Depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrerá
o último de todos os julgamentos, o do Grande Trono Branco.
O poder e a glória emanados desse trono serão tão intensos que a
Terra e o céu, ofuscados, não subsistirão. Estará próximo o cumprimento
de Apocalipse 21.1: “E vi um novo céu e uma nova terra.
Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já
não existe”. O Universo não poderá suster-se diante do fogo do
julgamento, e a Terra, contaminada pelo pecado, fugirá da presença
do Justo Juiz: “Não se achou lugar para eles” (20.11).
A palavra “grande” denota poder e glória. E o termo “branco”
indica santidade e justiça. Quem poderia se assentar num trono
com esses adjetivos? O Senhor Jesus se assentará no Grande Trono
Branco, pois foi designado pelo Pai para isso (At 17.31). Ele será o
Justo Juiz, não apenas no Tribunal de Cristo (Rm 14.10), mas em
todos os juízos posteriores ao Arrebatamento da Igreja. E julgará
os povos com retidão (SI 9.8), visto que “o Pai a ninguém julga,
mas deu ao Filho todo o juízo” (Jo 5.22).
No Tribunal de Cristo, galardoará a Igreja (2 Tm 4.8). No julgamento
de Israel, Ele, que também é o advogado (1 Jo 2.1), será
misericordioso ao ouvir o clamor do remanescente arrependido
(Jl 2.32). No julgamento das nações, julgará com imparcialidade
os sobreviventes da Grande Tribulação (Mt 25.31,32). No julgamento
do Diabo e suas hostes, porá termo ao poder das trevas (Ap
20.10). E, no Trono Branco, condenará os pecadores impenitentes
(v. 13; 21.8; 22.15).
Sim, Cristo há de julgar os vivos e mortos, na sua vinda e no
seu Reino (2 Tm 4.1). Como os vivos, no tempo do Juízo Final, já
terão sido julgados, serão convocados para o acerto de contas os
“mortos”, termo que aparece quatro vezes em Apocalipse
20.11-15. Quem serão esses “mortos”? Os pecadores que não
ressuscitarem no Arrebatamento da Igreja; os adoradores da
Besta mortos no Armagedom; os que morrerem durante a Grande
Tribulação e não ressuscitarem antes do Milénio; e os pecadores
contumazes mortos durante o Milénio.
No último grande juízo, não serão proferidas duas sentenças,
como ocorreu no julgamento das nações (Mt 25.46). Haverá uma
única condenação para os ímpios (Ap 20.15). Alguns pregadores
dizem que os salvos também hão de ser julgados no Trono Branco,
porém isso contraria o que Jesus afirmou, em Jo 5.24 (ARA): “Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo [gr.
krisin], mas passou da morte para a vida”.
O termo krisin “denota primariamente ‘separação’, portanto,
‘decisão, julgamento, juízo’, muito frequentemente no sentido
forense, e, especificamente, acerca do ‘julgamento’ divino” (Dicionário
Vine, W.E. Vine, CPAD, p. 729). O salvo em Cristo tem
a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado
(Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2
Pe 2.20-22; Ap 3.5).
No Juízo Final, todos estarão “em pé diante o trono” (Ap 20.12,
ARA). Mas haverão de se prostrar. Muitos, que jamais quiseram
adorar o Rei dos rejs, e outros, que não quererão adorá-lo durante
a Grande Tribulação e o Milénio, terão de se prostrar diante
dEle. Cumprir-se-á, enfim, Filipenses 2.10,11: “para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra,
e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai”.
Todos os ímpios, sem exceção, quer queiram quer não, terão de
reconhecer que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai!
Muitos que hoje são infiéis naquele dia dirão: “Senhor, Senhor”
(Mt 7.21-23). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor,
todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a
Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a
Deus”(Rm 14.11,12).
Cada um será responsabilizado pelos seus atos, “segundo as
suas obras” (Ap 20.12,13). Por isso, o Senhor anuncia a todos os
homens, em todos os lugares, que se arrependam, pois já determinou
o dia em que, com justiça, julgará o mundo por meio do
Senhor Jesus Cristo, o Justo Juiz (At 17.31). Sim, Ele, que ofereceu
oportunidade de salvação a todos (1 Tm 2.4; Hb 2.9), há de
julgá-los com base na aceitação/rejeição do seu plano redentor (Jo
3.16,36; Mc 16.16).
fonte: Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar