Vá brincar! Não fique perto de mim!

Posso imaginar quantas vezes você já ouviu essa
frase. Talvez não tenha mais lembranças conscientes, porém a
história de sua infância provavelmente registrou momentos
como este. Não sei como você não percebe quanto está
perdendo. Não há nada mais aprazível que a companhia dos
filhos.
Meus pais tiveram 11 filhos, e sou o primogênito.
Estávamos sempre perto de meu pai quando ele trabalhava em
casa, no comércio ou na fazenda, e perto de mamãe, na
cozinha, na copa, nas conversas e nas celebrações. Quando
todos se ausentavam para a casa de algum parente, ele dizia:
“Estou sentindo falta do barulho, da alegria, do choro, das
conversas e da presença dos meus filhos”. Hoje são os netos.
Quando a casa está cheia, ele diz que foi premiado,
que está sendo presenteado com todo aquele bulício de
crianças à volta dele. Quando você repele e afasta seu filho,
está isolando a comunicação e a possibilidade de integração,
de intimidade e de amor. São raras as ocasiões em que os
filhos não são convidados, porque não se pode usurpar-lhes o
direito à proximidade. É bem provável que no futuro, quando
a ausência total deles for uma realidade, você sinta remorsos.
Ser privado da atenção e do carinho dos pais deixa
cicatrizes na memória emotiva, resultando em problemas na
vida adulta, diz Daniel Goleman, em seu livro Inteligência
emocional. O filho rejeitado na infância apresenta sintomas de
ansiedade, preocupação, inquietação e nervosismo. Além
disso, pode ficar deprimido e se sentir solitário.
Pesquisas constatam que a melhor prevenção para os
problemas de saúde mental é o relacionamento saudável que o
indivíduo desfruta na infância.

Consequências
O medo de ser rejeitado passará a assombrara criança.
Comisso, ela apresentará alto nível de ansiedade e de
preocupação e experimentará uma sensação de desamparo.
O resultado será falto de concentração, ódio contra si
mesmo, sensação de inutilidade, lapsos de memória,
desalento, melancolia e apatia. Quando crescer, sentirá
antipatia pelos outros— uma forma de justificara
incapacidade de se relacionar com as pessoas.
Haverá uma persistente inibição na construção de
vínculos afetivos, amorosos e de companheirismo. Isso ocorre
em razão da falta de um padrão interno de afeto, que não foi
formado.
O mais grave é que a maioria dos rejeitados repete o
comportamento dos pais em relação a outros indivíduos,
principalmente com os próprios filhos.

O que dizer?
Diga ao seu filho que você aprecia a companhia dele e
que se sente muito bem quando ele está próximo a você. Esse
tipo de afirmação propicia uma enorme sensação de
segurança e de autoestima para a criança. Querer ficar perto é
valorizar. É construir vínculos inquebráveis e intensificara
confiança. Isso fortalece o senso de identidade.
Na vida adulta, ele compreenderá o valor da amizade,
do companheirismo, do trabalho em equipe, da mutualidade,
da cooperação e da cumplicidade. A intensidade de
envolvimento e a interação com os outros serão proporcionais
ao que ele aprendeu com você.

FONTE: 50 Coisas que os pais nunca
devem dizer aos filhos

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