“Como guardaste a palavra da minha paciência, também
eu te guardarei da hora da tentação que há de vir
sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”
(Ap 3.10). A passagem em foco e outras similares tanto do
Antigo como do Novo Testamento, indicam que a Igreja do
Senhor jamais passará pela Grande Tribulação. É evidente
que, para aqueles que advogam que a Igreja deve passar
por este período crítico de angústia, fazem sua defesa no
significado da preposição “E K ”.
Esta preposição “ek” leva os intérpretes a uma interpretação
literal de “sair de dentro”. Refutando, assim, a
interpretação pré-tribulacionista do presente versículo.
Para a Igreja “emergir de dentro” da hora da tentação,
deve (segundo este conceito) ter estado presente durante
aquela hora. Mas essa forma de interpretação, não combina
com a tese e argumento principal da natureza do pensamento
da natureza do pensamento das Escrituras, por vá-
rios motivos:
a. Ora, usando-se a preposição gramatical de: “ek e
apo” (fora de) reforça 0 conceito geral das demais Escrituras.
A referência direta deste versículo qualquer estudioso
sabe que se refere à “ hora” da Grande Tribulação, que de
um certo modo envolverá todo 0 mundo, e, na sua fase final,
terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra Santa.(׳w)
Assim as palavras: “ …eu te guardarei da hora da tentação”
indicam que a Igreja não passará por aquela aflição
sem precedentes na história humana que, cronologicamente
falando, terá a duração de sete anos.
A Igreja desaparecerá silenciosamente antes, mediante
o arrebatamento (1 Ts 4.14-17).
Depois, virá a Grande Tribulação, para “ tentar” os
que habitam sobre a terra. Nas palavras de Jesus à igreja
de Filadélfia e nas de Paulo à igreja de Tessalônica, fica
evidenciado o livramento para a Igreja, da Grande Tribulação.
b. A palavra “ da” significa “ para fora de” e em si traz
a idéia de ser guardado da tribulação (não meramente conservado
através dela, como alguns asseveravam). Ora, se a
Igreja estivesse destinada a passar pela Grande Tribulação,
uma coisa seria certa; em lugar de ler-se: “ …eu te
guardarei da hora da tentação” , ler-se-ia: “ …eu te guardarei
na hora da tentação” . E, além do mais, Paulo teria dito:
“ …Jesus, que nos livra na ira futura” , e não da ira futura”
(1 Ts 1.10). Nossa solene convicção, portanto, é: A
Igreja não passará pela Grande Tribulação (cf. Ct 2.17; Is
26.20 – por inferência; Ap 3.10 – referência).
A entrada de Noé na Arca do dilúvio (Gn 7.1,4,7,10 e
ss), a saída de Ló de Sodoma (Gn 19.12 e ss), e o paralelismo
de Êxodo 14.15 e ss; Josué 4.18; Salmo 136.14,15 ilustram
a confirmação do argumento apresentado nesta seção.
fonte: Ecatologia Severino Pedro da Silva