Sabe qual foi a primeira pessoa que Estêvão mencionou em sua
prédica, após a respeitosa saudação? Abraão? Isaque? Jacó? José? Moisés?
Josué? Davi? Salomão? Não! Ele próprio? Não! Disse ele: “O Deus da
glória” (At 7.2). E olha que ele fora convocado para falar em sua defesa!
Ah, se fosse um super-pregador em seu lugar! “Varões irmãos, acabei
de chegar de uma grande cruzada em Jerusalém, onde sinais e prodígios
aconteceram… O reteté foi bom demais! E eu quero lhes falar agora sobre os
sonhos de Deus” — diria ele. Mas o homem de Deus em apreço tinha
compromisso com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra.
Todas as pessoas e episódios bíblicos foram mencionados por ele com
um único fim: tornar cada vez mais conhecida a obra realizada pelo Senhor
Jesus Cristo em prol da humanidade. Veja como foi a conclusão da sua
pregação, registrada em Atos 7.51-53:
Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós
sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós, sois como vossos
pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até
mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo,
do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós que
recebestes a lei por ordenação dos anjos e não a guardastes.
Em sua obra Com Vergonha do Evangelho, John F. MacArthur Jr.
disse: “No púlpito, sempre houve aqueles que atraíam multidões por serem
oradores talentosos, terem personalidades dinâmicas, serem manipuladores
de massas, interessantes contadores de histórias, políticos populares ou por
serem grandes eruditos. Este tipo de pregação talvez seja popular, mas não é
necessariamente poderosa. Ninguém pode pregar com poder sobrenatural, se
não pregar a Palavra de Deus” (Editora Fiel, p.30).
A pregação de Estêvão foi poderosa e cristocêntrica. Ele não falou de
si mesmo — ainda que podia ter feito isso, em sua defesa — nem de outro
assunto que não estivesse relacionado com Deus, o Senhor Jesus e sua obra
redentora. Muitos não querem falar a Palavra do Senhor, preferindo contar
experiências e testemunhos falsos, além de histórias pra lá de estranhas. Mas
a mensagem do pregador do evangelho deve ser bíblico-cristocêntrica.
MacArthur também afirmou: “O evangelho é perturbador, chocante,
transtornador, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao
orgulho humano. Não há como ‘fazer marketing’ do evangelho bíblico.
Aqueles que procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor,
inevitavelmente corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem.
A igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas
ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inadulterada
verdade de Deus — de forma amorosa, mas sem comprometê-la — a um
mundo que não crê” (idem, p.79).
Pregue, portanto, a Palavra! Fale de Jesus Cristo! Nada de sonhos; de
auto-ajuda; e de mensagens do tipo aqueles-que-tentaram-destruí-lo-serãodestruídos,
que a cada dia se tornam mais comuns nos grandes congressos. E
nada de massagear egos também! Pregue sobre o Deus de Abraão, de Isaque
e de Jacó! Fale do Justo! Não tenha medo de levar pedrada nem de morrer
por falar a verdade, “Porque eis que te ponho hoje por cidade forte, e por
coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra… E pelejarão
contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o
SENHOR, para te livrar” (Jr 1.18,19).

 

fonte: Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar – Ciro Sanches Zibordi

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