Lição 1: O Ministério Profético no Antigo Testamento

3º Trimestre de 2010

 

Data: 04 de Julho de 2010

TEXTO ÁUREO

“E falarei aos profetas e multiplicarei a visão; e, pelo ministério dos profetas, proporei símiles” (Os 12.10).

VERDADE PRÁTICA

Os profetas do Antigo Testamento serviram como canais de comunicação entre Deus e o seu povo, conscientizando-o acerca da vontade e do conhecimento divinos.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Js 20.2

Deus falou pelo ministério de Moisés

Terça – 1 Cr 11.3

Deus falou pelo ministério de Samuel

Quarta – 1 Rs 12.15

Deus falou pelo ministério do profeta Aías

Quinta – 1 Rs 16.12

Deus falou pelo ministério do profeta Jeú

Sexta – 1 Rs 17.16

Deus falou pelo ministério do profeta Elias

Sábado – At 3.24

A vinda do Messias foi anunciada pelos profetas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Números 11.24-29.

24 – E saiu Moisés, e falou as palavras do SENHOR ao povo, e ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os pôs em roda da tenda.

25 – Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois, nunca mais.

26 – Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e o nome do outro, Medade; e repousou sobre eles o Espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial.

27 – Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam no arraial.

28 – E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus jovens escolhidos, respondeu e disse: Senhor meu, Moisés, proíbe-lho.

29 – Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!

INTERAÇÃO

Prezado professor, neste trimestre estudaremos um tema extremamente relevante para os nossos dias. O comentarista destas lições é o pastor Esequias Soares, que, além de ser um dos mais renomados apologistas da atualidade, preside a Assembleia de Deus em Jundiaí (SP), a Comissão Apologética da CGADB, e é mestre em Ciências da Religião e autor de várias obras publicadas pela CPAD. Vivemos tempos difíceis, o povo de Deus está faminto pela palavra profética autêntica. Entretanto, nesses últimos dias têm aparecido muitos falsos profetas que enganam até os escolhidos. Que o povo do Senhor tenha discernimento e sabedoria, a fim de reconhecer aqueles que são verdadeiramente autorizados para falar por Ele e em lugar dEle.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Identificar a origem do ministério profético.
Explicar o significado do termo profeta dentro do contexto das Escrituras Sagradas.
Reconhecer que Moisés e Arão deram início ao ministério dos profetas em Israel.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza o esquema abaixo e explique à classe que a igreja precisa da profecia e que a Palavra de Deus nos aconselha a não desprezá-la.

Entretanto, precisamos examinar tudo com sabedoria. Leia com seus alunos 1 Tessalonicenses 5.19,20. Enfatize que atualmente muitos falsos profetas têm se levantado para conduzir os crentes fiéis à apostasia. A Igreja precisa aprender a julgar as profecias e discernir os espíritos. Contudo, para isso, precisa conhecer a Bíblia, pois toda profecia precisa ser confrontada com a Palavra, já que o nosso Deus nunca se contradiz e foi Ele, através do seu Espírito, quem a inspirou.

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Profeta: [Do heb. Nabi; do gr. prophetes]. “No Antigo Testamento, era a pessoa devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus”.

Os profetas do Antigo Testamento inspiram e instruem não somente a Israel, mas a Igreja de Cristo. O Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos fizeram-lhes referências, reconhecendo a autoridade espiritual deles. A presente lição objetiva explanar a missão desses homens de Deus e a abrangência bíblica do termo “profeta”.

I. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DOS PROFETAS

1. Contexto histórico (v.24). Nos versículos 11 a 15 do capítulo 11 de Números, observamos que Moisés, por causa de seu trabalho excessivo, sentiu-se incapaz de satisfazer plenamente às necessidades do povo, e isso o deixou frustrado. Todos os homens de Deus passam por experiências similares. Quando chegamos a esse ponto, Deus vem em nosso socorro (Sl 121.1,2). Foi nesse contexto que o Senhor, para aliviar a carga de Moisés, repartiu o Espírito que estava sobre o seu servo entre setenta anciãos de Israel, a fim de ajudar o grande legislador do povo hebreu a desempenhar o seu ministério (vv.16,17).

2. Moisés iniciou o ofício profético em Israel (vv.25,26). O verbo “profetizar” aparece aqui pela primeira vez nas Escrituras Sagradas: “[…] quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram” (v.25); “[…] e profetizavam no arraial” (v.26). Foi com essa congregação de setenta homens dos anciãos do povo hebreu que Moisés iniciou ao que posteriormente ficou conhecido como o ministério profético em Israel. Apesar de o verbo ter a sua primeira menção no livro de Números, a figura do profeta está presente desde a época patriarcal. Embora não se saiba qual era exatamente a sua função nesse período, parece-nos incluir a intercessão, visto que Deus disse a Abimeleque acerca de Abraão: “[…] porque profeta é e rogará por ti” (Gn 20.7).

3. “Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta” (v.29). A resposta de Moisés demonstra que qualquer pessoa podia ser profeta, desde que tivesse uma chamada divina específica. Essa expressão se confirma na história do Antigo Testamento, pois os profetas e profetisas como Débora e Hulda, por exemplo, vieram de diversas tribos, famílias e classes sociais (Jz 4.4; 2 Rs 22.14). Veja ainda o caso de Amós, que era camponês (Am 7.14). Diferentemente dos sacerdotes, os profetas não precisavam pertencer a certa família sacerdotal, como a de Arão; tam-bém não havia restrição de idade nem objeção quanto às condições físicas.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O ministério profético, como instituição, teve início em Israel por meio de Moisés.

II. O PROFETA

1. Seu significado. A palavra hebraica usada no Antigo Testamento para “profeta” é nābî’. Sua etimologia é incerta, mas o verdadeiro significado é possível pelo seu uso nas Escrituras. O diálogo entre Deus e Moisés (Êx 4.14-16) esclarece o sentido do termo, o qual é “falar em nome Deus”. Por conseguinte, é ser um “porta-voz”, um “embaixador” (veja a ilustração do ofício com Moisés e Arão em Êxodo 7.1,2). Deus sabe todas as coisas, conhece o fim desde o princípio; seu conhecimento é absoluto e perfeito em tudo (Is 46.9,10). Portanto, quem fala em seu nome anuncia o futuro como se fosse presente. Isso explica o estreito vínculo de “profetizar” com “prever o futuro” e, ainda, “revelar algo impossível de saber através de recursos humanos”, ações possibilitadas apenas por Deus.

2. Sua abrangência. Tanto o substantivo “profeta” como o verbo “profetizar” têm amplo significado no Antigo Testamento e em nossos dias. O termo “falso profeta” aparece na versão grega dos setenta, conhecida como Septuaginta (LXX), e em o Novo Testamento; porém, não existe nas Escrituras hebraicas. Assim, o termo aplica-se também a adivinhos, falsos profetas e profetas das divindades pagãs das nações vizinhas de Israel, sendo identificados como tais pelo contexto (Js 13.22; 1 Rs 22.12; Jr 23.13).

3. Expressões correlatas. Vidente, por exemplo, possui dois termos hebraicos que o identifica nas Escrituras: hozeh e roeh (hōzer e rō’eh na transcrição técnica). Ambos apresentam dois sentidos: ver com os olhos físicos e ver introspectivamente, ou seja, ver com o espírito, por isso, o profeta é chamado de “homem de espírito” (Os 9.7). Houve um período na história profética de Israel em que os profetas eram identificados simplesmente como “videntes” (1 Sm 9.9).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O profeta é um porta-voz ou embaixador divino, que fala em nome de Deus.

III. O MINISTÉRIO

1. Havia o ministério dos profetas? Há quem negue a existência da escola e do ministério dos profetas como instituição em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Entendemos que no ministério mosaico iniciou-se a atividade profética em Israel (Nm 11.25). Entretanto, o profetismo, como movimento, surgiu séculos depois.

Mais tarde vemos que Samuel presidia a congregação de profetas em Naiote, região de Ramá, onde residia (1 Sm 7.17; 19.19-23). E adiante, vemos a existência de uma escola dos profetas composta por “filhos” dos que exerciam o ofício (2 Rs 2.3,5,1 5). É importante ressaltar que “filho”, na Bíblia, significa também “discípulo, aprendiz” (Pv 3.1,21; 2 Tm 2.1; Fm v.10). Note que o texto sagrado revela a existência de uma organização de profetas bem estruturada, e Eliseu chegou a ser o mestre deles (2 Rs 6.1-3).

2. A corporação profética. O termo original para “ministério, serviço” não é o mesmo referente à atividade dos profetas. A expressão “ministério do profeta” ou “dos profetas”, na ARC, como aparece nas leituras diárias desta lição, significa na verdade “por meio dos profetas”, como registra a ARA. O vocábulo “ministério” indica o serviço religioso específico e especial, desempenhado pelos levitas (1 Cr 6.32), pelos sacerdotes (1 Cr 24.3) e pelos apóstolos (At 1.25). Isso, porém, não é em si mesmo prova da inexistência de uma corporação profética em Israel (1 Sm 10.5).

3. Classificação. Os profetas do Antigo Testamento são categorizados em clássicos, ou profetas escritores, e os conhecidos também como profetas não-escritores ou orais. Estes últimos são também chamados não literários, os quais não escreveram seus oráculos, como Samuel, Elias e Eliseu. Os profetas clássicos são também chamados de literários, os quais escreveram suas profecias, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, dentre outros. Trata-se de uma classificação simplesmente didática. Ambos os grupos desempenharam o mesmo ofício, mas em épocas diferentes. Todos falaram em nome do Deus de Israel. As Escrituras empregam a mesma expressão para ambos os grupos: “veio a palavra do SENHOR a” ou fraseologia similar (1 Sm 15.10; Is 38.4; Jr 1.2). Todos esses profetas usavam a chancela de autoridade divina: “assim diz o SENHOR” (1 Sm 15.2; Is 7.7; Jr 2.2).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O texto sagrado revela a existência de uma organização de profetas, que eram categorizados em clássicos ou profetas escritores e orais ou não-escritores.

CONCLUSÃO

Deus suscitou os profetas para revelar-se ao homem, a fim de que este conhecesse a vontade divina e o plano de salvação na pessoa sublime de Jesus Cristo, nosso Salvador. Por essa razão, devemos considerar “a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1.19).

VOCABULÁRIO

ARA: Almeida Revista e Atualizada.
ARC: Almeida Revista e Corrigida.
Profetismo: Movimento surgido no século VIII a.C, que marca o início do ministério profético em Israel.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BEVERE, J. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1.ed. RJ: CPAD, 2006.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. RJ: CPAD, 2006.

EXERCÍCIOS

1. Quem deu início ao ministério profético em Israel?

R. Moisés.

2. Qual o significado de “profeta”?

R. “Porta-voz” ou “embaixador” de Deus, que fala em nome dEle.

3. Explique os dois sentidos da palavra vidente.

R. Ver com os olhos físicos e ver introspectivamente, ou seja, ver com o espírito, por isso, o profeta é chamado de “homem de espírito” (Os 9.7).

4. Quem presidiu a congregação de profetas em Naiote?

R. Samuel.

5. Qual a classificação dos profetas do Antigo Testamento?

R. São categorizados em clássicos, ou profetas escritores, e não-escritores ou orais.

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