Já estive em várias reuniões do reteté. Os “hinos” são apresentados em
ritmos como axé, com batuques que lembram reuniões de candomblé, e
muito forró. Pura carnalidade! Pessoas rodopiam, caem, riem, berram, etc. E
alguns obreiros tolerantes, frouxos, ainda dizem que isso se trata apenas de
meninice.
Ah, se o reteté fosse apenas meninice! Bastaria ensinar os “meninos”
no caminho em que devem andar, não é mesmo?
Porém, são poucos os crentes que se envolvem com práticas estranhas
por falta de amadurecimento. A maioria gosta desses “moveres” por
carnalidade e falta de temor a Deus! E, em alguns casos, verifica-se até
apostasia decorrente de influência maligna (cf. 1 Tm 4.1).
Obreiros neófitos gostam do tal reteté, a ponto de se indignarem
contra quem estimula o povo a ler mais a Bíblia e ser mais equilibrado. Eles
dificilmente oram e, quando o fazem, valem-se das chamadas “orações de
guerra”. Ordenam, determinam, decretam… Esses anões espirituais não têm
fome pela Palavra. Quando um pregador cita as Escrituras, bocejam. O
negócio deles são as efemeridades; gostam de movimentos — da carne, é
claro.
Um dia desses, em um dos aeroportos brasileiros, eu me pus a ler a
Bíblia na sala de embarque — não é sempre que faço isso em lugares como
esse —, a espera da chamada de meu vôo. De repente, um famoso superpregador
do reteté, de mãos vazias, se aproximou. Sentando-se ao meu lado,
ele disse, num tom que me pareceu zombeteiro ou um tanto desdenhoso:
“Pois é… quem ensina precisa mesmo ler a Bíblia”.
Tentei inutilmente conversar com ele sobre o que eu estava lendo nas
Escrituras, mas o seu negócio era contar vantagens. Apresentou-me, em
cerca de dez minutos, toda a sua agenda… Depois que nos despedimos,
fiquei pensando que, para manipular os ingênuos crentes do reteté, realmente
não é preciso ler a Bíblia. Basta ter à mão um arsenal de animação de
auditório, suficiente para garantir o “mover de Deus”.
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi