
Tm 4.1-5).
Mas prossegue a canção: “Não desista; não pare de lutar; não pare de
adorar”. Oh, até que enfim uma ênfase à adoração… Mesmo assim, sem
nenhuma especificidade. Simplesmente, “não pare de adorar”. Adorar a
quem? Adorar como? Adorar com quê? Cantando essa “canção” de autoajuda,
recheada de humanismo? Que Deus nos ajude a tirar do nosso meio
esse perigoso antropocentrismo, que nos afasta cada vez mais da vontade do
Senhor, levando-nos a confiar em nossas “palavras mágicas” e em nossos
“sonhos”.
Alguém pode pensar que estou exagerando. Mas a composição em
análise enfatiza o que qualquer palestrante ou livros seculares de auto-ajuda
dizem. Ela parece mesmo ter sido inspirada em livros como Nunca Desista
de seus Sonhos ou Você É Insubstituível. Não há nenhuma menção à
vontade de Deus e à sua grandeza; não se faz referência à obra salvífica
realizada na cruz por Jesus Cristo, tampouco à vida de santificação e
renúncia que o crente deve ter nesta vida, ante a iminente volta do Senhor
(cf. Lc 9.23; Hb 12.14; 1 Jo 3.1-3).
Quem não gosta de ouvir elogios e palavras animadoras? Ah, como é
bom ouvir uma mensagem que nos motiva a ser felizes nesta vida, que nos
estimula a usar toda a “nossa força” para mudar este mundo! Contudo, não se
anime tanto! Nada somos em nós mesmos! Temos de nos humilhar debaixo
da potente mão do Senhor (1 Pe 5.6; Sl 138.6; Ef 6.10). Nada de auto-ajuda!
Precisamos é da ajuda do alto!
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi