Existe uma crença extrabíblica de que, além das doenças decorrentes
de uma predisposição genética, males espirituais são transmitidos de avô
para neto, de pai para filho, etc. O evangelho de Cristo é simples: basta crer
em Jesus, confessá-lo como Senhor (Rm 10.9-10), permanecer nEle (Mt
24.13; 1 Co 15.1-2) e viver em santificação (Hb 12.14), a fim de ser salvo e
participar das bênçãos que acompanham a salvação (Hb 6.9).
No entanto, há enganadores querendo complicar a simplicidade do
evangelho (2 Co 11.3,4). É como se dissessem: “Se podemos complicar, por
que simplificar?”
Somente Cristo, por meio de sua graça, liberta o ser humano. Não são
necessárias fórmulas e receitas para alguém se libertar de supostas maldições
hereditárias. Mas alguém poderá argumentar: “Há passagens bíblicas, como
Êxodo 20.5, que não deixam dúvidas quanto à existência da maldição
hereditária”. É mesmo? Não se apresse! Cada passagem da Bíblia deve ser
analisada com base no contexto. Você sabe o que é isso, não sabe?
Bem, se acreditarmos que Êxodo 20.5 aplica-se a nós, teremos de
admitir que fomos tirados do Egito, literalmente, nos dias de Moisés!
Constate isso lendo agora os versículos 1 e 2.
Esse mandamento e as punições extensivas às gerações dos seus
infratores foram endereçados aos israelitas, e não a nós! Os mandamentos da
Bíblia se dirigem a três povos (1 Co 10.32), e não devemos interpretá-los a
bel-prazer. É a Palavra de Deus que deve nos guiar (Sl 119.105).
Mas, sabe de uma coisa? Ainda que a passagem citada se aplicasse a
nós, ela não apoiaria a maldição hereditária, posto que alude ao fato de os
pecados dos pais levarem os filhos ao sofrimento, ao adotarem os seus
hábitos e atitudes más. Apesar de Deus respeitar a individualidade (Ez 18.4;
Tg 1.14), o exemplo dos pais é preponderante na formação de uma pessoa
(Êx 34.7; Pv 22.6).
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi