TELL EL- (“o pequeno monte de Amarna”), está localizado na
metade do caminho entre Mênfis e Tebas. Sob esse pequeno monte encontram-se os
restos da capital e cidade-modelo do faraó Aquenatem (Amenotepe IV), que foi saqueada e ficou em ruínas por volta de 1358-1350 a.C. Em 1887, uma importante descoberta na região trouxe grande esclarecimento sobre os
escritos, a história, a política e as relações comerciais, bem como sobre a educação e os costumes das terras bíblicas. Uma camponesa que cavava em busca de terra fértil no pequeno monte sob o qual se ocultavam as ruínas de Amarna descobriu os arquivos
reais de Amenotepe III e seu herdeiro e filho, Amenotepe IV, que ainda na juventude mudou de religião e passou a ser conhecido como Aquenatem.
Posteriormente, foram encontradas no local mais de 350 tabuinhas de barro com inscrições cuneiformes, a maior parte cartas pessoais e despachos dos reis, governadores e funcionários que se encontravam nas cidades e nas fortalezas da Babilônia, Mitani,
Fenícia, Síria e Palestina. Essas tabuinhas (ou tabletes) foram escritas entre 1400 e 1358 a.C. e enviadas aos dois faraós. Algumas delas encontram-se agora nos museus nacionais da Inglaterra, da França, do Egito e da Alemanha, e outras estão em poder de colecionadores particulares. Essas
tábuas têm de 5 a 8 cm de largura e de 8 a 23 cm de comprimento. Estão escritas em ambos os lados. Muitas receberam inscrições na língua cuneiforme da Babilônia e revelam o fato de que, durante um longo período, os povos da Ásia ocidental usaram o cuneiforme como escrita comum. Assim, quando Abraão passou pela Síria, por Canaã e
pelo Egito, pôde comunicar-se facilmente com os diferentes povos. As tabuinhas de argila descrevem a Palestina e os países circunvizinhos como em contínuo estado de agitação interna e ameaça de ataque externo. Por exemplo, o governador ou funcionário
encarregado de Gezer, escreveu ao faraó: “Permita, meu senhor o rei, que o sol do céu proteja sua terra, já que os khabiri são poderosos contra nós, e permita o rei, meu senhor, que sua mão se estenda para mim e possa libertar-me das mãos deles, para que assim eles não consigam exterminar-nos”.
Várias cartas de Abdi-Heba, governador de Urusalim (Jerusalém), pediam ajuda ao faraó Aquenatem para evitar que os egípcios perdessem o domínio sobre esse país. Em certo trecho, uma das cartas dizia: “Ao rei meu senhor. Assim diz Abdi-Heba, seu servo.
Aos pés do rei, meu senhor, sete vezes e sete vezes me prostro… Toda a terra do rei está em rebelião. Não há nenhum governador que seja leal ao rei, todos se rebelaram. Que o rei escute a Abdi-Heba e envie tropas, porque se as tropas não vierem este ano, todo o território de meu senhor, o rei, se perderá. Os habiru estão capturando as fortalezas do
rei. Que o rei cuide de sua terra. Os habiru estão tomando as cidades do rei… Se não há flecheiros este ano, então que o rei envie um delegado para que ele me conduza junto com meus irmãos e assim possamos morrer com o rei, nosso senhor”. As tabuinhas
usam com freqüência o nome khabiri e habiru quando se referem aos invasores do país.
Muitos eruditos crêem que tanto os khabiri quanto os habiru eram os hebreus, e grande parte do material coincide com a data recuada (1400 a.C) do começo da conquista
hebraica de Canaã, sob a liderança de Josué. Diante disso, alguns eruditos comentam: “Aqui temos a história da conquista de Canaã por Josué na versão do inimigo”.

 

fonte: BIBLIA THOMPSON

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