No presente estudo iremos focalizar algumas das similaridades
da palavra “ hades” e seus equivalentes, tais como:
“ Inferno” , “ Sheol” , “ Geena” , “ Abismo” , “ Queber” ,
“ Abadom” , “ Tártaro” , “ Poço do Abismo” , “ Lago de Fogo”
, etc. Alguns destes termos são apenas sinônimos, mas
é evidente que trazem em si uma significação especial.
2. Definição Geral
A palavra “ hades” se deriva de “idein” que significa
“ ver” , com o prefixo do negativo “ a=” , e, assim, significa
o “ invisível” . Seu sentido primário, segundo os lexilingüísticas
semíticos leva o sentido de o “ além” , ou o “ reino dos
mortos” .(141) Nos escritos de Homero (poeta cego da mitologia
grega), Hades, ocorre (na forma de Aidês) como nome
próprio do deus do outro mundo. No conceito bíblico porém,
especialmente no Antigo Testamento (LXX), Hades
ocorre mais de 100 vezes, na maioria das vezes para tradu
zir 0 hebraico “Sheol’-. o mundo subterrâneo que recebe os
mortos.
É uma terra de trevas, onde não há lembrança de
Deus (Jó 10.21.22; 26.5; SI 6.5; 30.9: Pv 1.12: 27.20; Is
5.14).
Em 0 Novo Testamento, Hades ocorre 10 vezes, e isto
somente em Mateus, Lucas, Atos dos Apóstolos e Apocalipse.
Nos demais escritos, ocorrem outros termos tais
como Abismo, Inferno, Geena, Lago de Fogo. etc.
No conceito bíblico da compreensão cristã, Hades jaz
“dentro da terra”, de tal forma que há uma descida para
chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; 1 Pd 3.19): = “Kardia tês
gês” ( 0 coração da terra).
Quando se aplica restritamente esta palavra “Hades”,
nunca se refere a “sepultura” como outros termos fazem
em algum sentido especial; Hades é tomado sempre
para descrever 0 lugar “sombrio” da habitação dos mortos
(sem Cristo) entre a morte e a ressurreição.(14־(
a. Com o sentido de o “escondido” . A palavra encontra-se
em Mateus 11.23; 16.18; Lucas 16.23; Atos 2.27,31;
Apocalipse 1.18; 6.8 e ss; é o equivalente de Sheol do Antigo
Testamento.
Antes da ascensão de Cristo, as Escrituras dão a entender
que Hades consistia de duas partes, 0 lugar dos salvos
e o dos perdidos.(14) A primeira parte chamada “Paraíso”
e o “Seio de Abraão”, ambas as expressões vêm do
Talmud dos judeus, mas foram empregadas por Cristo e
Paulo, em Lucas 16.22; 23.43; 2 Co 12.1-4, respectivamente.
Os mortos benditos estavam com Abraão, eram conscientes
e eram “consolados” (Lc 16.25). O ladrão crente
havia de estar nesse mesmo dia com Cristo no “Paraíso” .
Os perdidos eram separados dos salvos por “um grande
abismo” intransponível (Lc 16.26). Um homem que representa
os perdidos do Hades é o rico de Lucas (16.26).
Ele era consciente, senhor de todas suas faculdades, memória,
etc. e em “tormentos” .
b. No que tange à sua mudança, o doutor C. I. Scofield
declara o que segue: “Hades, depois da ascensão de
Cristo; no que diz respeito aos não-salvos, a Escritura não
revela nenhuma mudança no seu lugar ou estado”. No julgamento
do Grande Trono Branco, Hades comparecerá
ali; sua missão será, entregar os “mortos que nele havia” .
Estes serão julgados, e passarão ao “Lago de Fogo e de Enxofre”
(Ap 20.13,15).
fonte: Escatologia Severino Pedro da Silva