capital do Império Romano e uma das cidades mais famosas do mundo,
foi fundada às margens do rio Tibre no ano 753 a.C. Em breve espaço de tempo,
estendeu-se até cobrir sete colinas: a Capitolino, a Palatino, a Aventino, a Célio, a
Esquilino, a Viminal e a Quirinal. O Foro romano estava localizado entre as colinas
Palatino e a Capitolino, e era o centro de interesse comercial, cívico e cultural dos
romanos. Os melhores templos, palácios, circos, balneários, monumentos, anfiteatros e
edifícios do governo estavam nos arredores do Foro. Toda a vida romana centralizavase ali, e todas as ruas saíam do marco dourado localizado no Foro. Paulo, Lucas, Pedro
e outros grandes cristãos devem ter visitado o Foro com freqüência. É provável que
nesse local Paulo tenha sido sentenciado à morte. Mas as guerras, os terremotos, os
incêndios e a passagem do tempo converteram em ruínas essas antigas estruturas, e o pó
dos séculos cobriu-as. No ano 357 d.C., Marcelino Amiano descreveu de maneira vívida o então intacto esplendor de Roma, e afortunadamente essa descrição foi preservada
para a posteridade. Já no século XVI, foram efetuadas escavações em Roma, e nos
séculos XVII e XVIII, mais escavações foram realizadas. Biondi começou seu trabalho
em 1817, e De Rossi, em 1853. A Comissão Pontificial de Arqueologia Sagrada tomou
para si a tarefa e a tem continuado até o presente. Quem hoje visita Roma tem apenas
uma pálida idéia da suntuosidade original da Cidade Eterna, mas o Foro e as ruínas de
seus principais edifícios, monumentos e demais lugares importantes encontram-se à
vista e são fáceis de estudar.O Foro (73 x 210 m), com toda sua tradição histórica, foi
testemunha do julgamento e morte de Júlio César e do discurso de Marco Antônio. O
Coliseu, que cobre uma extensão de 2,5 ha, é a estrutura onde 50 a 60 mil espectadores
assistiam aos cristãos serem lançados às feras. Na colina Palatino, estavam os palácios
dos imperadores e o ruinoso templo de Júpiter. Pode-se observar os contornos do Circo
Máximo, onde 250 mil pessoas assistiam às corridas. O arco de Tito exibe a vívida
escultura em relevo desse general e seus soldados transportando as vasilhas sagradas
quando regressavam de Jerusalém. O arco de Constantino relata o grande acontecimento
de 313 d.C., quando Constantino proclamou o cristianismo religião oficial do império.
Muitos outros lugares são hoje de sumo interesse, entre eles o antigo relógio de água
utilizado para marcar as horas e os dias em que Paulo esteve em Roma. Em 1941,
durante as escavações em Óstia, o porto de Roma, foi encontrada na desembocadura do
Tibre uma inscrição, indicando que, no princípio do reinado de Tibério, em 14 d.C.,
Roma contava com uma população de 4100000 habitantes. A evidência tradicional e
literária proveniente de líderes e escritores eclesiásticos de 95 a 326 d.C. e as muitas
pinturas e inscrições em tumbas cristãs indicando que Pedro e Paulo foram mártires têm
levado muitos arqueólogos e especialistas a concluir que os dois grandes apóstolos
sofreram martírio em Roma durante o reinado de Nero. De todas as descobertas dentro e
nos arredores de Roma, a mais interessante para cristãos e judeus foi a das catacumbas,
situadas junto aos caminhos na periferia da cidade, mas nenhuma delas está a mais de 5
km distante dos muros da cidade. A origem das catacumbas representa uma das fases
mais singulares e misteriosas da história. Para começar, as catacumbas eram canteiros
de extração de areia, utilizadas pelos que procuravam areia para construção. O solo, em
uma extensão de muitos quilômetros ao redor de Roma, é composto de pedra calcária,
formada de cinzas vulcânicas e de areia suficientemente derretida para tornar possível às
partículas unirem-se entre si. Quando se descobriu que esse material era excelente para
construção, foram cavados muitos túneis subterrâneos para obtê-lo. Não demorou para
surgir o conflito entre a nova igreja e o antigo Império Romano. O Império Romano era
o mais vasto e poderoso da época de Cristo. Geralmente, o império tolerava todas as
religiões, mas a obstinação dos cristãos em não querer jurar lealdade ao imperador
trouxe como conseqüência perseguições e mais perseguições. Os cristãos foram
acusados de ser insociáveis e excêntricos e passaram a ser odiados e considerados
inimigos da sociedade. Todavia, eram modestos e simples no vestir e rigidamente
morais em sua conduta e negavam-se a assistir aos jogos e festividades. Alguns cristãos
inclusive censuravam os que vendiam alimentos para os animais que seriam sacrificados
aos deuses pagãos. O povo chegou a temê-los, já que não queriam que a ira dos deuses se acendesse devido ao fato de os cristãos se negarem a render-lhes sacrifícios.
Se as colheitas fracassavam, o rio Tibre transbordasse ou houvesse epidemias, o povo
gritava: “Aos leões com os cristãos!”. Estes, porém, eram bondosos com todos os que
tinham problemas e cuidavam dos enfermos quando havia epidemia, enquanto os
demais fugiam. Para provar a lealdade dos homens, o governo romano exigia que todos
se apresentassem em certos lugares públicos para queimar incenso em honra do
imperador. Os cristãos consideravam isso um ato de adoração ao imperador e negavamse a fazê-lo. As autoridades começaram a observar essa atitude e passaram a castigá-los,
inclusive com a morte. Os cristãos buscaram refúgio nas cavidades secretas dos túneis
subterrâneos dos canteiros de areia. Ali ampliaram os túneis e construíram habitações,
capelas e sepulturas. As catacumbas imediatamente converteram-se no único refúgio
seguro para eles. Ali viviam, adoravam a Deus e eram enterrados. Seus cânticos,
orações e cultos santificaram as catacumbas, que se converteram no berço do
cristianismo ocidental. Elas foram descobertas e começaram a ser escavadas no século
XVI, porém mais intensamente a partir de 1950. Nossos conhecimentos sobre essas
cidades subterrâneas é incompleto, devido ao fato de existirem muitas delas e de serem
muito extensas. Todavia, tem-se acumulado, graças a elas, uma grande quantidade de
informações. Cerca de 6 milhões de pessoas estão enterradas em sessenta catacumbas,
aproximadamente, sendo 54 cristãs e seis judias. Cada uma delas tem uma entrada
muito bem escondida, da qual parte uma escada que desce até os túneis e galerias
subterrâneas. Estas ramificam-se em ângulos retos umas com as outras, criando uma
rede de túneis e ruas com uma capela em alguns lugares. Algumas têm até quatro níveis,
cada um conectado aos demais por uma escada. Em cada um desses níveis há um
imenso labirinto de estreitos túneis, tantos que, se todos os túneis de todas as
catacumbas fossem emendados em linha reta, se estenderiam por cerca de 940 km. Ao
longo das paredes das galerias ou em túneis sem saída, há cristãos enterrados em
sepulturas nas paredes (nichos). Cada tumba está fechada com ladrilhos ou com uma
lousa de mármore, na qual aparece o nome do defunto. Muitas vezes, as paredes e o teto
dos cubículos estão adornados com pinturas de personagens ou cenas bíblicas, tais como
Moisés golpeando a rocha, Davi, Daniel, os três jovens hebreus, Noé e Jonas. Cada caso
representa um livramento mediante a intercessão miraculosa de Deus. Em alguns casos,
vê-se o retrato da pessoa falecida. Em 1853, De Rossi encontrou um cubículo fechado
por uma lousa de mármore, sobre a qual estavam gravadas estas palavras: “Marco
Antônio Rastuto fez este sepulcro para si mesmo e para os seus que confiam no
Senhor”. Ver tb: At 2:10, At 18:2, At 19:21, At 23:11, At 28:16, Rm 1:7, 2Tm 1:17

 

fonte: BIBLIA THOMPSON