Lição 12 – ZACARIAS: O MESSIAS, A PEDRA ANGULAR

19 de Setembro de 2021
 
Jovens 3º Trimestre de 2021
 
TEXTO DO DIA
“E, se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.” (Zc 13.6)
 
SÍNTESE
Zacarias apresentou Cristo como o Servo-Sofredor que salvará a humanidade e o Rei-Vitorioso que mostrará o seu poder sobre tudo e sobre todos.
 
Agenda de leitura
SEGUNDA – Ed 6.14 Zacarias e Ageu motivaram os judeus na reconstrução do Templo
TERÇA – Zc 6.13 Cristo, o Rei-Sacerdote
QUARTA – Zc 9.9 A humildade do Messias
QUINTA – Zc 11.12,13 Jesus é traído
SEXTA – Zc 12.10 A morte do Messias
SÁBADO – Zc 14.9-11 O futuro glorioso de Jerusalém
 
OBJETIVOS
1 EXPLICAR a estrutura do livro de Zacarias;
2 COMENTAR como as oito visões do profeta contribuíram para motivar os judeus na reconstrução do Templo;
3 APRESENTAR as profecias messiânicas de Zacarias.
 
Interação
Professor (a), a mensagem de Zacarias, assim com a de Ageu teve como objetivo incentivar os judeus que retornaram do exílio a investirem na reconstrução do Templo. Podemos extrair de seu livro três importantes lições para a Igreja do Senhor na atualidade: A primeira é que os servos de Deus devem colocar todas as suas competências, talentos e dons espirituais a serviço do Senhor. Os dons espirituais, assim como os talentos, jamais devem ser escondidos ou negligenciados, mas usados para a glória do Todo-Poderoso. A segunda é que o jejum continua valendo para os dias atuais. Jesus ratificou a prática do jejum, contudo temos que ter o cuidado para que tal prática não se torne apenas um ato ritualístico. O jejum precisa ser visto pelo crente como uma forma voluntária de adoração ao Senhor (Zc 8.19). A terceira lição é que Jesus Cristo na sua primeira vinda ao mundo, veio em carne, foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria, nasceu como um bebê para morrer na cruz por nossos pecados. Porém, em sua segunda vinda, Ele voltará em glória e como um Rei vitorioso para julgar as nações.
 
Texto bíblico
Zacarias 13.8,9
8 E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas e expirarão; mas a terceira parte restará nela.
9 E farei passar essa terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é meu Deus”.
 
INTRODUÇÃO
Zacarias desenvolveu o seu ministério para o primeiro grupo que retornou à Jerusalém após o decreto assinado por Ciro em 538 a.C., que autorizou a repatriação dos judeus exilados. Cinquenta mil judeus, sem contar as mulheres e crianças retornaram sob a liderança do príncipe Zorobabel e do sumo sacerdote Josué. O propósito era reconstruir o Templo. Com a oposição dos samaritanos, muitos desanimaram e o projeto acabou sendo abandonado.
 
I – ZACARIAS
   1. Sacerdote e profeta. Zacarias desenvolveu a responsabilidade sacerdotal do ensino ao lado da força encorajadora de um profeta. Ele foi sacerdote e profeta. Oriundo da tribo de Levi era descendente de uma família de sacerdotes (Zc 1.1,7). Seu nome significa “o Senhor lembra”. Ele nasceu em terra estrangeira, quando os judeus estavam exilados na Babilônia. Fez parte do primeiro grupo composto de cinquenta mil judeus que retornou a Jerusalém sob a liderança de Zorobabel (Ne 12.1,4,7,10,12,16).
   2. Data. O livro de Zacarias começou a ser escrito em 520 a.C.; diferente de Ageu que entregou quatro mensagens em um período curto de tempo, Zacarias, sendo mais jovem do que Ageu, viveu muito mais tempo e, deste modo, teve um ministério profético mais longevo. Algumas datas são apresentadas no seu livro: 1 de novembro de 520 a.C.; (Ag 1.1); 24 de fevereiro de 519 a.C. (Zc 1.7 -6.15); 4 de dezembro de 518 a.C. (Zc 7.8). Acreditamos que a parte final do livro apresenta profecias entregues próximo ao ano 480 a.C. (Zc 9-14). Esta é uma hipótese. Sabemos que Zacarias citou os gregos. Tendo em vista que a Grécia começou a se tornar uma potência mundial ao derrotar Dario I em 490 a.C. e Assuero em 480 a.C., os estudiosos apontam que a parte final do livro provavelmente foi escrita quando os gregos começavam a despontar no cenário, por volta do ano 480 a.C. Se isto for verdade, Zacarias permaneceu durante décadas profetizando para o seu povo. Ao lado de Ageu, incentivou o retorno da reconstrução do Templo, todavia, sua profecia não se limitou unicamente a este propósito, ele também se interou pela renovação espiritual de Jerusalém e de seu povo, por isto entregou mensagens messiânicas que traziam esperança para o povo.
   3. Estrutura e mensagem do livro. O livro de Zacarias possui algumas singularidades: É o livro mais apocalíptico e escatológico de todo o Antigo Testamento; também é o livro mais extenso entre os profetas menores; de igual modo, é considerado o livro mais difícil de ser interpretado e isto acontece por causa de suas visões, símbolos e parábolas. Sua profecia é composta de visão (Zc 1-6) e palavra (Zc 7-14). Os capítulos 1-8 encorajaram os judeus na reconstrução do Templo, enquanto os capítulos 9-14 apresentaram profecias sobre Israel e o Messias. Ele profetizou sobre as funções que Cristo exerceria como o “Servo do Senhor” (Zc 3.8); o Rei-Sacerdote (Zc 6.13); o verdadeiro Pastor (Zc 11.4-11). Também relatou episódios da vida de Cristo: sua traição (Zc 11.12,13); sua crucificação (Zc 12.10); seus sofrimentos (Zc 13.7) e sua segunda vinda em glória retratando Jesus como o Rei-guerreiro que reinará sobre Jerusalém (Zc 14.4). O Novo Testamento apresenta diversas referências diretas e indiretas das profecias de Zacarias (Zc 9.9 e Mt 21.5; Zc 11.13 e Zc 12.10 e Ap 1.7).
 
II – A ATUAÇÃO DE ZACARIAS
    1. O primeiro sermão. A primeira mensagem de Zacarias tinha como propósito exortar o povo ao arrependimento (Zc 1.1-6). Ela foi entregue entre o segundo e o terceiro sermão profético de Ageu (Ag 2.1-9; 2.10-19). O profeta exortou os judeus a observarem os erros dos seus antepassados que recusaram ouvir os profetas que os antecederam (Is 31.6; Jr 3.12; 18.11; Os 14.1).
    2. As oito visões. Os capítulos 1-6 apresentam oito visões que contribuíram para encorajar os judeus que trabalhavam na reconstrução do Templo. A primeira visão foi dada quando a obra já estava em andamento há cinco meses (Zc 1.7), as outras sete não registram suas datas, provavelmente uma seguiu a outra, em rápida sucessão, sendo imediatamente registradas, por isto não se fez necessário as datações seguintes. As visões indicavam que os olhos do Senhor estavam voltados para Jerusalém, pois a Casa do Senhor estava sendo edificada (Zc 1.7-17), e que qualquer poder que se levantasse contra o povo de Deus, cedo ou tarde, seria destruído (Zc 1.18-21); pois Jerusalém estava sendo medida e protegida por Deus (Zc 2); e seu sacerdócio seria restaurado (Zc 3). A reconstrução do Templo não poderia ser vista apenas como uma obra humana, mas como resultado da influência operada pelo Espírito do Senhor nos corações (Zc 4). A justiça deveria ser uma marca nesta reconstrução social (Zc 5.1-4), visto que o cativeiro babilônico tinha purificado o povo de Deus (Zc 5.5-11). As visões terminam com a descrição dos juízos divinos que seriam derramados contra as nações inimigas (Zc 6.1-8). Todas as visões visavam motivar o povo.
   3. Uma adoração sincera. Durante o cativeiro, o povo de Judá desenvolveu o hábito de jejuar no quarto, quinto, sétimo e décimo mês, como sinal de luto pela destruição do Templo (Zc 8.19). Quando a reconstrução já se encontrava bem avançada, surgiu uma pergunta: no novo Templo os jejuns deveriam continuar? (Zc 7.3). Uma comitiva veio de Betel para interrogar os sacerdotes de Jerusalém. A primeira geração de exilados havia sentido profundamente a queda de Jerusalém e chorava com sinceridade, porém a segunda geração não conseguia entender a profundidade da atitude e a cumpria apenas como um ritual. O jejum parecia um incômodo para eles. Este tem sido o problema da geração que “nasce na Igreja”. Há filhos de crentes que cumprem rituais porque se acostumaram, mas não se conscientizaram sobre o porquê de tais atitudes.  Zacarias respondeu que depois de restaurar e abençoar Jerusalém, os jejuns deveriam permanecer, o que mudaria seria a atitude dos homens em relação ao ritual. A adoração triste, compulsória e nostálgica daria lugar a uma adoração festiva regada por atos sagrados de honra em louvor a Deus.
 
III – FALANDO DO MESSIAS
     1. Livramentos futuros. Enquanto os oito primeiros capítulos motivaram os judeus na reconstrução do Templo, nos últimos seis capítulos, o profeta Zacarias transportou-se do presente para o futuro. Cremos que os capítulos finais representam uma mensagem entregue por Deus a Zacarias, próximo a 480 a.C. O jovem profeta já era um ancião. Ele profetizou o castigo divino para as nações ao derredor de Israel que causaram sofrimento ao povo de Deus (Zc 9.1-8).
     2. A singularidade do Messias prometido. Zacarias estabeleceu uma comparação antagônica entre a grandeza de um conquistador humano (Alexandre, o Grande) e a simplicidade do Messias prometido (Jesus Cristo). Depois de retratar o domínio de um rei conquistador, o profeta apresentou a chegada do Rei-Salvador em Jerusalém. Ele viria montado sobre um jumento (Zc 9.9; Mt 21.4-5, 7-9). Esta profecia se cumpriu na entrada triunfal de Cristo em Jerusalém (Lc 19.30-38). Cristo também foi apresentado como a “pedra angular” ou “pedra de esquina” (Zc 10.4; Mc 12.10). Ele é o fundamento da Igreja (Ef 2.20). Não existe Igreja sem Cristo! Em sua vida, Cristo foi um exemplo que nos ensinou como viver; em sua morte, um sacrifício perfeito; em sua ressurreição, um vencedor extraordinário; em sua ascensão, um rei; em sua intercessão, um sumo sacerdote que continua agindo em favor da Igreja e cremos ainda que Cristo voltará para cumprir todas as promessas bíblicas.
A reconstrução do Templo não poderia ser vista apenas como uma obra humana, mas como resultado da influência operada pelo Espírito do Senhor nos corações (Zc 4)
   3. A vitória de Cristo. A profecia de Zacarias não ficou circunscrita apenas ao primeiro advento de Cristo sobre a Terra, mas também discorreu sobre a sua Segunda Vinda. De acordo com a interpretação pré-milenista, o Anticristo surgirá no cenário internacional na figura de um pastor insensato (Zc 11.16,17), sendo assim, os capítulos 12 a 14 descrevem os acontecimentos escatológicos referentes à purificação dos judeus e a destruição dos seus inimigos. Diversas nações se reunirão contra Israel no fim do reinado de sete anos do Anticristo (Zc 12.3-9). Os judeus chorarão arrependidos por suas escolhas erradas e clamarão a Deus, que intervirá destruindo os seus inimigos (Zc 12.10-14). O Messias salvará Israel. Depois de arrependida, Jerusalém será transformada. O profeta abriu um parêntesis em sua mensagem para resumir o plano de Deus para os judeus através do poema do pastor ferido (Zc 13.7-9). O Messias será ferido e as ovelhas serão dispersas e provadas até sobrar um remanescente fiel (Zc 13.7-9). Com esse remanescente o pacto de Deus com Israel será renovado até que este Messias retorne em glória sobre o “Monte das Oliveiras” (Zc 14.4) para implantar o seu reino milenar (Zc 14.1-21), confirmando sua vitória final.
 
SUBSÍDIO 1
“Em fins de 520 a.C., o Senhor levou Zacarias a convocar os judeus ao arrependimento com a garantia de que, se retornassem, Jeová voltar-se-ia para eles. Não era para imitarem seus pais, que se rebelaram contra os avisos dos profetas do pré-exílio e, desta forma, causaram o julgamento do Senhor. Os pais e os profetas já não existem. Mas o poder eficaz da Palavra de Deus permanece, como bem sabe as pessoas a quem Jeová avisa, pois ela as alcança.
O oitavo mês no qual a palavra do Senhor veio ao profeta, corresponde a outubro-novembro. Antes do exílio, o mês se chamava bul (1 Rs 6.38), mas após o retorno dos judeus passou a ser conhecido por marquesvã. Este nome derivava, provavelmente, de uma palavra hebraica que significava ‘molhado’ ou ‘chuvoso’, e sugere as constantes chuvas que caracterizavam o mês. Não é dado o dia do mês.
Zacarias começou sua carreira profética dois meses depois de Ageu (Ag 1.1). Sua convocação ao arrependimento era apropriada, mesmo depois das promessas feitas por seu antecessor, visto que tais promessas eram condicionadas ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 296).
 
SUBSÍDIO 2
“A palavra de Deus para Zacarias é forte: O Senhor tem estado em extremo desgostoso com vossos pais, literalmente, ‘tem estado descontente com desgosto’. Dods afirma que a palavra significava originalmente ‘irromper em indignação há muito controlada’. Vossos pais é referência à geração anterior ao cativeiro. Os antepassados dos israelitas caíram no desagrado máximo de Deus. Agora, pela primeira vez nesta nova era da história dos israelitas, Deus lhes envia, como fizera com seus pais de outrora, os servos do Senhor, os profetas, Zacarias e Ageu, com uma convocação ao arrependimento e uma promessa de reconciliação. Tornai para mim […] e eu tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos. Esta frase é traduzida melhor assim: ‘Voltai para mim, […] e eu voltarei para vós. O verbo voltar indica mudança de conduta. Deus promete mudar de atitude para com o seu povo se este concertar seus caminhos. Houvera um avivamento e o povo voltara à terra da escolha de Deus. Contudo, é óbvio que o povo não tinha voltado ao Senhor Jeová de todo o coração e de modo espiritual” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 279).
 
CONCLUSÃO
Reconhecemos que muitas profecias de Zacarias já se cumpriram historicamente, principalmente aquelas relacionadas ao período interbíblico e ao primeiro advento de Cristo. Tal constatação deve nos despertar para que possamos permanecer em vigilância, pois tudo o que foi prometido se cumprirá, em seus mínimos detalhes.
 
HORA DA REVISÃO
1. Quem foi Zacarias?
Um sacerdote e profeta, que fez parte do primeiro grupo que retornou à Jerusalém sob a liderança de Zorobabel.
 
2. Qual a distância de tempo entre as profecias dos capítulos 1-8 para os capítulos 9-14?
Quarenta anos aproximadamente. Enquanto os oito primeiros capítulos apresentam profecias entregues entre 520-518 a.C., acreditamos que os capítulos 9-14 apresentam profecias próximas a 480 a.C.
 
3.  Fale sobre a singularidade do livro de Zacarias.
É o livro mais escatológico de todo o Antigo Testamento e também é o livro mais extenso entre os profetas menores.
 
4. Quando Zacarias foi questionado se o jejum deveria continuar, qual foi sua resposta?
Eles deveriam entender o porquê do jejum, os judeus deveriam continuar com a prática, mudando a atitude em relação ao ritual. Deveriam fazer de coração e não por obrigação. 
 
5. As profecias messiânicas em Zacarias descrevem quais acontecimentos?
Falam da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém montado em um jumentinho, apresentam sua traição por trinta moedas de prata, sua morte e seu sofrimento, assim como também anunciam sua Segunda Vinda em glória como rei vitorioso

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