Haverá, ainda no tenebroso período de juízos da Grande Tribulação,
duas duplas: uma do mal, a serviço de Satanás, e outra do
bem, enviada por Deus. A primeira, bestial, formada pelo
Anticris-to e pelo Falso Profeta, blasfemará e guerreará contra os
santos. Ela também fará grandes sinais, para enganar os que
habitam na Terra. A segunda, celestial, será composta de duas
testemunhas do Senhor Jesus, as quais profetizarão com grande
poder e também farão sinais.
As duas testemunhas serão dois profetas do Altíssimo que — à
semelhança de Moisés e Elias, Micaías e Jeremias, João Batista e
Estevão, Paulo e o próprio Senhor Jesus — entregarão mensagens
de juízo com toda a ousadia, a ponto de deixar os adoradores da
Besta atormentados (Ap 11.10). Elas exercerão o seu ministério
na primeira metade da Grande Tribulação: “e [os gentios] pisarão
[pisotearão] a Cidade Santa por quarenta e dois meses. E darei
poder às minhas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e
sessenta dias” (vv. 2,3).
Os detalhes da missão e as características das duas testemunhas
são mencionados em Apocalipse 11.1-13:
Poder e autoridade. As duas testemunhas terão especial poder e
grande autoridade da parte de Deus para cumprirem a sua missão
(vv. 3-6). Isso será necessário em razão da terrível oposição que
enfrentarão por parte dos adoradores da Besta.
Vestes simples. Elas se vestirão de pano de saco (v. 3). Trajar-se
de pano de saco, especificamente, denota pesar, coração quebrantado.
As duas testemunhas serão, por assim dizer, antítipos dos
profetas do passado, como João Batista, que não andava ricamente
vestido (Mt 11.8); antes, usava uma veste de pêlos de camelo e
um cinto de couro em torno de seus lombos (3.4).
Identidades não reveladas. São identificadas apenas como “as
duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus [lit.
Senhor] da terra” (Ap 11.4). O fato de a Bíblia não mencionar as
suas identidades tem motivado pregadores a explorarem o campo
das especulações inúteis. Alguns afirmam que elas já estão no céu.
Desta dedução decorre a especulação de que são Enoque e Elias,
em razão de não terem passado pela morte (Gn 5.24; 2 Rs 2.11;
cf. Ap 11.7). Lembremo-nos uma vez mais de que as coisas encobertas
pertencem ao Senhor (Dt 29.29).
proteção divina. Enquanto elas não cumprirem a sua missão,
ninguém poderá vencê-las: “se alguém lhes quiser fazer mal, fogo
sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e se alguém lhes quiser
fazer mal, importa que assim seja morto” (Ap 11.5). Isso é uma
prova de que Deus protege os seus mensageiros (At 12.11).
Sinais e prodígios. Farão também sinais e prodígios: “têm poder
para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e
têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir
a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Ap
11.6). Tudo isso será permitido por Deus para que os seres humanos
ouçam a sua Palavra e não tenham nenhuma desculpa diante
do T rono Branco.
Consumação da obra. Assim como Jesus foi preso e morreu somente
depois de ter consumado a obra que o Pai lhe outorgou (Lc
4.29,30; Jo 18.4-11), as duas testemunhas só serão mortas pelo
Anticristo após concluírem a sua missão (Ap 11.7). Os profetas
verdadeiramente enviados por Deus não morrem antes de cumprirem
l tarefa que receberam.
Morte e ressurreição. Os corpos das testemunhas permanecerão
expostos em praça pública, em Jerusalém, chamada espiritualmente
de “Sodoma e Egito” — em razão da sua imoralidade e do
seu mundanismo — , durante três dias e meio, e os adoradores da
Besta se regozijarão com isso, mandando presentes uns aos outros
(vv. 8-10). Mas elas ressuscitarão depois de três dias e meio (v. 11).
As testemunhas serão, por assim dizer, antítipos de Cristo, que ressuscitou
depois de três dias, também em Jerusalém (v. 8).
Convocação. Ao ressuscitarem, elas ouvirão uma grande voz
do céu: “Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos
os viram” (v. 12). Esse fato apresenta uma semelhança com
ascensão de Cristo, que, observado por seus discípulos, subiu aos
céus (At 1.9-11). As testemunhas, entretanto, subirão diante dos
olhares de seus inimigos.
Terremoto. Após a ascensão das duas testemunhas, haverá um
terremoto, e sete mil homens morrerão. Os que restarem ficarão
muito atemorizados e darão glória ao Deus do Céu (Ap 11.13).
Isso comprova que o trabalho desses dois servos do Senhor não
será em vão. Quando a Palavra do Senhor é pregada com verdade,
sempre há “alguns” que lhe dão ouvidos (Mt 13.23; At 17.34).
fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar