Lição 12: O Fruto e os dons do Espírito

1º Trimestre de 2005

 

Data: 20 de março de 2005

TEXTO ÁUREO

“A caridade nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá” (1Co 13.8).

VERDADE PRÁTICA

O fruto e os dons do Espírito capacitam o crente a realizar atos miraculosos para a glória de Deus e avanço do seu reino.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — 1Co 14.1

O fruto e os dons devem ser igualmente buscados

Terça — Rm 12.3

O fruto é conexo à fé que Deus reparte

Quarta — Mt 7.16

Pelo fruto conhece-se a árvore

Quinta — 1Co 1.7,8

O fruto tem a ver com o nosso ser e os dons com o fazer

Sexta — 1Co 12.4

Os dons são operações sobrenaturais do Espírito

Sábado — Gl 5.22

O fruto é gerado pelo Espírito e os dons comunicados por Ele

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.28-31; 13.1,2.

1 Coríntios 12

28 — E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

29 — Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?

30 — Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?

31 — Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.

1 Coríntios 13

1 — Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

2 — E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Estabelecer a diferença entre os dons, o dom e o fruto do Espírito;
Explicar a relação entre os dons e o fruto do Espírito Santo nas epístolas paulinas;
Definir o termo maturidade cristã.

PONTO DE CONTATO

Professor, dentro do contexto pentecostal, os dons espirituais têm recebido muita atenção enquanto o fruto esporadicamente é abordado. A associação dos dois temas apresentados nesta lição exigirá conhecimento tanto de um quanto do outro. Evite teorias e posições infundadas sobre os dons e o fruto. Resguarde-se da supervalorização dos dons em detrimento do fruto, e vice-versa. É necessário o equilíbrio entre uma doutrina e outra para a completa maturidade dos fiéis. Ensine a classe não somente a cultivar o fruto, mas também a buscar os dons espirituais.

SÍNTESE TEXTUAL

Nas páginas do Novo Testamento, diversos textos descrevem a maturidade cristã. Os dois principais vocábulos que traduzem o conceito de “maduro” ou “maturidade” dentro do contexto moral são: “perfeito”, assim traduzido nos textos de Mateus (5.48), de Coríntios (1Co 2.6), de Filipenses (3.15) e de Hebreus (6.1); e “adulto”, encontrado no texto de 1 Coríntios 14.20.

Essas duas palavras traduzem um termo no original que significa “completo”, “perfeito” (teleios), mas também “maduro” ou “plenamente desenvolvido”. Segundo a totalidade do Sermão do Monte, “perfeito” ou “maduro” é aquele que cumpre integralmente cada um dos mandamentos expostos por Cristo. Daí a razão porque “perfeito”, tem o sentido de “integridade” e “inteireza” nestas passagens, e não necessariamente “sem defeito” ou “sem pecado”.

Segundo a epístola aos Efésios, o cristão maduro ou o “varão perfeito” (4.13) é aquele que está crescendo “à medida da estatura completa de Cristo”, isto é, possui o caráter de Cristo desenvolvendo-se em sua vida. A meta do discípulo é identificar-se com o seu Mestre e assemelhar-se ao seu Pai (Mt 5.48).

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Nesta lição, usaremos um Paralelo Lógico. Este recurso possibilita a comparação entre vários elementos e suas possíveis correspondências. Na lição, trabalhamos com três conceitos distintos que se entrelaçam seja por contraste, seja por complementação. Reproduza o gráfico abaixo no quadro-de-giz e preencha-o com os alunos.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Certo jovem rico aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10.17). Aquela indagação humana focalizava o fazer. Entretanto, o Mestre fez-lhe outra pergunta realçando o saber: “Tu sabes os mandamentos?”. “Sim”, respondeu o jovem. Mas por faltar-lhe o essencial, que está acima do fazer e do saber, o ser, o moço retirou-se contrariado e entristecido. É em tal contexto que devemos observar a relação entre o fruto e os dons do Espírito. O fruto está na dimensão do ser, enquanto os dons na esfera do fazer. A importância do fruto do Espírito em relação aos dons é evidente no fato de que entre os dons (1Co 12—14) está o fruto. Não há, pois, como o crente progredir no exercício dos dons sem o fruto!

Esta lição visa relacionar o fruto e os dons do Espírito no contexto bíblico do ministério cristão.

I. OS DIVERSOS RELACIONAMENTOS DO FRUTO

1. Os Dons e o Dom. Os dons do Espírito são dotações sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo aos membros do Corpo de Cristo, para saber, agir, e falar de acordo com a graça de Deus (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10,28-30; Ef 4.7-16). São distintos do Dom do Espírito, a concessão do Santo Espírito como batismo àqueles que creem e esperam a promessa (At 2.1-4,38,39).

2. Os Dons e o Fruto. O fruto do Espírito é uma graça extraordinária comunicada ao crente por meio do Consolador a fim de que ele tenha uma semelhante qualidade moral e a integridade de Cristo. (Ef 4.24; 1Co 1.30). É a expressão do caráter de Cristo no crente. Os dons espirituais, contudo, são outorgas especiais de poder divino com o intuito de realizarmos a obra do Senhor (1Co 12 — 14). Nem os dons devem ser exercidos sem o fruto, nem este deve ser valorizado a ponto de se extinguir aqueles (1Co 13.3; 14.1; 1Ts 5.19-20).

3. Fruto, Dons e Dom do Espírito. O fruto e os dons espirituais distinguem-se quanto à obra do Espírito Santo. Estes estão condicionados ao batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto, à presença dominante do Espírito no crente (At 10.45-47; 11.16,17; Jo 14.16,17; Rm 8.9). O Dom do Espírito é uma experiência sobrenatural que capacita o crente a servir a Deus com renúncia, graça e poder (At 1.8). A habitação do Espírito no crente é uma realidade imediata à regeneração e, portanto, algo contínuo e que deve ser crescente. Mediante esta habitação do Espírito, o caráter do novo convertido é transformado segundo a estatura de Cristo (2Co 3.18; Ef 4.13).

II. O FRUTO E OS DONS NAS EPÍSTOLAS PAULINAS

Apesar de o fruto e os dons procederem da mesma fonte, são distintos e interdependentes. Uma leitura simples dos textos referentes aos dons do Espírito não é suficiente para notar-se o modo como a Bíblia os relaciona ao fruto. Observemos as recomendações bíblicas em três de suas epístolas:

1. A Primeira Epístola aos Coríntios 12, 13, 14. No que se refere ao fruto e aos dons, estes três capítulos estão intimamente ligados. No capítulo 12.31, o crente é admoestado a procurar os dons com zelo, no entanto, neste mesmo texto, mostra-se “um caminho ainda mais excelente”, o amor (13.8-13). Em 14.10, o mesmo ensino bíblico continua. Os dons precisam estar associados ao fruto, e vice-versa, para abrir caminho ao progresso espiritual da Igreja. O crente que possui os dons, mas não tem o fruto dá mau testemunho, torna-se orgulhoso e os dois cessam em sua vida (1Co 14).

2. A Epístola aos Romanos 12. Este capítulo inicia-se com uma frase em tom exortativo: “Rogo-vos, pois, irmãos pela compaixão de Deus” (v.1). Logo a seguir, a Bíblia previne contra a supervalorização dos dons espirituais em detrimento do fruto (vv.3-8). A partir do versículo nove, a Palavra orienta os crentes a praticarem o amor, a alegria, a esperança, a bondade, a paciência, a benignidade, a paz, e a humildade. Que exerçamos os dons, sem, contudo, esquecermo-nos do fruto.

3. A Epístola aos Efésios 4. Este capítulo destaca os dons ministeriais e seus propósitos nos versículos 11-14, entretanto, os versículos 2-6 tratam de um tema comum: o fruto do Espírito (mansidão, longanimidade, amor, paz, esperança, etc). Após a descrição dos dons, o tema do fruto novamente é retomado no versículo 15: “seguindo a verdade em caridade [amor]”.

4. Propósitos dos dons e do fruto. Os textos bíblicos acima aludidos levam-nos aos propósitos dos dons e do fruto:

a) Os dons habilitam a servir com poder, enquanto o fruto capacita a ser como Cristo. É na prática o testemunho vivencial e experiencial do crente como “sal da terra” e “luz do mundo”.

b) Os dons são capacidades que vêm do alto, ao passo que o fruto é gerado no interior do crente.

c) Os dons são variados, porém o fruto é único com nove características singulares.

d) Os dons acompanham o batismo com o Espírito Santo, o fruto inicia-se com o novo nascimento.

III. OS DONS, O FRUTO E A MATURIDADE CRISTÃ

1. Maturidade cristã. É tanto um estado quanto uma qualidade daquele que alcançou, através da graça de Cristo, o pleno desenvolvimento espiritual, moral, afetivo e social. Este amadurecimento não se adquire com o exercício dos dons ou mesmo pelo tempo de conversão. É possível praticar os dons e ser ainda menino (1Co 14.20), ignorante (1Co 12.1) e carnal (1Co 3.1). Ver mais sobre a maturidade em 1Co 13.11. Fazer parte de uma igreja há vários anos também não significa maturidade cristã (Hb 5.12).

2. O cristão espiritualmente maduro. Segundo Efésios, este crente cresce “à medida da estatura completa de Cristo”, isto é, o caráter de Jesus desenvolve-se progressivamente em sua vida. O crente menino é carnal, está rodeado de invejas, contendas e dissensões (1Co 3.1-3). Além disso, negligencia o estudo das Escrituras (Hb 5.11-6.2).

3. Alcançando a maturidade cristã. Através dos ministérios da igreja, do desenvolvimento do fruto do Espírito (Ef 4.7-16; Gl 5.22), da leitura das Escrituras (2Tm 3.16) e das recomendações encontradas em 1Ts 5.16-23, o crente atinge o seu objetivo — a maturidade cristã.

CONCLUSÃO

O jovem rico julgava que conhecimento e boas obras eram suficientes para adquirir a vida eterna. Às vezes, pensamos que o saber e o fazer bastam para Deus. Assim como Jesus amou e desafiou aquele jovem, também Ele nos ama (Mc 10.21) e encoraja-nos: “Se queres ser perfeito (teleios)…” (Mt 19.21).

Se almejamos ser maduros ou completos, precisamos ir além de doações materiais. É necessário que nos comportemos como Cristo, e dediquemo-nos aos outros (Jo 15.13; 2Co 8.9). Sendo assim, seremos conforme Cristo.

VOCABULÁRIO

Concessão: Ação de conceder; permissão; consentimento; licença.
Dotação: Ato de atribuir algum dom a alguém.
Extinguir: Apagar; anular; revogar.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

SANTOS, Ismael dos. A caminho da maturidade. CPAD, 1995.

RUGHES, R. Kent. Disciplinas do homem cristão. CPAD, 2004.

EXERCÍCIOS

1. O que são os dons do Espírito?

R. São dotações sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo aos membros do Corpo de Cristo para saber, agir, e falar de acordo com a graça de Deus.

2. Como distinguimos os dons e o fruto quanto à obra do Espírito?

R. Os dons estão condicionados ao batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto, à presença dominante do Espírito no crente.

3. O que é o Dom do Espírito?

R. É uma experiência sobrenatural que capacita o crente a servir a Deus com renúncia, graça e poder.

4. Cite dois propósitos dos dons espirituais.

R. Os dons habilitam a falar e agir com poder.

5. O que é maturidade cristã?

R. É tanto um estado quanto uma qualidade daquele que alcançou, através da graça de Cristo, o pleno desenvolvimento espiritual, moral, afetivo e social.

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