Diz ainda a canção em análise: “Levanta teus olhos e vê; Deus está
restaurando os teus sonhos; e a tua visão”. Meu Deus! Não agüento mais
tantas palavras de auto-ajuda! Alguém argumentará: “Viu, irmão Ciro? A
canção fala de Deus. Por que ser tão crítico?”
Oh, sim, é verdade; há uma referência a Deus! Mas não se anime
tanto… Observe que Ele é mencionado restaurando os “teus” sonhos, a “tua”
visão. Afinal, o que vale mesmo é o que “você” sente, o que “você” pensa, o
que “você” sonha… Você, você, você! “Você é o cara”, como diria um
famoso jogador de futebol…
Que visão Deus estaria restaurando? Visão de quê? A Palavra do
Senhor nos manda olhar para Jesus, autor e consumador de nossa fé (Hb
12.1,2). No entanto, depois de tanta ênfase ao ser humano, a composição em
apreço só pode estar incentivando o crente a olhar para dentro de si mesmo e
contemplar as suas potencialidades e a sua capacidade de “sonhar” os
“sonhos de Deus”, e não olhar para o Senhor Jesus, não é mesmo? Por falar
em Jesus, o nome dEle não aparece nenhuma vez nessa canção!
A última parte do “hino” em análise diz: “Recebe a cura; recebe a
unção; unção de ousadia; unção de conquista; unção de multiplicação”.
Recebe, recebe, recebe! Viva o humanismo!
Não é preciso mais adorar a Deus em espírito e em verdade. Com o
modismo que se instalou no meio do povo de Deus, de todos acharem que
podem profetizar na hora em que bem entendem, temo que esta parte da
composição fomente mais ainda essa prática descabida e antibíblica. De
acordo com a Palavra, nem todos são profetas; devem profetizar dois ou três,
enquanto os outros julgam (1 Co 12.29; 14.29).
Devido ao falacioso e também pernicioso movimento da confissão
positiva, muitos crentes acreditam que há poder próprio em suas declarações
de fé e acham que podem abrir e fechar portas por meio de palavras de
ordem; e pensam que têm o poder de determinar, decretar, etc. Isso contraria
a Palavra de Deus (Hb 4.12; Jo 14.13; Jr 33.3; Tg 5.17).
O crente deve pedir, suplicar e rogar (Mt 7.7,8; Jr 23.19), e não
determinar, decretar e profetizar quando bem entende.
Ezequiel profetizou, pronunciando a Palavra de Deus, conforme se lhe
deu ordem, e não porque se considerava “a boca de Deus na Terra” (Ez 37.1-
10).
“Bendito serei no campo; bendito serei; por onde eu passar; onde eu
tocar abençoado será, quando eu obedecer a sua voz”. Boa conclusão! A
obediência é de novo enfatizada, como no começo. Além disso, assevera-se
que o crente não deve ser apenas abençoado, e sim uma bênção, um canal de
bênçãos para os que estão à sua volta (Gn 12.1-3). De fato, o crente fiel —
que atentamente ouve o Espírito Santo —, por onde quer que passe,
influencia pessoas; negócios prosperam, igrejas são abençoadas, etc.

 

fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi

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