18 de Agosto de 2019
Texto Áureo
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” (Ml 3.10)
Verdade Prática
A entrega do dízimo e das ofertas é uma bênção e um privilégio para quem é grato e fiel a Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv 27.30 O dízimo é do Senhor
Terça – 1 Cr 29.14 Tudo vem de Deus
Quarta – Dt 26.12 O dízimo para assistência social
Quinta – Mt 23.23 Jesus mandou entregar o dízimo
Sexta – 1 Co 9.14 O sustento dos obreiros
Sábado – 1 Co 6.20 Nós pertencemos a Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 3.7-12
7 – Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 – Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 – Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
10 – Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11 – E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
12 – E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
HINOS SUGERIDOS: 247, 330, 403 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicitar que a entrega do dízimo e das ofertas é privilégio para quem é grato e fiel a Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1 Destacar as fontes de recursos da igreja local;
2 Explicitar a base bíblica para os dízimos e as ofertas;
3 Elencar a mordomia dos dízimos e das ofertas na igreja local.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A igreja local tem como recursos de subsistência os dízimos e as ofertas. Assim, cabe aos seus membros o financiamento da instituição local. O que, de fato, é muito saudável. Não é saudável uma igreja financiada pelo Estado ou outro meio extra-bíblico. A igreja local é a expressão visível da Igreja de Cristo. Sua missão é evangelizar, manter a comunhão dos santos e servir aos santos e os de fora em suas necessidades. Portanto, os dízimos e as ofertas devem ser administrados na perspectiva do serviço cristão. Assim, é um privilégio financiar o Reino de Deus na Terra.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre os dízimos e ofertas na obra de Deus. Veremos que, de um lado, os dízimos e as ofertas pertencem a Deus e devem ser-lhe entregues com amor, alegria e fidelidade. Por outro, a liderança eclesiástica deve aplicar os recursos de forma correta, fiel e transparente. Assim, a mordomia desses recursos deve ser executada com base nos princípios da Bíblia Sagrada.
I – AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCAL
1. Dízimos e ofertas. A igreja local tem como fonte legítima de recursos os dízimos e as ofertas. Sem eles, muitos trabalhos ficariam inviabilizados. O fundamento para essa legitimidade está no Antigo Testamento (Lv 27.30-33, Ml 3.10), no Novo (Mt 23.23; 2 Co 8.8-15) e ao longo da História da Igreja. Não se trata, portanto, de uma prática que começou por imposição de uma pessoa ou de grupo ou de denominação, mas pela necessidade natural da Obra do Senhor.
2. O cuidado com recursos externos. Com base na Bíblia, os recursos financeiros da igreja evangélica jamais devem ser provenientes de governos ou de órgãos públicos, ou de organismos financeiros. Nossa missão é divina! Que Deus guarde a igreja local de envolvimento com práticas ilícitas e abomináveis aos olhos de Deus.
3. Outras fontes de recursos. Se a igreja local tiver um centro social de amparo às pessoas vulneráveis, não há impedimento para que o poder público envie recursos para tal ação social. Entretanto, é necessário cumprir as prescrições legais para que não haja a possibilidade de qualquer “aparência do mal”. Outrossim, a igreja jamais deve lançar mão de bingos, rifas e outros jogos de azar para aumentar suas receitas. Isso é pecado; desagrada a Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO II
As fontes legítimas de recursos da igreja local são os dízimos e as ofertas.
SUBSÍDIO DIDÁTICO – PEDAGÓGICO
Há segmentos no meio evangélico que tentam desencorajar o ato de entregar o dízimo. Uns dizem que um crente que entrega o dízimo é legalista, pois, dizem eles, “não há esse mandamento para a igreja do Novo Testamento”.
Ao iniciar a aula proponha uma visão equilibrada sobre o assunto, a partir do auxílio teológico do tópico II. Exponha que o dízimo é uma prática majoritária na tradição cristã. E que a sustentação bíblica não passa apenas pela Lei de Moisés, mas principalmente pela voluntariedade de Abraão, Jacó, Jesus e a prática da igreja ao longo dos séculos.
II – A BASE BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E AS OFERTAS
1. Os dízimos no Antigo Testamento. Muitos acusam de legalismo os que observam a disciplina do dízimo e das ofertas. Entretanto, veremos que a origem do dízimo é anterior à Lei, e que o que o legitima é o sentimento de gratidão do fiel ao seu Criador.
1.1. Origem do dízimo. De acordo com a Bíblia, a entrega do dízimo (hb. ma´aser – décima parte) teve origem no sentimento sincero do patriarca Abraão. Como gratidão ao favor de Deus, ele deu o dízimo de tudo ao sacerdote Melquisedeque (Gn 14.14-20). Assim, é patente que, para além do valor material do dízimo, o gesto de generosidade é significativo. Quando o dízimo tornou-se lei, a gratidão, que é subjetiva, estava no “espírito” da lei. O povo de Israel devia ser grato ao Criador
1.2. O dízimo é do Senhor (Lv 27.30). Nesse sentido, quando entregamos o dízimo não restituímos nada a Deus nem fazemos barganha com Ele, pois, como percebeu o Rei Davi, “tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1 Cr 29.14). O dízimo é do Senhor!
1.3. O objetivo do dízimo no Antigo Testamento. Deus instituiu o dízimo como Lei para a manutenção da sua Casa, sustento da classe sacerdotal e o cuidado com os órfãos e as viúvas (Ml 3.5; Dt 26.12; Jr 22.3). Nesse sentido, há promessas de bênçãos aos dizimistas fiéis (Ml 3.8-10).
2. O dízimo no Novo Testamento. A Bíblia mostra que os fariseus eram rigorosos quanto à entrega dos dízimos. Esse entendimento está presente nas palavras de Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho”. Entretanto, ao mesmo tempo Ele declarou: “desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23 – grifo meu). Aqui, o que o Senhor denuncia é o legalismo e a hipocrisia dos fariseus, e não a entrega do dízimo mesmo. Vejamos dois propósitos do dízimo hoje:
2.1. O dízimo é necessário para manter o ministério em tempo integral. No Antigo Testamento, o dízimo servia para a manutenção dos sacerdotes e levitas (Ne 10.37; 18.21). O princípio do sustento do ministério integral permanece no Novo Testamento (1 Tm 5.17,18). Assim, aos ministros do Evangelho, que se dedicam exclusivamente à obra de Deus, que “vivam do Evangelho” (1 Co 9.14).
2.2. O dízimo é necessário para a assistência social. A Igreja de Cristo sempre teve compromisso com os órfãos, as viúvas e pessoas carentes em diversas condições. Tiago diz que esta é a verdadeira religião (Tg 1.27). Por isso, a igreja local tem o compromisso bíblico de cuidar, por exemplo, das viúvas que necessitam de ajuda (1 Tm 5.3,8). Isso é feito com o recurso dos dízimos
3. As ofertas nas Escrituras. A igreja no Novo Testamento se expandiu e se multiplicou (At 9.31; 16.5; 1 Co 16.19). Para ajudar os irmãos necessitados, bem como expandir a obra missionária, a igreja apostólica usou o expediente das ofertas (2 Co 9.10-15; Fp 4.14-17). A Bíblia mostra que o trabalho dos apóstolos era financiado pelos irmãos de diversas igrejas. Hoje, juntamente com os dízimos, as ofertas têm importância e são dirigidas a muitos fins: construção, necessidade humanitária, missões. Enfim, é um privilégio ofertar na obra do Senhor
SÍNTESE DO TÓPICO II
As bases escriturísticas dos dízimos e das ofertas são o Antigo e o Novo Testamento.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os preceitos mudam ou desaparecem, todavia os princípios são imutáveis e permanentes. Nos patriarcas o dízimo ocorre não em função do preceito ou mandamento, mas em razão do reconhecimento do princípio da bondade e dependência divina (Gn 14.20; 28.22).
Aqueles que ainda hoje creem que o Antigo Testamento exige a prática do dízimo, mas que o Novo não contém essa exigência, devem observar que a natureza do culto e seus fundamentos no Novo Testamento não mudaram. Mudou apenas a forma do culto, mas não a sua função. O culto levítico com seus milhares de rituais já não existe, todavia o princípio do sacerdócio continua ainda hoje (1 Pe 2.9; Ap 1.6). Passou o sacerdócio de Arão, ficou o sacerdócio cristão (Hb 4.14-16; 10.11,12; 1 Pe 2.5,9; Ap 1.6). A justificativa que alega que o cristão não está debaixo do preceito legal do dízimo mosaico é falha por não levar em conta que o cristão permanece ligado ao princípio moral do dízimo abraâmico. Abraão, o pai dos que creem, devolveu o seu dízimo de forma espontânea e voluntária antes do preceito legal (Gn 14.20), o que deve servir de modelo para todos os crentes.
A Bíblia mostra claramente que a ordem sacerdotal a quem Abraão entregou seu dízimo é eterna, ao contrário da ordem do sacerdócio levítico, que era transitória (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4). Portanto, aqueles que não reconhecem mais o preceito da obrigatoriedade concernente ao dízimo, como ensinou Moisés, deveriam se submeter ao princípio da voluntariedade como exemplificou Abraão” (GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.143-44).
III – A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS NA IGREJA LOCAL
1. Como deve ser a entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local?
1.1. Com gratidão a Deus. Deus é o dono de tudo: da Terra e de seus habitantes (Sl 24.1). Somos propriedade dEle (1 Co 6.20). Só temos saúde porque Ele permite. Só trabalhamos porque Ele nos concede forças. Estamos de pé porque Ele cuida de nós. A gratidão a Deus é a virtude primeira na entrega dos dízimos e das ofertas.
1.2. O dízimo deve ser calculado a partir da renda bruta. É comum irmãos terem dúvidas quanto ao cálculo para separar o dízimo: “Devo separá-lo da renda líquida ou bruta?”. O princípio bíblico que norteava a entrega do dízimo no Antigo Testamento é o das “primícias” (Pv 3.9,10). Por isso, nossa orientação é que o dízimo deve ser retirado da renda bruta. Antes de preocupar-se em pagar as prestações, a água, a luz, o gás ou qualquer outra despesa, honre ao Senhor com suas primícias.
1.3. Os dízimos e as ofertas devem ser levados “à casa do tesouro”. O dízimo e as ofertas têm de ser levados ao tesouro da igreja local. No templo, em Jerusalém, havia um lugar chamado de “a casa do tesouro” para receber os dízimos do povo (Ne 10.37-39). Assim, hoje, cabe ao cristão levar o dízimo e as ofertas à tesouraria da igreja local; e cabe à liderança da igreja a correta e transparente administração dos dízimos
2. O dízimo dos empresários. Geralmente não poucos profissionais liberais e empresários têm dificuldade de calcular o dízimo. Como eles não têm uma renda fixa, há muitas dúvidas quanto a essa entrega. Para isso, damos a seguinte orientação:
2.1. O dízimo deve ser calculado com base na renda. O faturamento empresarial não é renda, pois inclui os custos da empresa e o lucro. O faturamento pertence à empresa, e não ao empresário. Assim, o lucro é o excedente sobre o custo. Desse lucro, além do valor que lhe permite reinvestir nos negócios, o crente empresário deve tirar a sua renda, ou o tecnicamente denominado Pró-Labore. Ou seja, dessa renda ele deve tirar o sustento direto de sua família. Logo, o dízimo tem de ser calculado a partir dessa renda familiar.
2.2. O controle da renda. Para calcular a sua renda, o empresário cristão deve anotar numa planilha, no computador ou mesmo num caderno, o quanto e a regularidade com que ele retira da empresa o valor para a sua manutenção: se diário, se semanal, se quinzenal, se mensal etc. Do valor retirado, simultaneamente, pode-se separar o dízimo. É melhor fazer assim do que deixar para tirar tudo de uma vez. Outro ponto importante é que o empresário deve retirar também o dízimo de sua renda bruta.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A mordomia em relação aos dízimos e ofertas na igreja local envolve a gratidão e o princípio das primícias.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Dízimos e ofertas como fontes de bênçãos
Os dízimos, ofertas e votos que eram feitos a Deus no Antigo Testamento jamais devem ser interpretados como uma prática de barganha. A ideia de que Deus nos dará algo em troca ou que Ele agora é devedor, ficando na obrigação de pagar tudo que nos deve, porque como dizimistas nos candidatamos a receber as bênçãos sem medida, caracteriza sem dúvida alguma a prática da barganha. O barganhista faz esperando receber algo em troca. Ele condiciona a fé em Deus ao cumprimento dos seus desejos. Em outras palavras, se Deus fizer o que o barganhista pede ou necessita então ele em contrapartida também fará o que prometeu.
[…] [Devemos] ver as bênçãos de Deus, decorrentes de nossa fidelidade, como devem ser vistas, isto é, sem aquela ideia de troca tão comum em muitas igrejas. Nas Escrituras, portanto, é possível verificarmos que as bênçãos de Deus alcançam os dizimistas e ofertantes” (GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.148-49).
CONCLUSÃO
Entregar o dízimo e ofertar não é “obrigação”, mas privilégio. Ora, Deus nos concedeu a vida, a salvação, a saúde, a família, a segurança, a paz, os irmãos na fé, os amigos, as oportunidades e as vitórias nas lutas. Reconhecer todas essas bênçãos é cultivar um coração grato. Assim, todo cristão sincero entrega o dízimo e a oferta com satisfação, gratidão e alegria, para então, contribuir para o crescimento e o fortalecimento do Reino de Deus e sua obra.
PARA REFLETIR
A respeito de “A Mordomia dos Dízimos e Ofertas”, responda:
• Qual a fonte legítima de recursos da igreja local?
A igreja local tem como fonte legítima de recursos os dízimos e as ofertas.
• De acordo com a Bíblia, a quem pertence o dízimo?
O dízimo é do Senhor (Lv 27.30).
• O que o Senhor Jesus denuncia em Mateus 23.23?
O legalismo e a hipocrisia dos fariseus, e não a entrega do dízimo.
• O cálculo do dízimo deve ser feito em cima de qual renda?
O dízimo deve ser retirado da renda bruta.
• Como o empresário pode controlar a sua renda para calcular o dízimo?
O empresário cristão deve anotar numa planilha, no computador ou mesmo num caderno, o quanto e a regularidade com que ele retira da empresa o valor para a sua manutenção: se diário, se semanal, se quinzenal, se mensal etc. Do valor retirado, simultaneamente, pode-se separar o dízimo.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão – CPAD, nº 79, p.39. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.