É comum relacionarmos a expressão “tempos difíceis” — literalmente,
“tempos perigosos” — , constante de 2 Timóteo 3.1-5,
com o mundo perdido, sem Deus. Entretanto, todas as características
mencionadas nessa passagem profética referem-se a um cristianismo
apóstata, prevalecente nesses últimos dias.
Amantes de si mesmo. São os egocêntricos e individualistas,
que valorizam a autonomia individual, em detrimento da hegemonia
da coletividade despersonalizada. Temos visto pessoas assim
em nosso meio, cujo comportamento revela pouca ou nenhuma
solidariedade, as quais buscam viver exclusivamente para si. Deveriam
atentar urgentemente — antes que seja tarde demais — para
Lucas 9.23: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome cada dia a sua cruz, e siga-me”.
Avarentos. Ou gananciosos. São aqueles que fazem o que for
preciso, sem honestidade, para ter dinheiro; também são idólatras
(Ef 5.5). Ao mencionar os falsos mestres, a Palavra de Deus afirma:
“movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras
fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a
sua destruição não dorme” (2 Pe 2.3, ARA). A mola propulsora de
vários pregadores não é mais o amor às almas perdidas, e sim o
amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males (1 Tm 6.9).
Presunçosos. São os jactanciosos; literalmente, fanfarrões. Foi o
Diabo o primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se
a Deus (Is 14.12-15; Ez 28.15-17). Temos visto pessoas assim, em
nosso meio: presunçosas, que gostam de se vangloriar, egoístas,
egotistas e narcisistas. Deveriam saber que o Deus excelso atenta
para o humilde (SI 138.6; Lc 18.9-14).
Soberbos ou Arrogantes. Essa conduta está ligada à egolatria. O
soberbo considera-se superior — moral, social e intelectualmente —
a todos que estão à sua volta. Ele assume uma atitude prepotente ou
de desprezo com relação aos outros. O que dizer de cristãos (cristãos?)
que se consideram superiores a tudo e a todos? Não aprenderam
eles, ainda, que devem andar como Jesus andou (1 Jo 2.6)?
Blasfemos ou Escarnecedores. Sempre houve blasfemadores (Is
28.14; Sf 2.8), inclusive no tempo em que Jesus andou na terra (Mt
20.19; 27.29,41). Mas a proliferação deles em nosso meio é um
claro sinal da iminência do Arrebatamento (2 Pe 3.3,4). São pessoas
que andam segundo as suas ímpias concupiscências, causam
divisões e não têm o Espírito Santo (Jd vv. 18,19). Elas zombam
da Palavra de Deus e do Deus da Palavra, ignorando o que está
escrito em Gaiatas 6.7: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer;
porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”.
Desobedientes a pais e mães. Não são poucos os adolescentes
e jovens, em nosso meio, que desonram ou até amaldiçoam pai e
mãe. É claro que o amor verdadeiro é voluntário e sem segundas
intenções. Mas, se os filhos desobedientes refletissem à luz de passagens
bíblicas como Efésios 6.1-3 e Provérbios 20.20, descobririam
que estão perdendo a bênção de Deus e ficando à mercê do juízo.
Ingratos ou Mal-agradecidos. São pessoas incapazes de dizer
um simples “obrigado”. E isso, sem dúvida, indica que elas não
são gratas a Deus também. Não sabem elas que o tratamento dispensado
aos nossos irmãos reflete quem somos diante do Senhor
(Ijo4.20)?
Profanos. São pessoas irreverentes, que profanam o louvor e
desprezam a exposição da Palavra de Deus. Fazem pouco caso das
coisas espirituais (Hb 12.16). Uma cena que me marcou, no começo
da minha jornada como cristão, foi a de uma irmã cortando as
unhas dentro do templo, enquanto eu e muitos outros ouvíamos
Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar
atentamente uma impactante mensagem! A irreverência está ligada
diretamente à falta de temor a Deus (At 2.43).
Sem afeto natural. Tenho tido o desprazer de conhecer cristãos
desafeiçoados, que não têm sequer aquela afeição inata, que todo ser
humano deveria possuir, naturalmente. São pessoas rudes e sem misericórdia
no trato, incapazes de se compadecerem do próximo. Não
nos esqueçamos do que disse o Senhor Jesus: “Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5.7, ARA).
Irreconciliáveis. Creio que nunca houve tantos cristãos (cristãos?)
implacáveis, inflexíveis, incapazes de perdoar e sedentos por
vingança como em nossos dias! É por isso que nós, os salvos em
Cristo, devemos nos exortar uns aos outros, todos os dias, a fim de
que não haja em nós um coração duro, mau e infiel (Hb 3.12,13).
Caluniadores. A quem escreveu Tiago a respeito dos males causados
pela língua (3.1-12)? Aos ímpios? E a quem Judas se referiu,
ao dizer: “Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam
[…] Os tais são murmuradores, são descontentes, andando
segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes
ar-rogâncias; são aduladores dos outros, por motivos
interesseiros” (vv. 10-16)? Há muitos inventores de males no
arraial evangélico.
Incontinentes. São pessoas sem domínio de si, incontinentes,
desequilibradas e insaciáveis, que se deixam seduzir pelo pecado.
Elas são assim porque não permitem a operação do Espírito Santo
em seu interior. Somente Ele pode fazer com que uma pessoa tenha
domínio próprio, pois um de seus atributos comunicáveis é a temperança
(Gl 5.22).
Cruéis. No mundo há pessoas cruéis, que matam, sequestram,
estupram, torturam, roubam, prejudicam o próximo. Nenhum
verdadeiro seguidor de Cristo age com crueldade ou sem misericórdia,
visto que anda como Ele andou, fazendo o bem (At 10.38).
Contudo, às vezes somos surpreendidos por casos revoltantes envolvendo
atos de desumanidade cometidos por membros de igrejas
e até pastores. Tempos perigosos.
Sem amor para com os bons. Ou pessoas que não conseguem amar
nem aqueles que só lhes fazem o bem! Alegram-se e vibram com o
sofrimento, a desventura ou o insucesso de quem nunca lhes fez mal.
Calma… É apenas o Começo
E, quando prejudicam pessoas boas, esses inimigos do bem não se
sentem arrependidos. Agem como os irmãos de José, que foram comer
pão depois de o terem jogado em uma cova (Gn 37.23-25).
Traidores. São pessoas que, fingindo-se de amigas, agem como
uma serpente venenosa ou como um cão que se volta contra o
dono. Lembra-se de Judas Iscariotes? Depois de andar com o Mestre,
entregou-o aos seus algozes. E Judas não era uma “figurinha
carimbada”, como muitos pensam. A Palavra de Deus diz claramente
que ele, após ter sido contado entre os doze apóstolos escolhidos
por Jesus, se desviou (At 1.25).
Obstinados ou atrevidos. São pessoas insaciáveis, que insistem
em pecar, mesmo depois de terem sido advertidas. Ignorando os
avisos da Palavra de Deus, pecam de maneira contumaz. Deveriam
atentar para o que está escrito em Provérbios 29.1: “O homem que
muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de
repente sem que haja cura”.
Orgulhosos. Literalmente, pessoas obcecadas pelo orgulho, enfatuadas,
cheias de si e egocêntricas. Essa má conduta abarca um
conjunto de atitudes ou comportamentos de um indivíduo que se
refere essencialmente a si mesmo. Na Bíblia, soberba, egoísmo,
egotismo e afins se inter-relacionam, resumindo-se em orgulho, pecado
condenado veementemente pela Palavra de Deus (Dn
4.30-37; Is 14.12-14; At 12.21-23).
Mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. São os hedonistas,
que priorizam o prazer carnal, em detrimento dos deleites
lícitos e convenientes (1 Co 6.12). Todos nós precisamos de
entretenimento e divertimentos. Mas até mesmo estes, se forem
mais valorizados que a comunhão com Deus, se tornarão grandes
embaraços em nosso caminho (2 Tm 2.4; Hb 12.1). Quem
priori-za os prazeres do mundo torna-se inimigo do Senhor, posto
que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus (Tg 4.4).
fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar