Não há base bíblica para o que chamam hoje de “adoração através da
dança” ou “adoração extravagante”, etc. Sei que há igrejas mais moderadas e
reverentes. Mas tenho de ser franco: qualquer tipo de dança é prejudicial ao
culto. Por quê? Primeiro porque não tem apoio da Palavra de Deus. Segundo,
porque ela sempre foi uma manifestação para agradar uma platéia, e não a
Deus. Lembra-se da filha de Herodias? Ela dançou para o público e agradou
Herodes. Deus é exaltado por meio de cânticos, e não de danças (Sl 57.7).
Sei que me acusarão de “quadrado”… Dirão que eu não conheço outras
culturas, que nunca saí do Brasil. Bem, Deus já me permitiu fazer algumas
viagens, e eu também gosto de estudar costumes e cultura dos povos. Gosto
muito de missiologia e tenho plena convicção de que é impossível fazer
missões sem uma transculturação. No entanto, até que ponto um servo de
Deus deve submeter-se à cultura de um povo?
Ora, a Palavra de Deus deve nos guiar (Sl 119.105), e é preciso
renúncia para seguir ao Senhor Jesus (Lc 9.23). Nesse caso, o fato de a dança
ao som dos tambores fazer parte da cultura africana não obriga os crentes
africanos a adotarem a dança em seu culto ao Senhor. Da mesma maneira,
não é por que o brasileiro gosta de samba, que os nossos cultos necessitam
desse elemento.
A dança no culto não é uma questão cultural. Nas Escrituras não há —
repito — nenhuma passagem que apóie a dança no culto neotestamentário.
“Ah, mas eu quero dançar, gosto de fazer isso e tenho certeza de que Deus a
receberá”, alguém poderá argumentar. Tudo bem. Dance! Assuma a
responsabilidade diante de Deus. Mas não venha dizer que o culto precisa de
danças e coreografias para agradar ao Senhor. As nossas reuniões
sobreviveram sem esses elementos durante muito tempo.
Em várias igrejas, as danças e coreografias só vêm sendo incorporadas
ao culto porque lhes falta o principal: salmo, doutrina, revelação, língua e
interpretação (1 Co 14.26). Um culto não pode sobreviver sem a genuína
manifestação do Espírito, a Palavra de Deus e os verdadeiros louvores. Sem
dança e coreografia, ele subsiste — sempre subsistiu, ao longo da História
— e fica até melhor, reverente, com mais tempo para a exposição bíblica. O
problema é que hoje os cultos são feitos para agradar pessoas, e não a Deus.
Os gostos pessoais prevalecem, infelizmente.
Se nos conscientizarmos de que o culto é para Deus, e não para
pessoas; e se nos convencermos de que a maneira de Deus falar, no culto,
não é pelas danças e coreografias, e sim pela Palavra, tudo ficará mais fácil.
Leia Apocalipse 19.1-7. Nesta passagem temos um exemplo de como deve
ser o culto a Deus, na presença dEle. Não há nenhuma menção à dança. O
culto deve ser reverente e com palavras de louvor.
Como seria bom se compositores, cantores e pregadores entendessem
que não devemos ir além do que está escrito na Palavra de Deus (1 Co 4.6)!
Mas você, caro leitor, pode ajudar alguém a compreender isso, que, aliás, é o
assunto do próximo capítulo. Afinal, como aqueles que estão enganados
poderão entender as Escrituras, se alguém lhas não ensinar?
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi