Lição 2: A superioridade da mensagem da cruz

2º Trimestre de 2009

 

Data: 12 de Abril de 2009

TEXTO ÁUREO

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1 Co 1.18).

VERDADE PRÁTICA

A pregação evangélica eficaz é aquela que tem a cruz de Cristo como mensagem central e a autoridade e o poder do Espírito Santo como fundamentos.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 1.18

A loucura e o poder da cruz de Cristo

Terça – Jo 19.19-20

A mensagem trilíngue da cruz

Quarta – 1 Co 1.21

Salvos pela loucura da pregação de Cristo crucificado

Quinta – 1 Co 1.23

O escândalo da mensagem da cruz de Cristo

Sexta – 1 Co 2.4,5

A pregação do evangelho no poder do Espírito

Sábado – 1 Co 2.14,15

O homem inconverso e as coisas do Espírito

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 2.1-10.

1 – E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.

2 – Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

3 – E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.

4 – A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder,

5 – para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

6 – Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam;

7 – mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;

8 – a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.

9 – Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.

10 – Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.

INTERAÇÃO

Prezado professor, diante dos novos desafios e realidades da pregação evangélica em nosso país, o estudo desta lição é de inquestionável importância. Inicie sua aula perguntando aos alunos: “Qual a essência da mensagem cristã?” “A igreja brasileira está anunciando a genuína mensagem da cruz?”. Estas perguntas suscitarão diferentes respostas, mas não fique preocupado! A lição fornece fundamentos bíblico e teológico para você responder a essas indagações. Lembre à classe que, um pregador sábio, segundo o Espírito, sempre será cristocêntrico, enquanto o sábio, segundo o mundo, pregará para agradar apenas aos homens. Boa aula!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever a essência da mensagem da Cruz.
Contestar as pregações e os ensinos falsos.
Suscitar interesse pela genuína pregação.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, no Antigo Testamento o principal vocábulo para sabedoria é “chokmâ”, e nas páginas do Novo Testamento é “sophia”. Os dois termos são usados para descrever vários tipos de sabedoria. Assim, temos a “sabedoria” do ourives (Êx 31.3), a “sabedoria do orador” (1 Co 2.4) etc. Todavia, o tópico II da lição coloca a sabedoria divina em oposição à humana. O teólogo Reginald Hoover, na obra “Comentário Bíblico: 1 e 2 Coríntios” (CPAD, 1999, p.24), fez um contraste entre essas duas sabedorias, como aparece abaixo. Use essa tabela para incrementar a lição.

CONTRASTE ENTRE A SABEDORIA HUMANA E A DIVINA

Sabedoria Humana (Tg 3.13-16)Sabedoria Divina (Tg 1.5; 3.17,18)
1. Baseada no conhecimento parcial, terrestre.1. Baseada no conhecimento infinito, celestial.
2. Produz orgulho.2. Produz humildade.
3. Produz inveja.3. Produz considerações para com os outros.
4. Produz ambição egoísta.4. Produz imparcialidade.
5. Produz desordem.5. Pacífica, submissa.
6. Não espiritual, do Diabo.6. Pura, cheia de misericórdia.
7. Produz toda sorte de práticas ruins.7. Cheia de bom fruto.

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Mensagem da Cruz: Refere-se à pregação cristocêntrica, centrada no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

No capítulo 2 da Primeira Epístola aos Coríntios, encontramos a essência da verdadeira pregação do evangelho de Cristo. Ali, Paulo destacou três verdades fundamentais sobre o assunto: o poder da mensagem da cruz através do pregador (vv.1-5); a insignificância da sabedoria humana na comunicação e recepção da mensagem cristã (vv.6-9), e o sublime efeito da revelação da cruz de Cristo no ouvinte (vv.10-16). Com base nestas verdades, podemos refletir: Qual é a genuína mensagem cristã, segundo a Bíblia? Nossos púlpitos e salas de aula estão realmente a serviço da verdade, segundo a Palavra de Deus, ou da mentira, soberba e ganância dos falsos profetas? Infelizmente, muitos destes têm livre curso em nossas igrejas sem que façamos quaisquer questionamentos.

Nesta lição estudaremos a natureza, o caráter e a supremacia da mensagem da cruz de Cristo.

I. A NATUREZA DA PREGAÇÃO BÍBLICA (2.1-5)

A despeito de sua vasta e polivalente cultura secular, e de sua grande erudição bíblica, Paulo era cheio do Espírito Santo (1 Co 2.4,5; At 9.17). O apóstolo dos gentios ensinava e pregava com graça, unção e muita simplicidade, todavia, sem ser superficial. Como deve ser a pregação bíblica em nossos dias?

1. A genuína pregação bíblica deve ser centrada unicamente em Cristo e sua morte na cruz (v.2). Jesus é o princípio, o meio e o fim da pregação cristã. Não há como pregar o evangelho autenticamente sem falar de Cristo e sua morte na cruz. Mas, afinal, qual é o sentido da “cruz de Cristo” (1 Co 1.17), da “palavra da cruz”, ou da “mensagem da cruz” (vv.18,23)? Estaria o apóstolo Paulo falando do madeiro em si mesmo?

“Cruz” aqui é uma metonímia, ou seja, é um símbolo da obra redentora de Cristo, mediante sua morte substitutiva no Calvário. Não se trata de uma cruz qualquer, mas da “cruz de Cristo” (Jo 19.25; 1 Co 1.17; Gl 6.12,14; Fp 3.18).

A palavra “cruz” evoca o indizível sofrimento de nosso Senhor, sua paixão e morte, e todas as bênçãos proporcionadas por seu sacrifício: a expiação, a redenção, a reconciliação, o perdão, e a remoção da maldição da lei (Rm 3.24,25; Gl 3.10-13; Ef 2.16; Cl 1.20; Hb 12.2).

A mensagem da cruz de Cristo aniquila qualquer discurso de sabedoria e filosofia humanas a respeito da salvação. Deus só tem compromisso com a “palavra da cruz”, o “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13).

2. O verdadeiro sentido da Cruz aplicado à vida cristã. Aplicada à vida cristã, a cruz representa a renúncia total, voluntária e incondicional do crente a Cristo, para segui-lo fielmente até o fim (Mt 16.24; Lc 14.26,27,33; Rm 6.6; Gl 2.20).

3. A legítima pregação bíblica é poderosa em Deus (v.4). Aprendemos neste versículo que a comunicação da mensagem salvífica da cruz de Cristo, falada, escrita, contada, tocada, gravada, etc., na dependência do Espírito Santo, é poderosa e eficaz para realizar a obra de Deus. Apesar de a mensagem carecer de um mensageiro, o Senhor é quem tudo realiza. Neste texto, Paulo dá seu próprio testemunho acerca do poder da pregação da Palavra. Veja em outras passagens: At 19.11; Rm 15.19; 2 Co 12.12.

Paulo esteve entre os coríntios em fraqueza, temor e tremor (v.3). É claro que fraqueza aqui conota total dependência de Deus. Esse estado conduz ao temor no sentido positivo (que é interior), e que pode conduzir ao tremor (que é exterior). Muitos não tremem diante do senhorio de Cristo porque não o temem. Essa falta de temor de Deus vem do engano e da auto-suficiência humanas. Contudo, a experiência de Paulo no serviço do Senhor (v.3) teve um abençoado desfecho (v.4). O Espírito Santo confirmou a exposição das Escrituras com sinais, maravilhas e conversões. Esses milagres sempre ocorrem quando Jesus Cristo crucificado é o tema central e prevalecente da mensagem (v.2).

4. A autêntica pregação bíblica gera fé (v.5). Romanos 10.17 afirma que a “fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Logo, a Palavra de Deus é a fonte que origina a fé salvadora (Jo 5.24; 20.31; At 4.4). Porém, para que a fé seja gerada no ouvinte da Palavra é necessário que a exposição do texto sagrado seja centrada unicamente na bendita pessoa de Jesus, o Salvador, “autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Não pode haver genuína conversão sem a fé em Cristo e por Cristo (At 20.21; Rm 5.1,2; Ef 2.8). Lembremos que a fé evangélica, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus, é diferente da mera e inútil persuasão intelectual.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A genuína pregação bíblica é cristocêntrica, poderosa em Deus e capaz de gerar fé nos ouvintes da Palavra de Deus.

II. CONTRASTES ENTRE A FALSA E A VERDADEIRA SABEDORIA (2.6-16)

Essa passagem destaca a excelência da sabedoria divina e as limitações e imperfeições da sabedoria humana. A linguagem da Escritura sobre a sabedoria de Deus nestes versículos é claramente espiritual: “oculta em mistério”, “antes dos séculos” (v.7), “revelar pelo Espírito”, “as profundezas de Deus” (v.10), etc. Estamos em terreno cujo raciocínio humano é inútil se não estiver alicerçado pelo Espírito e repleto das Sagradas Escrituras.

1. A sabedoria deste mundo (v.6). Esta expressão é de caráter negativo. Neste versículo, o termo “mundo”, no original, equivale à presente era, mas também, por metonímia, o modo ímpio de viver do povo deste tempo. Em Tiago 3.15,16, a Bíblia fala da sabedoria deste mundo como sendo “terrena, animal e diabólica”. O mesmo texto que alude a esta sabedoria afirma suas qualidades: “inveja, espírito faccioso, perturbação e toda obra perversa”. Esta falsa sabedoria (v.6) predominava nos crentes neófitos que se congregavam na igreja de Corinto (1 Co 3.1).

2. A sabedoria de Deus (vv.7-9). A sabedoria de Deus, embora superior à humana, é subestimada e preterida pelo crente carnal, além de ser ignorada pelo homem natural (v.14). Esta é a razão pela qual os cristãos e mestres carnais da igreja de Corinto não compreendiam o mistério da cruz – “escândalo” para os judeus e “loucura” para os gregos (1 Co 1.23). Assim também, os incrédulos, sábios segundo a carne, rejeitam o evangelho por desconhecerem a sabedoria de Deus revelada na cruz de Cristo (2 Co 3.14; 4.3-5). Todavia, a verdadeira sabedoria do Altíssimo é personalizada em Cristo (1 Co 1.30). Assim sendo, a compreensão e assimilação da sabedoria divina não depende primariamente da capacidade e de processos humanos, mas da graça de Deus revelada em Cristo (v.12).

3. A sabedoria de Deus revelada pelo Espírito (vv.10-16). Nesta passagem, o Espírito Santo é citado várias vezes nas suas infinitas operações no ser humano: a) Por Ele Deus revela sua sabedoria. Revelar tem a ver com o desconhecido. Isso também denota o atributo da onisciência do Espírito Santo como Deus (v.10a); b) Ele é o que perscruta as coisas profundas de Deus (v.10b); c) Ele conhece os pensamentos de Deus (v.11b); d) Ele procede diretamente de Deus (v.12a); e) Ele ensina a sabedoria de Deus (v.13); f) Ele é o Espírito de Deus (v.14). O Espírito habita no crente (1 Co 3.16) e no íntimo do crente revela a Cristo; daí, o crente ter a “mente de Cristo” (v.16). O homem espiritual, isto é, possuído e regido pelo Espírito Santo, “discerne bem tudo” (v.15). Em resumo, no capítulo 2, é dito do agir do Espírito Santo que: a) Ele operou com demonstração e poder (v.4); b) Ele revela o desconhecido (v.10); c) Ele conhece tudo (v.10); d) Ele sabe perfeitamente as coisas de Deus (v.11); f) Ele ensina mediante palavras: a Palavra de Deus (v.13).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A sabedoria divina é oposta à sabedoria humana. A primeira procede do Espírito, a segunda do Diabo. A divina é cristocêntrica, a mundana é terrena, animal e diabólica.

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição que a mensagem da cruz de Cristo supera toda capacidade humana em palavra e sabedoria, em todos os tempos, lugares e assuntos. Nossa fé não está fundamentada na eloquência humana, mas no poder de Deus revelado através da Pessoa e Obra vicária de nosso Senhor Jesus. Devemos, pois, ter ampla, perene e profunda comunhão com o Espírito Santo, a fim de que possamos compreender o mistério de Deus: “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27).

VOCABULÁRIO

Conotar: Sentido figurado; translato.

Metonímia: Ocorre quando uma palavra é substituída por outra diferente, mas que têm estreita relação com a primeira.

Neófito: Indivíduo recentemente convertido ao cristianismo.

Preterir: Deixar de parte; desprezar; rejeitar.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HOOVER, T. R. Comentário Bíblico: 1 e 2 Coríntios. RJ: CPAD, 1999.

HORTON, S. M. I e II Coríntios. RJ: CPAD, 2003.

EXERCÍCIOS

1. Cite três características da autêntica pregação cristã.

R. A genuína pregação bíblica é cristocêntrica, poderosa em Deus e capaz de gerar fé.

2. Explique o sentido cristão da palavra “cruz”.

R. Representa a renúncia total, voluntária e incondicional do crente a Cristo.

3. Descreva em poucas palavras a pregação cristã hoje.

R. Resposta Pessoal.

4. Como a Escritura classifica a sabedoria do mundo?

R. Terrena, animal e diabólica.

5. Cite duas ações do Espírito em 1 Co 2.10-16.

R. Revelar e ensinar a sabedoria de Deus, etc.

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