Lição 2: A minha alma te ama, ó Senhor

2º Trimestre de 2008

Data: 13 de Abril de 2008

TEXTO ÁUREO

“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.2).

VERDADE PRÁTICA

O verdadeiro crente ama a Deus acima de tudo, porque Deus o amou com um amor eterno, concedendo-Ihe a graça divina em seu Filho.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Sl 42

O anseio da alma peregrina por Deus

Terça – Rm 5.1

Somente em Cristo podemos ter comunhão com Deus

Quarta – Gn 5.24

Andar com Deus e ter com Ele comunhão

Quinta – Ec 12.1

A falta de comunhão com Deus torna o homem vazio

Sexta – Jó 42.2

O Deus da nossa comunhão é soberano

Sábado – Sl 37

O cântico daquele que tem comunhão com Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 42.1-5.

1 – Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!

2 – A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?

3 – As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?

4 – Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.

5 – Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença.

INTERAÇÃO

Professor, a comunhão cristã possui dois lados: com os nossos irmãos e com a Trindade (1 Jo 1.3; 4.20). Todavia, devemos dar a Deus a primazia em nossos relacionamentos. A comunhão com Deus deve estar acima de tudo e de todos. Portanto, seja disciplinado e devote sua vida primeiramente a Deus. Incentive os seus alunos para que façam o mesmo (Lc 10.27). Excelente aula!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever a comunhão dos santos.
Explicar porque a alma humana anseia por Deus.
Buscar a presença de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, o vocábulo comunhão, do grego koinōnia, não significa apenas “associação” ou “fraternidade”, mas “relacionamento íntimo”. Na Primeira Epístola de João encontramos a expressão “a nossa comunhão (koinōnia) é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1.3). É preciso observar que o termo koinōnia não é usado no Evangelho de João, no entanto, o apóstolo prefere a palavra grega ginōskō, isto é, “conhecer”. Porém, o sentido não se refere ao conhecimento por vias intelectuais, mas à intimidade com a coisa conhecida, refletindo o sentido de koinōnia (Jo 15.15; 17.26). A comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo é o supremo bem que anela a alma do crente regenerado. Use o gráfico abaixo para ilustrar essa verdade.

COMUNHÃO CRISTÃ COM DEUS (1 Jo 1.3)

MEIOS DE COMUNHÃO COM A TRINDADE

Pai (1 Jo 1.6)

A Escritura (Sl 119.33-35)

Filho (1 Co 1.9)

Adoração (At 16.25,26)

Espírito Santo (2 Co 13.13; Fp 2.1)

Oração (Mt 6.9-13)

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Anelo: Aspiração ardente da alma pela presença benfazeja do Senhor.

Norman Snaith, comentando o Salmo 42, realça quão inefável é a comunhão que desfrutamos com o Senhor: “O homem que já experimentou a alegria da comunhão com Deus, não estará apático quanto às oportunidades de renovar, com Ele, a sua intimidade, quer em suas devoções particulares, quer nas adorações públicas. Esse homem simplesmente não consegue ficar longe de Deus. Sua alma sedenta haverá de o impelir sempre à presença do Pai Celeste”.

Assim também diria William Bates, escritor puritano do século XVII. Ao discorrer sobre a intimidade entre a nossa alma e o Supremo Ser, descreve ele a alegria que lhe ia na alma: “A comunhão com Deus é o princípio do céu”.

I. O QUE É A COMUNHÃO COM DEUS

Tem você sede de Deus? Anela por sua presença? Suspira por seus átrios? Anseia aprofundar com Ele a sua comunhão? Aliás, sabe você o que é, realmente, a comunhão com Deus?

1. Definição. A comunhão com Deus é a intimidade que o crente, mediante a obra redentora de Cristo e por intermédio da ação do Espírito Santo, desfruta com o Pai Celeste, e que o leva a usufruir de uma vida espiritual plena e abundante (Rm 5.1; 2 Co 13.13).

Andar com Deus é o mais perfeito sinônimo de comunhão com o Pai Celeste. Tão profunda era a comunhão de Enoque com o Senhor, que o mesmo Senhor, um dia, o tomou para si (Gn 5.24). Andar com Deus significa, ainda, ter uma vida como a de Eliseu que, por onde quer que fosse, era de imediato reconhecido como homem de Deus (2 Rs 4.9). Comunhão com Deus é ser chamado de amigo pelo próprio Deus (Is 41.8).

2. A comunhão com Deus é uma disciplina consoladora. Apesar de seus grandes e lancinantes sofrimentos, Jó sempre refugiava-se na comunhão com o seu Deus (Jó 19.25). Suas perdas eram grandes; aos olhos humanos, irreparáveis. Todavia, confiava ele nas providências de um Deus de quem era íntimo. Até parece que Willard Cantelon, autor de imortais devoções, inspirou-se na experiência de Jó, quando escreveu: “Posso suportar a perda de todas as coisas, exceto do toque de Deus na minha vida”.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A comunhão com Deus é a intimidade que o crente possui com o Pai, mediante a obra redentora de Cristo e da ação do Espírito Santo.

II. A ALMA HUMANA ANSEIA PELOS ÁTRIOS DE DEUS

O ser humano não é o resultado de um processo evolutivo; é a plenitude de um ato criativo de Deus (Gn 1.26). Se fomos criados por Deus, nossa alma, logicamente, aflige-se por Deus; anseia por seus átrios. E só haveremos de descansar, quando em Deus repousarmos (Sl 42.11). E se nos alongarmos do Criador? O vazio passa a ser a única realidade de nosso ser.

1. O vazio humano. Billy Graham visitava, certa vez, uma universidade norte-americana, quando perguntou ao reitor: “Qual o maior problema que o senhor enfrenta com os seus alunos”. O educador respondeu-lhe: “Vazio. Há um vazio muito grande de Deus em seus corações”. Como preencher este vazio?

Buscando preencher o vazio de sua alma, vagueia o homem pelo álcool, transita pelas drogas e erra pelos devaneios da carne. Depois de toda essa busca, conclui: “Não tenho neles prazer” (Ec 12.1 – ARA). Mas o que aceita a Cristo, experimenta uma vida abundante e inefável (Jo 4.14).

2. A plenitude da comunhão divina. Sabia o salmista que somente em Deus encontramos a razão de nossa existência e a satisfação plena de nossa alma. Eis por que deixa emanar de seus lábios este lamento: “Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e Deus meu” (Sl 43.5).

John Bunyan, em O Peregrino, descreve a angústia da alma em sua jornada à Jerusalém Celeste. Quanto mais caminha, mais falta do Senhor vai sentindo até que, ao longe, avista a ditosa cidade, onde se encontra o amante de sua alma – Jesus Cristo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Somente a presença de Deus no coração dos homens poderá preencher o vazio da alma humana.

III. O DEUS DE NOSSA COMUNHÃO

Afinal, por qual Deus anseia a nossa alma? Pelo Deus teologicamente correto que se acomoda a todas as religiões e credos? Ou pelo Deus único e verdadeiro que se revelou a si mesmo por intermédio de nosso Senhor?

1. O Deus onipotente. O Deus pelo qual suspira a nossa alma pode todas as coisas; para Ele inexiste o impossível (Gn 1 7.1; Lc 1.37). Entretanto, há um grupo de teólogos modernos que, menosprezando as Sagradas Escrituras, ensinam: Deus na verdade é poderoso, mas não pode ser considerado Todo-Poderoso. Assim eles argumentam: “Fora Ele realmente poderoso e tudo soubesse, certamente evitaria as tragédias que tanto infelicitam a humanidade”. Será que esses falsos doutores desconhecem a soberania de Deus? Se Ele permite determinados males, não nos cabe questionar-lhe as razões. De uma coisa, porém, estou certo: todos os seus atos são movidos pelo mais puro, elevado e sublime amor.

2. O Deus onisciente. O Deus, a quem tanto amamos, sabe todas as coisas; tudo lhe é patente. No Salmo 139, o salmista canta-lhe a onisciência, declarando que Ele nos conhece profundamente; esquadrinha nossos mais íntimos pensamentos, e não se surpreende com nenhuma de nossas ações.

Lecionam, porém, alguns dos sectários do Teísmo Aberto: “Deus, às vezes, é incapaz de penetrar nos recônditos de nosso livre-arbítrio, por ser-lhe este um mistério”. Ora, se por um lado aceitamos o livre-arbítrio; por outro, cremos na soberania divina; esta é inquestionável. E não será nenhuma “liberdade libertária” que haverá de impedir o nosso Deus de sondar as mentes e corações (Ap 2.23).

3. O Deus de amor. Se Deus é amor, por que nos sobrevêm aflições, dores e perdas? Ainda que não tivéssemos resposta alguma a essa pergunta, de uma coisa teríamos convicção: Ele é amor; somente um Deus que é o mesmo amor, poderia enviar o seu Unigênito para redimir-nos de nossos pecados (Jo 3.16; 1 Jo 4.8). É por esse Deus que almejamos.

Quando aceitamos a Cristo, cientifica-nos Ele: a jornada ser-nos-á pontilhada de lutas e aflições, mas conosco estará até à consumação dos séculos (Jo 16.33). O Filho de Deus é bem claro quanto às aflições que nos aguardam: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23). Se Ele nos amou com um amor eterno e sacrificial, por que deixaríamos nós de amá-lo? Oremos: “Cristo, tu sabes que, apesar de nossas imperfeições e falhas, nós te amamos”. Leia o Salmo 34, e repouse em cada promessa que você encontrar.

4. O Deus soberano. No epílogo de suas provações, confessa Jó: “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.2). Implicitamente, estava ele almejando aprofundar a sua comunhão com um Deus, cuja soberania é inquestionável. Este é o nosso Deus; por Ele nos desfalece a alma.

Por conseguinte, não podemos aceitar os falsos mestres e teólogos que, torcendo as Escrituras Sagradas, emprestam a Satanás uma soberania que pertence exclusivamente a Deus. Refiro-me àqueles que dizem, por exemplo, que, para Cristo salvar um pecador, é-lhe necessária a permissão do Diabo. Ora, Cristo jamais foi constrangido a negociar com Satanás; sua missão é clara. Veio Ele para destruir as obras do Maligno, e foi exatamente isso que fez na cruz do Calvário (1 Jo 3.8). Nada devemos ao Adversário. Adoremos, pois a Cristo. Mantenhamos com Ele a mais doce e meiga das comunhões. Por esse Deus maravilhoso, anseia a nossa alma.

Cante, agora, com toda a sua alma, o hino 145 da Harpa Cristã.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O único e verdadeiro Deus pelo qual o ser do crente anela é o Senhor onisciente, onipresente, de amor e soberano.

CONCLUSÃO

Em suas Confissões, demonstra Agostinho um profundo e incontido anseio por Deus. Abrindo o coração, suspira: “Quem me dera descansar em ti! Quem me dera viesses ao meu coração e que o embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo, meu único bem”. O que evidencia esse anelo? Fomos criados por Deus, e por Deus ansiamos.

Sua alma tem sede de Deus? Se não o amarmos de todo o coração, jamais poderemos ser contados entre os seus filhos. Amar a Deus é a essência de nossa vida devocional.

VOCABULÁRIO

Alongar: Pôr distante; afastar, apartar.
Benfazejo: Que faz o bem.
Emanar: Elevar-se voando, evolar, exalar-se.
Inefável: Que não se pode exprimir por palavras; indizível.
Lancinante: Que lancina ou golpeia.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

DANIEL, S. Como vencer a frustração espiritual. RJ: CPAD, 2006.
WILKERSON, D. Faminto por mais de Jesus. 4.ed., RJ: CPAD, 1997.
WHITE, J. E. Abraçando o Deus misterioso. RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. Explique o significado da expressão “comunhão com Deus”.

R. A comunhão com Deus é a intimidade que o crente possui com o Pai, mediante a obra redentora de Cristo e pelo Espírito Santo.

2. Qual o mais perfeito sinônimo para comunhão com Deus?

R. Andar com Deus.

3. O que acontece quando nos alongamos do Criador?

R. O vazio passa a ser a única realidade de nosso ser.

4. Por que não podemos aceitar o Teísmo Aberto?

R. (Livre) Porque o Deus ensinado por essa teoria é limitado, sendo, segundo dizem, incapaz de conhecer profundamente o homem.

5. Como Jó descreveu a soberania de Deus?

R. “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.2).

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