Virou moda hoje em dia incentivar os crentes a darem oferta ou
dízimo esperando receber recompensas. Há pregadores que dizem até que
ofertar sem segundas intenções é coisa de “bobo” ou de “trouxa”. Em
primeiro lugar, esse tipo de linguagem chula não combina com um homem
de Deus. E mais: oferta é um ato espontâneo, voluntário, e não uma forma de
barganha. O texto de 2 Coríntios 9 não apóia o discurso dos telepregadores,
pelo qual asseveram que quanto mais alta a contribuição financeira tanto
mais bênçãos materiais e espirituais (!) serão derramadas sobre o teleofertante.
É claro que essa interpretação forçada tem como objetivo
sensibilizar os telespectadores a mandarem dinheiro para os telenganadores
de plantão. Se a oferta é a semente para recebermos bênçãos espirituais, ela
então substitui a oração, a meditação, a renúncia e a santificação?
Não é errado contribuir pensando em receber uma retribuição da parte
de Deus, pois, de fato a passagem acima e outras igualmente claras, como
Malaquias 3.8-10, asseveram que o Senhor abençoa quem é fiel em suas
contribuições. Entretanto, transformar os dízimos e ofertas em um meio de
negociação, barganha, chantagem, como que, se Deus estivesse obrigado a
nos abençoar, só porque contribuímos, além de atrelar o tamanho da bênção
à quantia ofertada, cheira engodo.
Desde os tempos do Antigo Testamento, as ofertas e os dízimos são
voluntários. Ninguém era obrigado a contribuir nem fazia isso para receber o
dobro ou o triplo da quantia entregue na casa do tesouro. Por ocasião da
construção do Tabernáculo, tudo o que se coletou foi voluntariamente. Não
houve barganha. Isso está claro em passagens como Êxodo 25.2; 35.5,21,29.
Portanto, ofertemos com confiança e humildade na presença do
Senhor, pensando no bem e no progresso de sua obra, e não em nossos bemestar
e prosperidade. Rejeitemos esse falacioso evangelho materialista,
antropocêntrico, que faz do ser humano o centro das atenções, como se a
vida cristã tivesse como principal objetivo conquistar bênçãos na Terra.
Pensemos nas coisas que são de cima (Cl 3.1,2).
fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi