Lição 12 – Vivendo em Constante Vigilância




TEXTO ÁUREO

Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos. (1 Co 16.13)

VERDADE PRÁTICA

A vigilância na fé cristã significa permanecer acordado quanto à vinda de Cristo, atento no zelo de não se afastar de Jesus e perseverar na cautela contra os falsos profetas.

LEITURA DIÁRIA

SEG. Lc 12.37: Bem-aventurados os crentes vigilantes na vinda do Jesus

TER.  At 20.31: A vigilância diz respeito também contra os falsos profetas

QUA. Cl 4.2: A vigilância deve estar acompanhada de oração

QUI1 Ts 5.6,10: A vigilância escatológica é ensinada pelo apóstolo Paulo

SEX. 1 Pe 5.8: A vigilância contra a sedição de Satanás deve ser constante

SÁB. Ap 3.2,3: A exortação à vigilância aparece no último livro da Bíblia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 26.36-41

36- Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.

37- E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.

38- Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.

39- E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

40- E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo?

41- Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

HINOS SUGERIDOS: 98,129, 312 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Ressaltar a importância da vigilância para a vida cristã, pois a Segunda Vinda do Senhor está próxima.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I- Explicar o conceito de vigilância no contexto bíblico;

II- Apresentar detalhes da oração de Jesus no Getsêmani;

III- Destacar a vigilância como um aspecto fundamental no exercício da fé cristã.

  • INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A lição desta semana destaca a importância da vigilância no que diz respeito ao exercido da fé cristã. Estamos vivendo os dias que antecedem o retorno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por esse motivo, os crentes devem estar em constante vigilância para que não sejam persuadidos a viverem o evangelho deforma negligente. Poucos dias antes da sua crucificação, durante a preleção do sermão profético, Jesus alertou seus discípulos acerca do avanço da imoralidade e que a corrupção seriam alguns dos sinais que precederiam a sua Vinda. Essa palavra está se cumprindo em nossos dias e a igreja deve estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus. O Mestre advertiu também a respeito da vigilância seguida da oração para que seus discípulos não entrassem em tentação. O crente enfrenta cotidianamente uma batalha entre o espírito e a carne. É imprescindível atentar para o fortalecimento da vida espiritual e comunhão com o Senhor para que as fraquezas da natureza humana não sobreponham a vontade de servir ao Senhor com alegria e santidade.

PONTO CENTRAL

A exortação à vigilância é a ideia central do sermão profético, pois não sabemos o dia nem a hora da Vinda de nosso Senhor.

INTRODUÇÃO

A exortação à vigilância na presente lição abrange dois aspectos da vida cristã. O primeiro diz respeito às palavras de Jesus na agonia em Getsêmani, na noite em que Ele foi preso. O outro aspecto refere-se ao contexto escatológico no sermão profético registrado nos Evangelhos Sinóticos. A presente lição mostra os aspectos da vigilância na fé cristã.

I – O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA

A vigilância é o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco. E isso nos mais diversos aspectos da vida humana. O verbo “vigiar” aparece na Bíblia no sentido de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã.

  1. Vigiar, estar alerta.

A palavra que mais aparece no Novo Testamento grego para “vigiar” é o verbogregoréo, “vigiar, estar alerta, ser vigilante”, que aparece 22 vezes. A ideia principal dessa vigilância é escatológica (Mt 24.42,43; 25.13), e isso se mostra nas passagens paralelas de Marcos e Lucas. Mas, quando Jesus disse a Pedro, Tiago e João: “ficai aqui e vigiai comigo” (v.38), isso significa que Ele queria que seus discípulos ficassem acordados e continuassem a orar ou, talvez, se protegessem de alguma intromissão enquanto oravam. Mas gregoréo é usado para denotar uma vigilância mais geral (1 Co 16.13; Cl 4.2; 1 Pe 5.8).

  1. Vigiar, guardar, cuidar.

É o verbo grego agrypnéo, “manter-se acordado, vigiar, guardar, cuidar”, e só aparece quatro vezes no Novo Testamento, duas delas no sentido escatológico no sermão profético (Mc 1333; Lc 2136). O vocábulo é usado para indicar a vigilância nas orações e súplicas (Ef 6.18) e apresenta ainda a ideia de cuidar ou velar: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma” (Hb 13.17).

  1. Vigiar, ser sóbrio.

É o verbo nepho, literalmente “ser sóbrio”, mas que aparece no sentido figurado de vigilância combinado com gregoréo (1 Ts 5.6; 1 Pe 5.8). Seu uso no sentido próprio pode ser visto em outras partes do Novo Testamento (1 Ts 5.8; 2 Tm 4.5; 1 Pe 1.13). Existe ainda o verbo eknepho, que só aparece uma vez no Novo Testamento (1 Co 15.34), traduzido por “vigiar”, na ARC; por “tornar à sobriedade”, na ARA e na Nova Almeida Atualizada; e por “despertar” na TB.

SÍNTESE DO TÓPICO I

A vigilância é o ato de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Prezado (a) professor (a), a aula desta semana trata a respeito da importância da vigilância no viver diário do cristão. É relevante explicar aos seus alunos que devemos estar alerta quanto à Segunda Vinda do Senhor Jesus, pois não sabemos o dia e nem a hora que Ele há de retornar para buscar a Sua igreja. Para auxiliá-lo (a) na compreensão deste aspecto, leia para a classe o significado do conceito abaixo:

Escatologia – O termo escatotogia (gr. eschatos, ‘últimos’; logos, ‘raciocínio’), significando ‘a teologia das últimas coisas’, tem sido usado desde o século XIX para designar a divisão da teologia sistemática que lida com tudo o que era profeticamente futuro na época em que foi escrito, isto é, profecias que já se cumpriram, como também profecias que ainda não se cumpriram, importantes assuntos de profecia incluem predições com relação a Jesus Cristo, tanto em sua primeira vinda como na segunda, Israel, os gentios, Satanás, cristianismo, os santos de todas as eras, a futura Grande Tribulação, o estado intermediário, a ressurreição dos mortos, o reino milenial, o juízo final e o estado eterno. Estes temas podem ser classificados como a revelação divina do programa quádruplo de Deus para:

(1) Israel,

(2) os gentios,

(3) a igreja e

(4) Satanás e seus anjos caídos (Dicionário Bíblico Wyeliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 662).

II – JESUS NO GETSÊMANI

Depois que Jesus instituiu a Ceia do Senhor, Ele seguiu com os seus discípulos para o jardim de Getsêmani. Em oração, o Senhor Jesus rogou ao Pai, três vezes, para que passasse dEle “esse cálice”.

  1. Getsêmani.

O lugar é assim identificado em Mateus (v.36) e Marcos (1432). Lucas se refere ao local como “àquele lugar” (22.40) e João registrou: “o outro lado do ribeiro Cedrom, onde havia um jardim” (18.1, Nova Almeida Atualizada). O nome “Getsêmani” vem de um termo aramaico que parece significar “prensa de azeite”. Era uma área localizada no sopé do monte das Oliveiras, onde o Senhor Jesus costumava se reunir com os discípulos e para onde se retirou na noite em que foi preso (Lc 22.39; Jo 18.2).

  1. A angústia de Jesus.

O Senhor Jesus, durante todo o tempo do seu ministério, encarava a sua morte de maneira serena (Mt 16.21; 17.22,23; 20.17-19; 26.1,2 e passagens paralelas em Marcos e Lucas). Alguns estudiosos do Novo Testamento se perguntam por que só agora “começou a entristecer-se e a angustiar-se muito” (v. 37) a ponto de dizer: “A minha alma está cheia de iristeza até à morte” (v.38)? 0 seu pavor não era a morte, mas o ser separado do Pai ao assumir os pecados de toda a humanidade na cruz (2 Co 5.21), pois Ele já estava decidido quanto a isso (Mc 10.33,34) e tinha consciência de que a sua morte era a vontade do Pai (Jo 12.27). Esse era o momento mais crucial para a humanidade, pois estava em jogo a salvação dos pecadores.

  1. O cálice.

A expressão usada por Jesus: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice” (v.39) deve ser entendida à luz do Antigo Testamento. O cálice ou copo aparece com frequência na Bíblia e mui especialmente na sua aplicação metafórica. É usada para indicar uma situação miserável (Sl 11.6) e também de felicidade (Sl 16.5; 23.5). Da mesma forma, indica a manifestação da ira de Deus (Sl 75.8; Is 51.17). Essa linguagem aparece no Novo Testamento (Ap 14.10; 1 Co 10.16). O Senhor Jesus se referia ao cálice da ira de Deus como castigo da separação do Pai no momento da cruz (Mt 27.46; Mc 15.34). Estava chegando a hora de ser submerso na maldição, por nós, pecadores (Gl 3.13).

SÍNTESE DO TÓPICO II

A angústia de Jesus no Getsêmani expressava que a aproximação de sua hora de ser submerso na maldição, tornando-se pecado por nós, pecadores.




 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“[…] é importante observar o uso de uma condicional de primeiro tipo na expressão ‘se é possível’ (Mt 26.39). Isto normalmente sugere que se supõe que a condição é cumprida — isto é, que era possível evitar o ‘cálice’ que Jesus tinha em mente. Esta interpretação recebe o apoio de Hebreus 5.7, que observa que quando Jesus ‘oferecendo com grandes lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia’, A morte biológica não causava terror a Jesus. Ela não causa terror em nós. Como Jesus carregou nossos pecados e sentiu a ira de Deus em nosso lugar, nós também fomos libertados. Nem a morte biológica nem a espiritual têm qualquer influência sobre aqueles que, por meio de Cristo, receberam a vida eterna” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 83,84).

III – EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA

Depois de uma breve explicação sobre Jesus no Getsêmani, retornamos ao tema da lição. Entendemos que o ponto central dessa seção do Evangelho de Mateus (26.36-41) é a exortação à vigilância, apesar de outros temas serem importantes aqui.

  1. No contexto escatológico.

A exortação à vigilância é um dos pontos centrais do sermão profético porque não se sabe o dia e a hora da vinda de Jesus (Mt 24.36; Mc 13.32). O ensino do Senhor nas diversas parábolas desse discurso escatológico dá muita ênfase à necessidade de os crentes estarem atentos. Apesar de ser vedada aos humanos a data da segunda vinda de Jesus, a Bíblia indica os sinais que precederão a vinda de Cristo em Mateus 24 e Lucas 21. Os acontecimentos de hoje nos mostram o cumprimento das profecias bíblicas, sinalizando que essa vinda está próxima. Se os cristãos da primeira hora deviam estar vigilantes quanto ao grande evento, o que não diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso devemos estar ainda mais firmes e atentos, continuamente.

  1. Na vida cristã.

É o estado de alerta para não cairmos em pecado, para nos abstermos de tudo aquilo que desagrada a Deus (1 Co 16.13; 1 Ts 5.6; 1 Pe 5.8). Mas essa vigilância não deixa de ser um exercício contínuo da fé até que Jesus venha. Ele pode voltar a qualquer momento; os sinais de sua vinda estão aí, como o avanço da imoralidade e da corrupção (Ap 9.21), a evangelização mundial por meio de recursos das redes sociais (Mt 24.14) e a posição de Israel no Oriente Médio (Lc 21.29-31).

  1. “Vigiai e orai” (v.41a).

O sentido da vigilância aqui difere daquele mencionado no v.38, em que “vigiar” indica ficar despertado, acordado. Mas aqui significa estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus e nunca se apartar dEle. Isso fica claro pelas palavras seguintes: “para que não entreis em tentação”. É uma advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef 6.18). O Comentário Bíblico Beacon diz: “A eterna vigilância é o preço da liberdade”.

  1. O espírito e a carne (v.41b).

Temos aqui o contraste entre o espírito e a carne, muito comum no Novo Testamento (Rm 8.5-9; Gl 5.17). Seria esse o sentido aqui? A “carne” é um termo frequentemente usado nas Escrituras, com variação semântica tão ampla que não é possível descrever todos os seus significados neste espaço. Aqui essa palavra pode indicar a fragilidade da nossa natureza física (Sl 78.39), visto que os discípulos estavam cansados, exaustos e entristecidos; mas também pode ser uma referência à fraqueza da natureza humana decaída (Ef 2.3), por causa da associação com a palavra “tentação”. A expressão pode indicar as coisas simultâneas ou qualquer uma dessas interpretações.

SÍNTESE DO TÓPICO III

Os acontecimentos dos últimos dias nos mostram o cumprimento das profecias bíblicas, razão pela qual, devemos estar vigilantes, pois a Vinda do Senhor está próxima.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Iniquidade e esfriamento do amor.

Em Mateus 24.12, Jesus mencionou mais dois alarmantes sinais, um decorrente do outro: ‘E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará’. E o que assusta, neste duplo sinal, é mais uma vez a palavra ‘muitos’, cujo significado é ‘quase todos’. Não foi por acaso que Jesus ensinou: ‘Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela’ (Mt 7.13). A cada dia, a aceitação da verdade da Palavra de Deus torna-se mais difícil. Doutrinas que outrora, ao serem ensinadas, geravam temor, têm levado muitos crentes a fazerem questionamentos. Vemos que os mensageiros mais conservadores — mas conservadores do ponto de vista bíblico (2 Tm 1.13,14) — são vistos por muitos como extremistas, descontextualizados ou politicamente incorretos. Isso, com certeza, é reflexo do dúplice sinal em questão. 0 amor ao mundo faz-nos perder o amor a Deus (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17). E muitos líderes, à semelhança de Demas (2 Tm 4.10), perderão a visão espiritual, nesses últimos dias.

Os cultos, que deveriam ter como objetivos o louvor a Deus e a exposição da Palavra (1 Co 14.27), se transforma-no — como já vem ocorrendo — em programas de auditório, shows, com muito entretenimento e pouco ou nenhum quebrantamento de espirito nu presença do Senhor. Esse sinal indica que, nos últimos dias, o mundo se o tornará tão religioso, e a igreja — quer dizer, uma boa parte dela — tão mundana, que não saberá onde começa um e termina o outro. Sabendo que tudo isso aconteceria, Jesus alertou: ‘Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar… (Lc 21.36, ARA). E, como escapar? O caminho é dar ouvidos à Palavra de Deus e se arrepender, a fim de que o nosso amor não se esfrie (Ap 2.4,5) (ZIBORDI, Ciro 5, Etal. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2008, pp. 493-94).




 

CONCLUSÃO

O enfoque no relato do Cetsêmani é a vigilância e por essa razão não entramos em outros pontos do texto. Finalizamos dizendo que, na tentação do deserto, o Senhor Jesus recusou o domínio do mundo sem o Pai, mas aqui Ele aceita sofrer e morrer por nós com Deus. A experiência de Jesus e dos seus discípulos no jardim nos ensina que cada cristão tem o seu Getsêmani e cada um de nós deve-se submeter à vontade do Pai.

PARA REFLETIR

A respeito de “Vivendo em Constante Vigilância” responda:

  • Qual o sentido do verbo “vigiar”?

Significa estar alerta, ser vigilante. No contexto bíblico tem o sentido de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã.

  • O que Jesus estava dizendo com as palavras: “ficai aqui e vigiai comigo”?

Significa que Jesus queria que seus discípulos ficassem acordados e continuas­sem a orar ou, talvez, se protegessem de alguma intromissão enquanto orava.

  • Por que a vigilância é um dos pontos centrais do sermão profético?

Porque não se sabe o dia nem a hora da vinda de Jesus (Mt 24.36; Mc 13.32).

  • Qual o significado da vigilância em “vigiai e orai, para que não entreis em tentação”?

Significa estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus e nunca se apartar dEle.

  • O que nos ensina a experiência de Jesus e seus discípulos no jar­dim de Getsêmani?

Ensina que cada cristão tem o seu Getsêmani e cada um de nós deve se submeter à vontade do Pai.

1° trimestre de 2019/Classe: Adultos/Data da Aula: 24/03/2019

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