Lição 1: O caráter das promessas de Deus

4º Trimestre de 2007

 

Data: 07 de Outubro de 2007

TEXTO ÁUREO

“Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11).

VERDADE PRÁTICA

O cumprimento das promessas de Deus na história bíblica dá-nos a certeza de que Ele também cumprirá suas promessas para conosco.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 2 Pe 3.9

Deus não retarda as suas promessas

Terça – 2 Cr 7.14

As promessas condicionais de Deus

Quarta – Jo 7.38,39

As promessas de Deus são para os que crêem

Quinta – Hb 11.8-10

As promessas de Deus fortalecem a nossa fé

Sexta – 2 Pe 1.2-8

As promessas de Deus abrem os tesouros da graça

Sábado – At 1.8

As promessas de Deus cumprem os seus propósitos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Isaías 55.6-13.

6 – Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

7 – Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.

8 – Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR.

9 – Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.

10 – Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,

11 – assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.

12 – Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas.

13 – Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o SENHOR por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.

INTERAÇÃO

Chegamos, enfim, ao término de mais um trimestre de Lições Bíblicas! Durante o ano em curso, nossos alunos desfrutaram de preciosos ensinos da Bíblia, a inerrante Palavra de Deus. Neste último trimestre de 2007, estudaremos “As Promessas de Deus para a sua vida”. Trata-se de um estudo devocional, mas com implicações teológicas relevantes à vida cristã. O comentarista é o Pr. Geremias do Couto, Jornalista, Conferencista e autor do livro A Transparência da Vida Cristã, editado pela CPAD.

Desejamos que as “grandíssimas e preciosas promessas” do Senhor, como afirma 2 Pe 1.4, sejam abundantes na vida de seus alunos. Deus o abençoe!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Definir a frase “promessas bíblicas”.
Classificar as promessas divinas.
Descrever os propósitos das promessas divinas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, você sabe como interpretar as promessas bíblicas? Será que todas as promessas das Escrituras são válidas para todas as pessoas em todos os tempos? As promessas são condicionais ou incondicionais? O que são as promessas bíblicas?

As promessas bíblicas designam o amoroso compromisso estabelecido por Deus com os seus servos. Elas estão dispostas nas Escrituras, mas é necessário interpretá-las corretamente. Nem todo texto bíblico é uma promessa, assim como algumas promessas são para Israel, outras para a Igreja, e algumas para os crentes em geral. Abaixo, descrevemos 7 princípios para interpretar as promessas divinas. Estude-os.

Sete princípios para interpretar as Promessas Bíblicas

1.

Procure distinguir as promessas feitas a Israel daquelas feitas à Igreja.

2.

Respeite o princípio de que algumas promessas estão condicionadas à obediência.

3.

Não aplique para os dias de hoje, promessas escatológicas.

4.

Observe o contexto histórico, cultural e gramatical das promessas.

5.

Embase as promessas em mais de duas referências bíblicas.

6.

Busque exemplos bíblicos que confirmem as promessas gerais.

7.

Não atribua a si, promessas específicas à pessoas específicas.

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Promessa: Ato amoroso por meio do qual o Senhor estabelece um compromisso fiel e santo com os seus servos (Cl 3.16).

Este é um dos temas bíblicos mais preciosos à vida cristã, uma vez que todos nós, em qualquer circunstância, somos dependentes das promessas de Deus exaradas nas Escrituras. A partir da promessa da salvação, não há um momento sequer de nossas vidas que não tenhamos as nossas convicções cristãs fortalecidas por aquilo que Deus tem prometido em sua bendita Palavra.

I. O CARÁTER DAS PROMESSAS DE DEUS

1. As promessas de Deus são um ato da sua vontade. Nos primeiros capítulos de Gênesis não aparecem apenas os juízos divinos por causa da rebelião humana, mas há também o registro da primeira promessa (3.15), que descortina a história da salvação, cujo desenvolvimento perpassa toda a Bíblia, e que, quanto à sua consumação, teve o seu fiel cumprimento em Cristo no Calvário. Como um ato soberano de sua vontade, Deus determinou, em Cristo, prover a redenção da raça humana (Sl 14.2,3; 53.1-3; Rm 3.9-12,23; 5.12).

No texto da leitura bíblica em classe, o profeta Isaías refere-se aos pensamentos de Deus, seus propósitos e seus caminhos como a fonte soberana de onde se derivam todas as suas ações no seu relacionamento com o homem, inclusive as suas promessas (vv.8,9). Parece uma verdade óbvia; porém, ela implica reconhecer que o plano de Deus para a humanidade vai muito além de nossas expectativas.

2. Classes de promessas de Deus. Certas promessas divinas são incondicionais, tais como a vinda de Jesus (2 Pe 3.4; Jo 14.3); o triunfo da Igreja sobre os poderes malignos (Mt 16.18); o julgamento dos pecadores impenitentes (Sl 9.17; At 17.30,31) etc. Outras, porém, são condicionais em relação ao ser humano. Isso é o que está explícito nos versículos 6 e 7 do texto em estudo. Ali, algumas condições foram estabelecidas: a) buscar ao Senhor, b) invocá-Lo, c) deixar o caminho ímpio, d) abandonar os pensamentos egoístas e humanos, e) converter-se, e f) voltar-se exclusivamente para Deus. Os que anseiam desfrutar das promessas divinas devem, portanto, levar em conta a observância dessas condições, porque a parte do Eterno já foi feita.

3. As promessas de Deus independem das circunstâncias. A realização das promessas de Deus não está sujeita às circunstâncias e nem limitada pelas intervenções contrárias, seja do homem seja do próprio Diabo, no intuito de impedir a ação de Deus (Is 43.13). Em muitas ocasiões Satanás tentou obstar a promessa de salvação ao longo da história, mas em todas fracassou, pois nada há que possa afastar Deus dos seus propósitos.

A correlação que Isaías faz entre os resultados dos pensamentos de Deus e os efeitos da chuva e da neve sobre a terra (vv.10-13) é perfeita para mostrar que não há caminho de volta naquilo que Deus decidiu realizar em seu pacto com o homem.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

As promessas divinas são um ato da bondade de Deus. Embora algumas sejam condicionais, independem das circunstâncias.

II. PARA QUEM SÃO AS PROMESSAS DE DEUS

1. Promessas gerais. São para todos os que crêem e cumprem os requisitos da fé. A promessa de salvação, por exemplo, não se limita a um povo específico (Jo 1.11,12; 3.16; 1 Tm 2.3,4), nem se restringe a um grupo de “iluminados”, como imaginam os adeptos de certos movimentos heréticos trajados de evangélicos. Ao contrário, as Escrituras garantem que todos podem ser graciosamente salvos desde que cumpram sua parte no pacto da salvação, que implica crer segundo o Evangelho, arrepender-se e aceitar a provisão redentora de Deus, em Cristo, o sacrifício no Calvário.

2. Promessas individuais. São as que tiveram cunho particular, mesmo que seus resultados tenham ultrapassado o próprio indivíduo. Como o caso de Noé, Abraão, Ana, Raabe e tantos outros relacionados na galeria de heróis da fé (Hb 11.1-40). Os conceitos expressos em cada uma dessas promessas são válidos para nós, hoje, pois Deus pode e quer tratar conosco segundo os mesmos padrões. Ler 2 Co 1.20; Rm 15.8,9; Lc 24.45.

3. Promessas para Israel. Embora sejamos abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas específicas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e aplicá-las à Igreja. Isso ocasiona sérios desvios doutrinários. Ler At 3.25; Gl 3.14-18; Hb 6.12-15; 7.6.

4. Promessas para a Igreja. Elas aparecem implícitas em muitas passagens do Antigo Testamento e explícitas em o Novo. Elas dizem respeito ao estabelecimento da Igreja, delineando sua trajetória peregrina até às moradas eternas. Independente da nossa origem étnica, todos os que cremos no Senhor Jesus e vivemos à luz do seu Evangelho, estamos sob as bênçãos dessas benditas e gloriosas promessas (1 Co 12.13).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

As promessas divinas podem ser classificadas em: gerais, individuais, para a Igreja e a Israel.

III. O PROPÓSITO DAS PROMESSAS DE DEUS

1. Redimir seu povo. As promessas de Deus têm como primeiro propósito redimir plenamente o seu povo. Quando Deus ordenou a Noé que construísse a arca, visava exatamente a sua redenção; o mesmo aconteceu quando Ele intimou Abraão a deixar a sua terra.

A promessa de livramento de Israel da escravidão egípcia também teve esse significado. Semelhantemente, essa verdade vale para a vida da Igreja (2 Co 1.20). Fomos redimidos do pecado e da escravidão que nos impunha o príncipe deste mundo.

2. Conduzir seu povo. Outro conceito implícito nas promessas de Deus é o de direção. Como podemos observar no versículo 12 da Leitura Bíblica em Classe, o resultado da palavra que sai da boca de Deus gera paz para prosseguirmos sempre em segurança, porque essa bendita palavra nos guia e nos protege. Mediante essas promessas estamos sempre certos do que o Senhor espera de nós; abrigados sob essa garantia não nos desviamos nem para a direita nem para a esquerda. Sabemos o que queremos e aonde chegaremos. Ler Sl 22.4,5; 25.3; 62.5-8; Fp 1.20.

3. Abençoar seu povo. Finalmente, as promessas de Deus visam abençoar seu povo, não com a expectativa errada da teologia da prosperidade, que põe as riquezas como um fim e faz com que a vida cristã gire ao redor disso como se fosse a conquista suprema da vida. Tudo quanto recebemos de Deus, seja a faia em lugar do espinheiro, seja a murta em lugar da sarça (v.13), não é para o nosso deleite carnal e sim para a sua excelsa e eterna glória. As promessas apontam, assim, para Deus, o nosso Bem supremo, que nos garante uma segura caminhada até nossa entrada nas mansões celestiais (2 Tm 4.18).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Os propósitos das promessas divinas são: redimir, conduzir e abençoar o povo santo de Deus.

CONCLUSÃO

As promessas de Deus asseguram-nos que Ele sempre cuida de nós em quaisquer circunstâncias. Ao mesmo tempo, precisamos compreender que essas promessas acham-se vinculadas a um pacto, no qual há cláusulas a serem observadas por nós. Deus faz a sua parte. Ele espera que façamos a nossa e que entendamos suas promessas à luz de sua soberania.

VOCABULÁRIO

Exarar: Consignar ou registrar por escrito; lavrar.
Obstar: Causar embaraço ou impedimento; servir de obstáculo; fazer oposição; opor-se.
Vincular: Ligar ou prender com vínculos.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 4.ed., RJ: CPAD, 2003.
RHODES, R. Livro completo das promessas bíblicas. RJ: CPAD, 2006.

EXERCÍCIOS

1. O que são as promessas divinas?

R. As promessas de Deus são um ato da sua vontade.

2. Cite as promessas divinas incondicionais.

R. A vinda de Jesus (2 Pe 3.4); o triunfo da Igreja sobre os poderes malignos (Mt 16.18); o julgamento dos pecadores impenitentes (Sl 9.17).

3. Classifique as promessas divinas conforme a lição.

R. Gerais, individuais, para a Igreja e a Israel.

4. Para quem são as promessas gerais?

R. São para todos os que crêem e cumprem os requisitos da fé.

5. Cite três propósitos das promessas de Deus.

R. Redimir, conduzir e abençoar o povo santo de Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *