Lição 6: Demandas judiciais entre os irmãos

2º Trimestre de 2009

 

Data: 10 de Maio de 2009

TEXTO ÁUREO

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas?” (1 Co 6.2).

VERDADE PRÁTICA

Quando os tribunais são frequentados pelos discípulos de Cristo por estarem em litígio é porque renunciaram a lei do amor cristão.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Ts 4.6

Deus é vingador de quem oprime e engana

Terça – Sl 15

O perfil do cidadão do céu

Quarta – Lc 7.41-47

O princípio do perdão

Quinta – Mt 18.21-35

O exemplo de perdão

Sexta – Mt 5.43-48

A lei do amor em Cristo

Sábado – 1 Co 13.4-7

O amor tudo suporta

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 6.1-9.

1 – Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos?

2 – Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas?

3 – Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?

4 – Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima na igreja?

5 – Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?

6 – Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isso perante infiéis.

7 – Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?

8 – Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano e isso aos irmãos.

9 – Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus?

INTERAÇÃO

Os membros da igreja de Corinto estavam atravessando uma fase turbulenta, marcada por discórdias e demandas. Em vez de primeiro levarem as questões perante o Senhor da Igreja em oração, e depois aos crentes, acabavam por expor as disputas nos tribunais civis, onde juízes pagãos davam o veredicto. Essa situação afligia o apóstolo Paulo.

Em Corinto não havia vencedores, todos saíam perdendo. Às vezes, os verdadeiros vencedores não são aqueles que vencem uma disputa, mas sim aqueles que sabem renunciar por amor a Cristo e a sua obra.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Compreender que as demandas prejudicam a obra de Deus.
Saber que o mundo e os anjos serão julgados pela Igreja no futuro.
Buscar uma fraterna comunhão com todos os irmãos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, sugerimos que você inicie a aula levantando a seguinte questão: “De onde provinham as guerras e pelejas entre os irmãos de Corinto?” Explique aos alunos que os conflitos e as demandas judiciais entre esses irmãos eram advindos de vários fatores, mas o principal deles está atrelado ao desejo de vingança, nutrido pelos crentes. Fica claro que eles seguiam a chamada “lei de talião” (olho por olho, dente por dente) do Antigo Testamento (Êx 21.24). Enfatize o fato de que se vingar é descumprir a “lei áurea” de Cristo de amar até os inimigos e fazer bem aos que nos aborrecem (Lc 6.27). Só existe um tipo de vingança que é legal e legítima, de acordo a Bíblia: a vingança de Deus (Rm 12.19-21; 1 Pe 3.9).

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Litígio: Questão judicial; pleito, demanda.

Uma igreja onde ocorre a manifestação de dons espirituais pode abrigar crentes nitidamente carnais? Se isso acontece, a culpa é dos dons de Deus ou de seus portadores? Na realidade, os dons não asseguram um comportamento santificado do crente. Essa era a real situação da igreja de Corinto. Internamente ela estava perdendo a qualidade espiritual e, externamente, sua influência missionária. Essas perdas se davam em razão de muitos crentes moverem processos judiciais entre si na justiça secular. E quando isso acontece entre os irmãos, as consequências podem ser desastrosas (Pv 18.19).

Apesar de tudo, o amor de Deus levou Paulo a tratá-los carinhosamente de “irmãos” mais de vinte vezes ao longo de sua primeira epístola. Será que somos melhores e mais santos que os coríntios?

I. A FALTA DE COMUNHÃO FRATERNA NA IGREJA CORÍNTIA

1. As discórdias pessoais. “Tendo algum negócio contra o outro” (v.1). Alguns crentes, por motivos pessoais, egoístas e banais costumavam levar outros aos tribunais, acionando juízes pagãos, como era o costume da época. A gravidade da advertência de Paulo estava no fato de que tais juízes arbitravam as demandas segundo as leis, idéias e costumes do paganismo reinante entre os gregos e romanos.

2. A falsa espiritualidade. O capítulo 14 da epístola em estudo revela que nos cultos em Corinto havia bastante movimento, demonstrações “carismáticas”, declarações em línguas, cânticos, profecias, exposição doutrinária, mas também muitas meninices, superficialidades e emocionalismo, que não devemos confundir com as reais “manifestações do Espírito” (1 Co 12.7).

3. Imaturidade diversa (vv.1,5,7). É verdade que aqui na terra não se acha pessoa nem igreja perfeitas até a volta de Cristo (Ef 5.26,27; Cl 3.4). Quando Paulo fala a respeito de “suportar” uns aos outros em amor (Ef 4.2), é exatamente por causa disso. Se a diversidade de temperamentos, de personalidades, de formação e de mentalidade for ignorada, e se também não for controlada, pode motivar conflitos os mais diversos por toda parte.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Alguns crentes, por motivos pessoais e corriqueiros, costumavam levar outros aos tribunais quebrando os laços fraternos.

II. UMA IGREJA QUE DESCONHECIA A SUA IMPORTÂNCIA (vv.2-4)

1. A Igreja como juiz futuramente. A Bíblia afirma que, sob Cristo, o mundo e os anjos maus serão julgados pela Igreja no futuro: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?” (v.2). “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” Ver 2 Pe 2.4; Jd v.6; Ap 20.10.

Já aqui na terra a Igreja tem seus pastores, dirigentes e mestres, que capacitados por Deus e preparados em si mesmos, devem cuidar, no âmbito interno, dos problemas dos irmãos que surgem na vida cristã e na vida em geral. Confira, por exemplo, “governos” em 1 Co 12.28 e a exortação em 1 Ts 5.12.

2. “Não sabeis?” (v.3). No capítulo em estudo, esta pergunta é feita seis vezes! Apesar de aqueles crentes serem tão imponentes e envaidecidos de sua ciência, sabedoria, de seus dons, de sua capacidade superior, não havia entre eles ninguém sábio, competente justo e imparcial para solucionar suas desavenças (v.5).

A estrutura da referida pergunta (“não sabeis?”) no original, deixa ver que os crentes coríntios tinham sido ensinados por Paulo sobre problemas que ocorriam entre eles (At 18.11).

Na hierarquia dos seres criados, os anjos são a classe mais elevada de criaturas. Se os santos vão julgar seres tão importantes, é evidente que deverão ser capazes de resolver hoje na igreja pequenas demandas internas.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Bíblia afirma que, sob Cristo, o mundo e os anjos maus serão julgados pela Igreja no futuro.

III. ENSINOS FINAIS SOBRE LITÍGIOS E INIMIZADES (vv.5-8)

1. As causas das contendas. Em primeiro lugar, os crentes cometiam injustiças. Isto é, lesavam os outros. “Vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano” (v.8). Além disso, os ofendidos e prejudicados revidavam sem considerar o ensino bíblico (Mt 5.38-40; Rm 12.14-21). Outra causa de contendas era o fato de que os coríntios estavam sendo enganados. “Não erreis” (v.10). Literalmente esta expressão equivale a “não vos deixeis ser enganados”. Havia ainda uma última causa: Alguns não eram convertidos (15.34).

2. O cristão e a justiça secular. O cristão deve ou não recorrer à justiça secular? Nos versículos 5 a 7, Paulo não quer dizer que o cristão não deva recorrer à autoridade civil quando necessário. O próprio apóstolo invocou seus direitos. Ver At 16.37-39; 22.25-28; 25.11,12; Rm 13.1-7; Mt 22.19-21.

A Palavra de Deus diz que devemos sofrer o prejuízo (1 Co 6.7). Nesta questão, a “espiritualidade” dos coríntios, – se fosse realmente verdadeira – deveria levá-los a refletir o amor mútuo, e não a vingança. Paulo explica que, ele mesmo, para demonstrar seu amor pelo próximo, privou-se do direito apostólico de ter apoio financeiro para pregar entre os coríntios (1 Co 9.1-22; 2 Co 11.9).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A “espiritualidade” dos coríntios, – se fosse realmente verdadeira – deveria levá-los a refletir o amor mútuo, e não a vingança (1 Co 6.7).

CONCLUSÃO

Cristo nos deu o exemplo de sofrimento a fim de que possamos segui-lo (1 Pe 2.21-23). Os que verdadeiramente andam com Deus e são conhecidos por Ele empregam sua liberdade e seu conhecimento para edificar os outros na fé, mesmo quando isso significa negar os próprios e legítimos direitos como fiel discípulo de Cristo (1 Co 8.9-13). Esse é “o amor” que realmente “edifica”. O conhecimento sem ele “incha” (1 Co 8.1).

VOCABULÁRIO

Perplexo: Espantado, admirado, atônito.

Resquício: Pequeno fragmento; resíduo, vestígio.

Sucumbir: Cair sob o peso de; não resistir.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções. RJ: CPAD, 2003.

RICHARDS, L. O. Guia do leitor da Bíblia. RJ: CPAD, 2005.

EXERCÍCIOS

1. Explique a razão pela qual Paulo adverte a igreja contra o litígio entre irmãos.

R. A gravidade da advertência de Paulo estava no fato de que os juízes arbitravam as demandas segundo as leis, idéias e costumes do paganismo reinante entre os gregos e romanos.

2. O que revela o estudo do capítulo 14 de 1 Co?

R. Revela que nos cultos em Corinto havia bastante movimento, demonstrações carismáticas, mas também muita meninice e emocionalismo, que não devem ser confundidos com as reais manifestações do Espírito.

3. O que a Bíblia ensina sobre o julgamento do mundo e dos anjos em 1 Co 6?

R. A Bíblia afirma que, sob Cristo, o mundo e os anjos maus serão julgados pela Igreja no futuro.

4. Quais as causas da contenda em Corinto?

R. Os crentes cometiam injustiça, lesavam os outros; os coríntios estavam sendo enganados; alguns não eram convertidos.

5. Você é a favor de que um crente conduza o outro aos tribunais humanos? Justifique sua resposta.

R. Resposta pessoal.

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